segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

Lapidando o espírito

     Simplesmente vou escrever. E por favor, não me venha com merdas depois de ler o texto, pelas minhas atitudes é possível perceber minhas crenças e descrenças, não vou admitir insultos a minha inteligência por causa de comparações cruas e utilização de conceitos pertencentes a uma doutrina. Ao meu ver, só se pode usar a sua "doutrina" em pessoas que acatam a mesma. Caso contrário põe bomba no corpo e vai converter!

     Eu vi a beleza na ciência e na filosofia e aprendi o que eu pude. Me interessei e cresci mais um pouco, já não sei muito bem para onde vou, mas diferente do famoso texto, nenhum lugar me serve.
     Se for necessário, levarei a madrugada inteira para escrever esse texto. Mas ele será postado com certeza.

     Estou me espremendo.

     O que trouxe até aqui na minha jornada, tem me ajudado entender como se faz, e como funciona. Aqui será anotado meu lembrete, mas não para você, não. Um lembrete que vai me lembrar da situação que eu estava, e isso espero (se não vou ver que simplesmente passei grande vergonha e acabei com as chances de fortalecer mais um laço).
     O pior de tudo é que vou ficar 3 dias nas cegas antes de ver qualquer reação a esse texto. É um grande tiro no escuro, mas é um bom tiro, por que eu atiro com a mente*.




3 nomes


     Tudo começou com uma brincadeira de facebook. Mas acabou como uma descoberta tremenda. Não sei se sabem do que estou falando, acredito que muitos aí já caíram nessa. Enfim, eu não caí completamente, pois consegui consertar qualquer dano indo às pessoas certas. 
     O caso é que eu não admito muito deslizes da minha parte, por que eu tenho objetivos cruéis. Nos mesmos, erros bobos não podem existir, então fui ver onde me encontrava. E encontrei com uma coisa asquerosa e horrível, um demônio, vivendo perto de algum lugar, e eu não havia o enxergado. 
     Apesar de todo esforço para repugnar a coisa, eu não fiz nada. Aparentava ser um vampiro, que suga mais* anestesia. Nos deixa dormentes, faz esquecermos que está ali. E continua sugando, chupando.

Agravamento 

Como o tempo voa. Principalmente quando você não marca as horas...

     Se foi apocalíptico não sei dizer. Ultimamente me dividi em dois, uma parte irracional e a parte que chamo carinhosamente de "futuro físico quântico". Bom, não posso negar que as duas se dão muito bem! Na verdade eu bem que poderia arranjar esse pretexto e fazer um texto sobre como estou sendo dissecado por duas visões gritantes, mas não! Essa loucura coube perfeitamente nas ideias da minha pessoa, e estão pacíficas. Só vou citá-las por que tudo começou a desandar, e as feras adormecidas sempre acordam primeiro que as ideias incríveis aprisionadas em uma mente.
     A parte irracional diria que isso deveria realmente acontecer, a parte "futuro físico" prefere omitir sua opinião para não traumatizar as pessoas apaixonadas. Enfim, conheci uma garota por meados da última semana de dezembro, como vocês podem conferir, é algo extremamente recente.
     Mas ela era digamos tentadora de tão interessante. Nunca conversei com uma menina que me deixasse tão intrigado (acalmem-se, é meu último desejo transformar esse blog em algo uh, melhor nem dizer). Pois bem, esse foi mais um ingrediente vital na minha revolução atual. Não sei exprimir, não é nada apaixonante, é algo que vi refletido na imagem de mais um desafio, algo natural e ao mesmo tempo feito tão errado por tantas pessoas. Se trata de algo por enquanto inexprimível. Sim, uma garota, mas retirem todos os conceitos que vocês sabem, é, é uma menina mas e daí? Se fosse um cara não mudaria nada, por que não estou falando de sentimentos que estou nutrindo por alguém - isso realmente não é da sua conta - mas o quanto uma pessoa que emerge do nada pode me transtornar tanto assim, não por uma questão física e emocional, mas por algo que se aproxima das minhas divagações sobre aquele ser incrível que vive em cada um. Me vejo agora mais perto de exorcizar esses males, e sabe, vou compartilhar algo com vocês.
     Queria ser visto a par de toda essa sociedade, e isso não é querer ser diferente pra chamar atenção, mas seria bem mais fácil. Uma vez assisti um episódio de House, em que o paciente era um menino com autismo. Eu me identifiquei totalmente com House quando ele ficou com inveja do menino. Por quê? Ora! 
     Você não precisa se adequar a padrões e ditaduras como as pessoas "normais", deficiente não faz diferença. É inútil. Me dói escrever esse pensamento das pessoas, mas ele é real. O quanto se surpreenderiam elas com as proezas que qualquer ser humano pode fazer? Não sei. Só sei que ser uma pessoa que não pode ser colocada no padrão seria muitíssimo interessante. 
     Eu pagaria o preço de ser considerado estranho, esquisito, principalmente louco (no sentido patológico), por que isso não passaria de opiniões, e o meu prêmio me aguardaria. O meu prêmio seria que não cobrariam certas posturas, desenvolturas e atitudes para que eu seja considerado aceitável. Eu tenho meus princípios, eles podem sobreviver fora disso tudo. Não peço isso para outras pessoas, só pra mim, acho as consequências insignificantes. Enfim, enquanto não consigo esse respeito - pois é assim que o considero- continuo com as implicações da minha metamorfose em um estágio incógnito.
     Retornando ao fato da bela garota ter contribuído - e muito - para minha situação aguda e crítica, a qual me encontro nesse momento - e que vai me levar a tomar atitudes agudas e obviamente críticas - mais um peso contou a favor de um lado da balança.

Os grupos

Uma vez eu quis construir uma casa na árvore...

     Não quero que isso pareça uma reclamação, e não estou me importando o que vocês vão achar do texto. Por que como já disse, estou escrevendo para me lembrar, mas também para explicar a vocês da minha situação. 
     As pessoas são de fato muito desanimadas. São desanimadas aqui, e são desanimadas ali. Não entendo a dificuldade em fazer parte de um grupo. Quando os interesses se mesclam, chegamos a um clímax de intenções e o ânimo se exalta. E para isso não são precisos climas tensos, ou discórdia exacerbada e evidente. Não, os piores conflitos são aqueles silenciosos, vem fugazes e atrozes, de fontes obscuras.
     Porém, quando eles chegam todo mundo os nota. Ou simplesmente se esforçam para ignorar.
     Mais uma vez entrando em um campo mais ~experiência pessoal~ tenho que deixar anotado para a posteridade um dos famosos motivos que fazem um homem cair: Quando as mãos que se ofereceram para ele se levantar, começam a se soltar.
     E isso se trata de algo simples. A imagem porém é essa que pintei para vocês, pois o fim de um grupo, não diz respeito a uma atitude isolada, mas de algo tão conjunto que chega a ser crime colocar a responsabilidade em um ou em outro. Somos capazes de criar círculos que podem ser desmontados facilmente, mas convenhamos, são dificílimos de serem montados.
     O que mais me impressiona disso tudo, é o teor de participação das pessoas a minha volta nessa minha revolução. O fim de ano não possui significado nenhum, não existem votos de ano novo, mas sim algo que precisa ser resolvido agora, urgentemente, sem que se haja tempo para pensar. Mas isso me assusta. 
     Antes se tratava do que eu fazia para melhorar a minha pessoa, mas então cheguei a dois vereditos ainda mais tenebrosos:
- Só eu posso me entender, assim posso conceber minhas ideias sem nenhuma margem de erro, e isso me permite ir além dos meus limites sozinho, pois sou como um computador  isolado, posso fazer tudo dentro de mim, e tenho a vantagem de possuir um cérebro. Posso evoluir, ampliar meus limites cada vez mais. Não poderia fazer isso de maneira tão exponencial quando em comunhão com outras pessoas. 
-É necessário se desenvolver ao máximo para atingir metas tão altas, e isso implica em um aprimoramento individual assustador, em vários campos, em vários aspectos. Porém a partir daí surge algo mais complexo, e é isso o que está me levando ao "vamos ver". É a transmissão de ideais, de energia para os comensais. Pois é fato que não se pode conseguir algo aqui sozinho, é lei natural. Como isso não vem dando certo, estou me desesperando, e sim, é uma atitude que não devo tomar.
     Vem me afetando até nas minhas posturas que tomo desde que me vejo como um projeto de gente, a minha paz, e principalmente a arte de nunca levar as coisas a pontos estressantes, conflituosos no sentido mais pobre da palavra, um sentido que fere os propósitos que muitas pessoas proclamam por aí. Quase me pego escrevendo algo desnecessário e que não tem muito a ver com o assunto, assim estou meus amigos, assim estou.
     
Uma promessa de boas-novas

     Chega a hora que vou decidir. Afinal o que fazer diante de tantas questões? Vou meditar sobre tudo isso. Mas antes de tudo e mais importante abandonarei minha rotina, o que também acredito que já passava dos limites. Não é um ato tão simples, acredito que não vou chamar de sacrifício ( no sentido de se abster de algo, e pelos deuses não estou fazendo voto e promessa para ser agraciado) mas sim de um momento de intensa reflexão, o que por sinal não vai ser fácil. 
     Convido a todos, a se lembrarem sempre que a vida é determinada de acordo com objetivos tão ocultos que você não pode pronunciá-los, nem expressá-los de maneira muito concreta. É por isso que não saberia responder quais são meus objetivos se me perguntassem. Eles estão incrustados em mim, por causa do meu jeito de ser, eu vou ser encaminhado naturalmente. Não chamo isso de destino, mas simplesmente, você faz sua vida. Essas metas, são de fato impregnadas na sua pessoa, mas antes deles se consolidarem é possível moldá-las e esculpi-las a bel prazer. Foi isso que fiz, e não me arrependo nem um pouco, só quero que o trabalho seja digno de chocar senhoras de meia-idade. 

quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Lutando por mim

     Eu gostaria de dizer carinhosamente a todos aqueles que procuram fugir da ignorância, que procuram o conhecimento sobre tudo, mas aqui priorizemos o conhecimento sobre a sociedade, sobre como tudo funciona. A você, minha amiga ou meu amigo, que sempre buscou tirar as vendas e ver o mundo real, saber não através de mentiras confortáveis mas da velha e bruta verdade. Quero expressar, o sentimento que venho sentido por vocês em uma palavra muito mágica. Foda-vos.

     
    AH! Já faz um tempo que não escrevo nesse blog... Como algum leitor assíduo deve ter percebido (tomara que existam mais de dois) Mas acredito que deixei material suficiente para entreter pelo tempo que passei fora. Obrigado a todos que leram das palavras que juntei. Agradeço profundamente. Mas não se acanhem, me xinguem, critiquem, podem até me elogiar um pouquinho. Mas quero confabular com todos!

     Nesse texto vou montar a trajetória de uma criança, até se tornar um adolescente. E falar da criança interior desse pré-adolescente... Ela fica tão chocada, mas cada vez mais largada e esquecida. E fazer é claro a anotação da visão crítica e revolucionária desse adolescente sobre os adultos, não sobre o seu futuro, mas sobre o presente, a respeito daqueles que ele vê hoje, e dos quais nunca quer se igualar. 
     Será que ele vai conseguir? Até agora ele não sabe dizer se conheceu alguns que se preservaram. O maior medo desse adolescente é descobrir que mesmo ele, ELE! No auge do seu egocentrismo irá sucumbir a essa força de fabricar pessoa que não sonham mais como deveriam e o que ganharam de conhecimento acumulado e porte físico, perderam de suas épocas mais doces, inocentes e esclarecedoras. Mas podem ter certeza, se ele perder, ele terá lutado até o fim.
   Acho que posso invocar uma letra de música, pra dizer o que esse texto vai causar em muitos que chegarem a lê-lo:
     "Agora cuidado com o que você diz, ou eles vão te chamar de radical, um liberal, fanático, criminoso."



     A dor é excruciante quando a criança desvenda a falha do herói. Mas não seria muito pior, se o herói apontasse sua falha, não para dizer para a criança "Eu não sou perfeito, mas ainda posso ser o que quiser". Não, nunca para isso. Ele não é herói, é anti-herói. Aponta a incoerência e diz:                                                                              Você vai se tornar assim.

Papai Noel não existe...
Vampiros e Monstros? Nada no armário? 
Por que isso é tão triste?!
Não façais minha tumba, meu entalho

Bom, aos poucos aceito.
Acho que abandonar medos não é tão mal.
Mas e essa de preconceitos?
Meus pais dizem... por que não?

Falo para vós, mas não sou eu
Sou o inconsciente, a criança adormecida
Sou a parte infeliz, Deus...
Por que me lembro do que era

Agora, as cores importam na hora de brincar
Sorrir para o outro, nem sempre que dizer amar
Não me pergunto do que vou brincar, mas com quem
No banco da igreja, só sei dizer amém

Agora, desprezo meus medos, e quem dera só os negasse
Por que também desprezo meus amores
Mas como sou a parte adormecida, não entendo...
E fico aqui triste, confuso, adoecendo.

Às vezes sou reanimado, um olhar feliz
Uma beijo dado com amor. E até algo que nunca senti
Será que me lembro de como eu era?
Tudo bem... Ficarei em silêncio, na minha semiesfera.


***


Me torturam, deixam ao léu
Dizem que vai passar, que mudarei, pra melhor...
Que eu devo vestir o véu
Parar de olhar pro céu.

Sádicos! Cruéis! Bastardos da alegria
Ignorantes da simplicidade e da imaginação!
Eu almodiçoo todos vocês. POR QUE
EU NÃO SOU COMO VOCÊS QUEREM QUE EU SEJA!


***


Claro, os adultos, não se engane caso não pareça!
Que agora já não ligam. Entorpecidos?
Nunca, voluntariamente desistiram de vez!
De serem eles mesmos....




    Tenho o direito de fazer um ensaio sobre uma fase nebulosa chamada infância? A apoteose da fumaça da mente, onde um medo era irracional, e a coragem era suicida? 
    Você se lembra?
 
     O que é crescer?

     E que Deus tenha todos nós. Mas o que eu faço agora, um homem disse que Deus está morto...
De tão enfadado, não ouso mais uma linha.



sábado, 17 de novembro de 2012

Memórias de um garoto egoísta


     Gostaria de expressar uma opinião, que sinceramente eu percebo. Posso? Bom, o caso é o seguinte, a uns tempos atrás escutei a expressão "pseudo-intelectuais", conheço pessoas que perguntariam, bom, mas o que você define como intelectual? Etc, etc. Simplesmente não disse nada quando ouvi a expressão, apesar de ser incluído nesse rótulo. Acho importante discutir isso, neste texto, por que acho que um assunto vai interferir profundamente em um futuro texto.
     Bom, existem obviamente sentimentos ruins nas pessoas. Tenho muito deles, e ultimamente estou tentando abordar uma nova postura, minha dedução deliberadamente expressada, como a formei, através da razão obviamente. Vamos aos fatos.
     Sou novo, ou seja, não tenho muito experiência prática. Porém sempre procurei saber mais e mais, então existem algumas coisas que aprendi nessa vida. Então gostaria de fazer algumas reflexões sobre essa postura, e talvez - probabilidade por enquanto pequena - xingar um pouco. Ah.
     Então vou deixar isso como introdução, e agora começarei por pontos que acho interessante, falando realmente em um campo prático, que envolve a Ética e o relacionamento humano. Fumemos o texto:

     Nas instituições sociais e em lugares onde temos um certo tempo de convivência com um grupo de pessoas, vamos percebendo diferentes reações perante o nosso caráter e isso é muito interessante! Gostaria de falar de algumas reações que provoquei e o que pude tirar em especial delas.
     Vou bem na escola, não nego, na verdade nesse texto só quero ser direto, não quero amenizar nada. Em questão de notas sou o melhor da minha turma. Essa posição trouxe algumas situações que quero refletir nesse texto - e não vou falar sobre bullying.
     Não acredito que exista grande indiferença por parte de muitas pessoas, se ocorrer é com uma ou outra, por que todo mundo se preocupa com a situação de todos perante a própria. As manifestações são tantas que fica difícil falar de todas aqui, muito difícil mesmo, porém quero pegar as que vão nos levar a algo que planejo.
     Notas não significam tudo, são apenas referentes a uma parte da capacidade cognitiva, e posso perceber  muitas pessoas que se saem bem na arte de pensar, muitas vezes melhor do que eu - mas faço de tudo para superá-las - pois essa arte é vasta demais, não diz respeito apenas a notas escolares. Agora entramos em algo que gostaria de dar uma atenção especial, a competição.
     Competir é um ato natural, e com certeza se dá nas relações sociais, porém gostaria de citar erros cometidos frequentemente por meus adversários, e reconhecer os meus.
    Bom, primeiramente, pode-se competir em relação a tudo. Porém me atenho a competições no campo cognitivo, e um pouco do funcional. Mas essa disputa é muito importante, pois nos leva a melhorar cada vez mais. Gostaria de falar da derrota. Eu não gosto de perder. Ninguém gosta.
     Mas perder como todas as coisas "ruins" fazem parte da vida, então devemos aceitar a derrota. Porém gostaria de criticar algumas atitudes inerentes do péssimo perdedor.
     Por que existe essa falha? Para melhorarmos, muitas vezes falhar é melhor do que ganhar! Críticas são melhores que elogios! Quando se perde, algo está errado, e consertando isso você pode melhorar ainda mais.
     O primeiro erro básico é tentar achar os motivos da derrota no adversário. A culpa ( no sentido de responsabilidade, pelo amor) é totalmente tua. Pensando assim, você se torna independente do adversário, melhorando apenas seus pontos fracos, focando em suas habilidades.
     Esse sentimento de que a culpa da sua derrota é justamente a vitória do oponente é terrível. Pois a partir daí você não consegue desassociar o oponente com o que está se competindo, logo, começa a ser criado um sentimento negativo contra o competidor, o qual não tem fundamento nenhum! Pois se originou do próprio erro de confundir as coisas.
     Um exemplo disso, já fui chamado muitas vezes de metido, o cara que acha que sabe tudo. Quando escuto isso, tento parecer impassível, mas estou na verdade rindo por dentro. Por que NUNCA, isso mesmo, NUNCA, ouvi essa crítica sem a famosa pitada de sentimento negativo da pessoa que falava. Críticas devem ser preferivelmente de forma neutra, mas qualquer uma é aceitável.
     Penso o seguinte, e se alguém não concordar comigo pode comentar aí. Se uma pessoa possui qualquer tipo de defeito, você não deve odiá-la por isso, e não é por que ninguém é perfeito, que se exploda isso. É justamente por que um defeito já impõe um sofrimento para a pessoa devido a justamente ela ter esse defeito. Então uma pessoa metida já irá sofrer por ser assim, pois é uma enganação que faz a si mesma. Perceber isso será complicado (como posso eu não perceber ainda) mas isso já é suficiente.
    Agora vamos entender mais esse negócio de "se achar o sabe tudo". Olha como isso é ilógico. Se você diz que uma pessoa é assim, é justamente por que você discorda, ( óbvio que não é possível saber tudo, mas vamos nos ater somente a essa atitude) e é muito fácil desmascarar isso. Utilizando-se da Razão, é possível demonstrar a falta de conhecimento, com também ela própria se vê diante de seu grande desconhecimento.
     Mas isso faz parte, por exemplo, quando decidi me tornar vegetariano, fui duramente criticado, apenas por que antes de tomar essa decisão tinha me colocado contra uma das justificativas de muitos vegetarianos, e digo que AINDA sou contra essa justificativa. Mas a ideia do vegetarianismo, ultrapassa esse argumento em muito. Mas não... Sou hipócrita por querer conhecer uma ideia, sou hipócrita por que não sou absoluto, por que não escolho uma visão e fico fechado apenas para ela. Por que não vão chupar uma vaca?
     Então toda vez que vejo uma crítica feita a pessoas que estão tentando saber mais, ou se inteirar dos problemas globais, como ajudar de alguma forma, discutir e aprender novas posturas, percebo que o emissor dessa crítica, é justamente (até hoje não vi ninguém diferente) alguém que nada faz a respeito do que critica e muito menos possui uma postura melhor.
     São justamente essas pessoas que talvez não cheguem até o final desse texto, aquelas que vão pensar: "As pessoas tem razão mesmo de chamar ele de metido, fica dando lição de moral". Talvez não cheguem nesse trecho: O caso é que eu vejo que já fiz isso muitas vezes, ultimamente vi duas pessoas querendo ajudar e se integrar em boas ações e sair um pouco do sistema. Eu não critiquei, mas não achei certo o caminho que elas tomaram, porém não disse nada. Agora vejo que errei em não dizer nada, ainda assim apoio totalmente a vontade de ajudar, a vontade de transformar um pedacinho de cada um. Porém vou entrar em contato com elas, e expressar minha opinião.
     Depois de um tempo sem postar nada, deixo um recado para lembrá-los que eu não desisti ainda. Seja um texto prático como esse, que envolve a Ética e o relacionamento humano, seja um ensaio sobre os maiores problemas que nos assolam, minhas últimas descobertas e meus principais questionamentos ( está em pauta, mal posso esperar para escrevê-lo para vocês, na verdade eu começaria hoje, mas antes achei necessário abordar essa atitude e ainda acho necessário falar sobre mais uma coisa que vai ajudar muito na minha falsa Magnum Opus)
     Antes de qualquer despedida, gostaria de pedir para esquecerem os rótulos.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

Movimento relativo das pessoas rezando

     Hoje, cheguei a uma conclusão. Conclusão é uma palavra tão enganadora não? Até hoje foram poucas conclusões de fato. Tudo deve estar sujeito a mudança, então é por isso que hoje vim fazer um protesto. O tempo é curto, mas muito há para se falar.
     Muito curto realmente, antes de voltar aqui, reconheço minha ausência, gostaria de lembrar uma coisa. Vamos relaxar! Não sei as outras pessoas, mas percebi que naturalmente não levo as coisas a sério. Bom, algumas coisa eu acho que sim, mas as coisas que realmente não devem ser levadas a sério eu REALMENTE não levo, e dou graças por isso.
     O caso é que eu já vi muitas pessoas se dizendo superiores a outras por causa de um certo aspecto ou outro e elas estarem completamente erradas, como um velho amigo meu diria: Sempre que você pensar que você é bom, terá alguém duas vezes melhor, e todas as vezes que você pensar que é ruim, terá alguém muito pior... E isso é interessante, não nego que eu muitas vezes já fiz isso! Porém acho que eu tenho uma vantagem - ironia? - que seria: Eu simplesmente não ligo.
     A condenação, eu sou bom por causa disso, você é ruim por causa daquilo. Essa é a ideia bem prematura, mas guardem minhas palavras, vou retornar com isso. Tomara que eu lembre desse texto. Talvez se juntar tudo dos meus rascunhos - esse aqui já não é mais um deles - dê para fazer um suco.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Para onde foram as salsichas?


O que você vai fazer?

Simplesmente assim, eu pergunto, o que nós vamos fazer?

Nós somos alienados de muitas coisas, mas podemos procurar nos "desalienarmos". E quando você procura isso o que acontece? Você fica sabendo que algumas atitudes que toma no seu dia-a-dia causam até mortes, de animais, de pessoas.
Pode ser que até depois de saber algumas coisas você queira voltar a ser como antes. Parece ser melhor estar alienado do que continuar sua vida sabendo quanto mal existe por aí, e pior, quanto mal tem a sua grande contribuição.
Então eu no caso, não sei se alguns param e tentam mudar.

É grotesco  é foda. Por que é muito tenso mudar hábitos enraizados por uma cultura, enraizados por todos a sua volta, principalmente você. É se libertar do Matrix. Quando você escolhe a pílula vermelha, você paga um preço. Só que não somos como o Neo, não temos nenhum tipo de super poder e não somos "o Escolhido". Somos humanos, perecíveis, suscetíveis a males e dores. E quando nos damos conta disso...

Ainda assim, depois de tentar sair dessa alienação, (que ao meu ver pode ser uma benção) você tem que decidir. Mas antes gostaria de perguntar uma coisa.
Existem penas para assassinos, porém se provado que o réu tem problemas mentais ele é absolvido e mandado para uma clínica de tratamento. O fato é: Quem não tem conhecimento do mal que causa, é culpado pelo mesmo? (gostaria de convidar a qualquer um que leu isto a responder nos comentários ou o que valha).

Agora enfim: O ultimato. A partir do momento em que tomamos conhecimento do mal que causamos temos duas opções: Continuar causando o mesmo, ignorando-o. Ou mudarmos, fazermos o maior esforço possível, para averiguar que estamos matando esse mal. A primeira opção é triste.

Eu entendo que aquele que faz um mal sem ter conhecimento pelo mesmo não deve ser culpado. Mas se você resolveu sair da máscara que colocam, (penso agora se não é para o nosso bem) você é um ser que pratica o mal, e tem consciência disso. Você se condenaria? ( Eu sim ). Tudo tem seu preço, a ignorância pode parecer ruim, mas se quando se sai dela, parece que está empatado. Tudo tem seus dois lados, nada é só bom.

Então, agora não existe mais volta. Para quem quis sair da venda que impedia o conhecimento desse mal não existe retorno. Você não pode mais voltar a não saber de tudo que nós provocamos de tanto mal, de tanto... Só lembro uma coisa, uma vez que não tentemos mudar, estamos fazendo algo conscientemente, e estamos vestindo nossa manta de culpa. COMEMOS A MAÇÃ PROIBIDA! TALVEZ VEJAMOS MUITO ALÉM DO QUE MUITOS, MAS PAGAMOS UM ALTO PREÇO POR ISSO.

Só nos resta mudar, ou não.

quinta-feira, 4 de outubro de 2012

A bela dor

     Conselho, pulem o primeiro texto, que ficou uma droga, e leiam o segundo, que ficou menos ruim.


     Ontem quase me mataram. Hoje eu quase morri.

     Estava eu, na noite de ontem, conversando com uma pessoa querida. Então, como sempre faço para uma pessoa que me interessa, sugeri que ela desse uma olhadinha no meu blog, para fins de uma leitura avulsa de graça. Sem graça.
     Até aí tudo bem, estava tudo sobre controle (não do jeito que eu queria que estivesse, mas isso não importa muito, por que o jeito que eu queria que estivesse é diferente do que eu ando normalmente, mas pretendo ser assim um dia) tudo normal. Até que eu fiz a minha sugestão, e a pessoa teve a felicidade de me perguntar: "E para que serve esse seu blog?"
     Ah Arthur, dedicar um post inteiro sobre isso? Não, não vai ser todo o post, a outra metade é a que estou com mais vontade de discorrer sobre. Mas então, pode parecer a coisa mais clichê aquele papo de: Qual a função do meu blog, para que ele serve? Estou tentando manter distancia desse tipo de pensamento ultimamente...
     Porém... É, porém. Eu não soube responder. De fato seria simples dizer belas palavras do tipo: Meu blog é uma passagem na qual expresso por meio da escrita, pensamentos e opiniões, ao mesmo tempo em que, na medida do possível, consigo manter contato com os leitores e provocar o senso crítico nos mesmos. Na verdade tudo isso é tentativa, é me vendar e atirar no escuro. Talvez isso aconteça, talvez não. Mas seria uma boa reposta, e em alguns casos, pode ser verdade.
     Porém, não respondi. Não por que eu não considerei que não houvesse resposta que respondesse devidamente a pergunta, mas simplesmente, por que EU NÃO SEI. Não sei por que escrevo aqui, mas sei por que escrevo. E isso não é nenhum paradoxo.
     Não poderia responder a pergunta: "Por que você escreve no seu blog?". Porém, facilmente respondo a questão: "Por que você escreve?". Para esclarecer, vou responder ao segundo questionamento.
     Eu escrevo por que gosto, é ao mesmo tempo algo que tenho prazer em fazer e treina meu cérebro. Eu aprecio qualquer tipo de treinamento intelectual, escrever é um deles. A escrita representa para mim, algo que uma professora muito querida já disse uma vez: "Eu escrevo para saber que eu existo". Infelizmente não pretendo prolongar muito essa parte. Mas em suma é isso; um ato no qual eu posso ver ideias saindo da abstração da conturbada mente e por fim: formando um texto.
     Então, por que não posso responder à primeira pergunta? Bom, vamos lá.
     O ato de escrever, simplesmente por escrever, não pede algo além disso. Se escrevo uma poesia em um papel higiênico, eu posso até guardá-la e lê-la, porém não precisarei que mais ninguém leia, pois a minha única necessidade era: escrever.
     Então qual o sentido, em colocar textos em um blog? Por que não crio os arquivos no word e os guardo para mim mesmo? Será que é para compartilhar conhecimento? De fato. Mas mesmo assim é muito vazio, não sei quem vê, nem se vão consumir esse conhecimento. Bom, mas eu não gosto do bom, prefiro o excelente.
     A ideia de blog, já vem com o conceito de que alguém pode ler. Então você escreve um texto e fica ansioso para receber os comentários e ah, cansei de falar sobre isso. Vamos para o próximo assunto. (finalmente)

Hoje eu quase morri,

     Voltando no assunto anterior, é, voltando nele... Hoje eu li o conceito do Estoicismo na minha apostila de Filosofia. É complicado, vou fazer uma síntese da síntese. 
     Podemos mudar drasticamente de atitude em apenas um dia não? Sim, podemos. Tive a felicidade de aprender como mudar assim, sem necessitar do sofrimento, pois o sofrimento muda as pessoas drasticamente, e muitas vezes para melhor. Essa minha técnica de não precisar sofrer é boa, mas o sofrimento às vezes é mais esperto, e me mostra o outro lado.
     A mudança hoje não foi drástica, eu apenas percebi. Sim, percebi e me identifiquei na maioria dos princípios dessa corrente filosófica. (Estou pensando se devo colocar um texto sobre ela antes desse, bom agora acho que vou por, então vou lá transcrever. Pronto terminei, continuemos).
     Primeiramente algo que é muito importante e sobre o que eu já trabalhei sobre no blog, é se o sofrimento é algo  realmente ruim. Bom, várias revoluções e bons pensamentos surgiram depois de épocas difíceis. E épocas difíceis não são nada além de uma briga. Podem imaginar o que coisas maiores não poderiam fazer?
     Mas não estamos falando de masoquismo por aqui. A dor. No texto sobre Estoicismo, pode-se perceber uma pequena mas importante recordação de uma parte do pensamento de Heráclito. ( Aconselho a leitura do texto "Contrários Harmoniosos", no início do blog)
     A citação: O homem comum olha o quente e e o frio, e pensa que o quente pode viver sem o frio,  e vice-versa. O que nos leva a pensar, o bem. Tudo aquilo que é bom. A felicidade, a alegria, o amor. Poderiam eles viver sem a raiva, a tristeza? Não, pois são necessários. Essa dualidade faz parte da natureza do ser humano, fugir dela é uma atitude nessa visão, no mínimo insensata.
     Pretendo pensar mais sobre a questão de emoções em um futuro texto, o qual vou ligar com elementos do Estoicismo e desse texto aqui.
     Ultimamente, o pensamento de que certas atitudes, como sofrer por algo que não pode ser mudado, são totalmente inúteis e dispensáveis, sendo consideradas por mim como empecilhos na busca pela sabedoria veio me assolando, furtivamente. Quando me dei conta dos princípios dessa corrente filosófica, parei e vi que tudo isso era bom.
     E a medida que li, percebi como aquilo era a minha cara. O princípio que prega essa "Apatia Estoica" é muito interessante, pois existem coisas que não necessitam de tamanho interesse. Coisas que não vão mudar, que independem da sua vontade. 
     Foi então que a melhor parte veio! Sim, a parte que diz respeito não a  fenômenos naturais ou dificuldades ao longo dessa vida. Mas sim algo sobre as pessoas, você não poder controlar o que uma pessoa pensa de você!
     Sempre tentei me importar o mínimo com o que os outros pensam de mim, por que eu ficar me preocupando com o que fulano acha de uma atitude que muitas vezes pôde ter sido mal interpretada, é algo completamente inútil, pois não vai mudar o que ele pensa. 
     Hoje eu quase morri, o que me levou novamente a questão do blog, e também, por que parece que estou no caminho certo. Independente do sentido desse blog, independente da sua opinião.
     









Digamos que um texto muito técnico (tirando algumas partes, não fiz com o aquele tesão da coisa). E novamente estou aqui, escrevendo esse rodapé, para quê? Me identifiquei muito, mas ainda existem pontos que não me vejo dentro dessa corrente. Vou assim, achando minha própria filosofia. Vivendo, sonhando! A partir de hoje mais do que nunca, por que eu sei, eu tenho certeza, que tenho que fazer essa vida valer a pena. E isso não tem nada a ver com você,  e sim comigo. Finalmente uma luz. A dor esclarecida, se torna bela.

Estoicismo

Bom, como vão perceber no texto que irei publicar daqui a pouco - o qual eu parei na metade para escrever isso aqui - o Estoicismo foi uma descoberta encantadora na minha vida. Aqui vai as partes que considero mais relevantes para o iminente texto. Apostila de Filosofia. Autor: O de sempre, Romulo Vitor Braga (já até decorei).

     "O Estoicismo é a principal escola filosófica do périodo helenístico  e com os pensamentos de Sócrates, Platão e Aristóteles. [...]
      O Estoicismo foi uma filosofia helenística que teve vida longa, pois adentrou o Impe´rio Romano  por meio dos pensadores romanos Marco Aurélio, Cícero e Sêneca.
      Esse pensamento porpõe a divisão da Filosofia em três parte fundamentais: física, lógica e ética. Essas trÊs partes formam um conjunto explicado pela metáfora de uma árvore. A física é a raíz, a lógica seria o tronco e ética seriam os frutos dessa árvore. Por meio dessa metáfora, podemos notar que a finalidade de todo conhecimento da natureza (a física) e da lógica deve proporcionar uma arte de viver bem (a ética).
      [...] O homem é uma semente dessa razão divina, ou melhor, é um modelo no microcosmo em ressonância com o macrocosmo. Isso quer dizer que da mesma maneira que o universo funciona também o homem funciona.
      Ora, nesse contexto, como deve se portar o homem diante da vida e do universo? Para o estoico, ao compreender que é um ser racional que possui uma maneira de ser de acordo com o universo, o homem deve entrar em harmonia com esse cosmo e viver de acordo com suas leis.
      Diante disso, não há motivo para desespero até mesmo diante do sofrimento. Se a dor existe, ela é parte integrante do homem e do universo, e, portanto, é boa. Se o homem escolhe se revoltar contra a dor é porque não compreende que ela é parte de uma harmonia cosmológica perfeita.
      Isso vai gerar uma atitude muito austera diante da vida. Ao estoico, sofrer pela dor não faz o menor sentido. Por exemplo, a morte lhe é um fato natural, portanto, não o pode abalar.
      Essa noção de razão divina (logos) vai gerar outra postura. Se é a razão divina que gere o mundo, cabe ao homem saber o que ele pode mudar e o que deve aceitar resignadamente.
      O Filósofo estoico nos pede incessantemente para que não soframos com aquilo que não é de nosso controle, ou com aquilo que não depende de nós. Por exemplo, as intempéries da natureza estão fora do nosso controle, portanto, não devem ser causa de preocupação ou aflição. O tempo não está sob nosso controle, portanto, não pode ser uma preocupação. A velhice e as doenças são inevitáveis, portanto, não podem ser motivos de aflição. O mesmo ocorre como o que outras pessoas pensam de nós. Por mais que façamos o bem ou pensemos que estamos fazendo o bem, o que uma pessoa pensa sobre nós ou sente por nós não está sobre nosso controle. Portanto, não deve ser objeto de nossa ocupação.
      O que o estoicismo quer nos dizer é que a vida, o tempo, o amor, a dor, ou seja, o universo já estava aqui antes de nós e vai continuar depois que nós nos formos. O que ocorre no universo e, eventualmente, na nossa vida não é pessoal, mas uma lei que rege tudo o que está inserido no cosmos."




terça-feira, 25 de setembro de 2012

Arapuca

     Meus últimos contatos com os filósofos Iluministas têm sido magníficos. Suas ideias me fascinaram de um modo muito diferente de qualquer coisa. Meus pensamentos, minhas críticas, vi muito disso neles. Agora vou procurar estudar mais todos eles, para enfim, criar minha própria filosofia.
     É complicado dizer isso, mas perceber que estou em uma época pobre me deixa perturbado. Essa época ao qual me refiro é apenas um período pelo qual estou passando, no qual considero que não estou sendo crítico e pensador o suficiente. Filósofo. Confesso que a perturbação é extremamente essencial. Essencial para sairmos da inércia de continuarmos parados, mesmo que avançando. É preciso acelerar mais e mais. Pois o tempo é curto.
     Terminando uma das grandes obras épicas que já li, me vejo em um impasse. Vou então procurar novos meios para seduzir e saciar minha busca por conhecimento e sabedoria. Mas isso não é o que mais me incomoda.
     Estou incomodado realmente por ver como está tudo tão errado e perdido. "A vida pode ser a pior benção ou maldição que alguém pode te lançar". E uma aula sobre teóricos magníficos só me ajuda a pensar mais no assunto.
     O caso é que, eu sempre soube que não seria fácil seguir por esse caminho. Um caminho em busca da verdade. Será? Mas com certeza um caminho em busca do conhecimento. Sim, isso sim. Pois ele me fascina, e as pessoas que o desenvolvem também. E essa certeza minha veio cedo, no Mito da Caverna de Platão já podemos identificar essa dificuldade e condenação, por parte daqueles que não desejam seguir o mesmo caminho.
     É claro que isso não mexe muito comigo, o maior problema é querer que eles também sigam. E aí vem outro ponto da minha jornada; a Solidão. Sim, a solidão pois não há como buscar o mesmo em conjunto! Vejo a minha aventura como uma grande estrada. Nela eu posso caminhar, correr, ou me teletransportar de áreas do saber diferentes, e as quais eu esteja conhecendo. Nessa grande rede de saberes, eu posso encontrar - e encontro - muitas pessoas. Porém, não posso andar com nenhuma delas, eu tenho que seguir.
     A Solidão em si, não é o problema, me desculpo se foi essa a impressão que dei. Mas observe que as pessoas que eu vou entrar em contato, durante minha jornada, também estão avançando - a maioria - e o grande problema em si, é aquelas que estão paradas.
     Confesso que apesar desse primeiro ponto ser às vezes desconcertante, é duplamente recompensador, foi isso que escolhi, e assim vou persistir até meus últimos dias.


Aterrisse, meu jovem.

     Aterrissar é uma das piores coisas que eu já experimentei, pretendo manter meus pés o mais longe possível do solo. Porém, não se pode abandonar por completo algumas ligações mundanas. (isso gera uma discussão legal também). O caso é que quando trago isso para a minha vida, vejo como é difícil espalhar todos esses ideais, toda essa matutação em minha cabeça. Eu já disse a dificuldade de se expressar uma ideia! (texto "Habitat Natural", é só procurar aí, se quiser é claro) E como se não bastasse isso, existem alguns que realmente, não querem entender.
     Mas o que será tudo isso?! Um desabafo? Um momento de fraqueza nessa busca? Não, um momento de verdadeira reafirmação.
     Isso é um aviso a mim mesmo. É um alarme de que preciso me movimentar, preciso pensar mais e mais. Mas como eu sempre fiz, e provavelmente sempre vou fazer, eu te convido! Venha comigo, comece a teletransportar, comece a correr, e se não for possível, tente ao menos engatinhar na busca pela iluminação da mente. Na busca por nos tornarmos os verdadeiros profetas. ( Sugestão de livro: Sejam sábios, tornem-se profetas, George Charpak e Roland Omnès)
     Devo parar por aqui, espero muito mais de mim na próxima, não considero isso nem sequer um texto. Mas peço, pois mais em vão que seja, (pois sei que é quase inútil). Não fique parado. Não deixe isso ser mais um texto que te incentiva a mudar sua postura e você deixa de lado. É recompensador, e eu, que saí de lá por um momento muito breve, desejo retornar com todas as forças. Aproveite,  e pegue uma carona. 
   











AH! Vi hoje um comentário de uma pessoa diferente aqui no blog. Vamos honrar. Agradeço àqueles que perceberam a mudança no meu jeito de escrever, não tem a ver com nenhuma técnica, apenas na voz do texto. Está diferente, espero que, a mutação completa seja muito boa, e cada vez mais inteligente. Em especial nesse texto, que ficou para lá de pessoal, ( o que não me agradou, nem um pouco) a inspiração fica no outro mundo, para o qual sinto necessidade de partir imediatamente, e acredito que já estou indo.

sábado, 8 de setembro de 2012

Como pode assim?


Oh humana a tua dor
Será fraca? Causa muito mais frio que calor?
Mas você simplesmente desapareceu.
Com uma palavra de adeus

Os dados da vida não param,
De brincar se cansaram
E você aonde está?
Nesse maremoto de emoções?

Não sabes como dói.
Deixar-te ir, para voltar como nunca foi
E assim ser como eu não quero
Sem teu jeito , tamanho esmero

Perder para a distância
Perder para o romance
Dizer a mentira imaculada
Na forma desculpada

Mas de que tudo isso importa?
Agora me complico, chega a hora
Vá, há outros mundos além desse
Entristecer antes eu do que você.

Valeu de muito, pois me situaste,
A me tornar mais forte ajudaste
E escrevo aqui nas desesperanças de judeus
Que talvez isso nunca seja lido pelos olhos teus

E quando os judeus sofriam, a Rosa
Ela queimava, e dessa vez a Rosa
Nem branca, nem rosa ficou
Simplesmente se apagou

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Um ponto sobre diálogo.

Trecho da apostila de Filosofia do Poliedro sobre Platão. Autor: Romulo Vitor Braga.

"Por que diálogo?"

     "O diálogo consegue proporcionar a experiência de que o conhecimento deve passar por um processo de purificação ou de elevação que segue determinados estágios inferiores para adentrar estágios superiores.
Além disso,o diálogo oferece uma carga dramática necessária para que seja possível compreender que, apesar de envolver linguagem fundamentalmente teórico, a Filosofia requer um esforço, determinação e postura, que de fato, estão aliem da vida do cotidiano. [...]
     Para o filósofo, os sofistas não agrediam ninguém fisicamente, mas faziam uso da violência da palavra. Em um dos seus diálogos, usa de palavras duras para descrever a atitude de um sofista em particular que " salta como uma fera, pronta para dilacerar" para fazer calar Sócrates.
     Para ele, os sofistas odeiam a Filosofia por ela não reconhecer no prazer das paixões o princípio necessário da vida humana. Portanto, quando o sofista quer defender apensa a aparência da verdade, eles está se esforçando para defender algo mutável, que se alterna de acordo com a vontade, algo que não é fixo, mas que muda a bel-prazer. O sofista, então, defender a opinião subjetiva que não tem fundamento autêntico, mas que apenas quer satisfazer uma opinião pessoal arbitrária a qual, como a criança, muda de acordo com sua satisfação passageira. O sofista quer defender a aparência, quer dizer aquilo que o homem, preso ao mundo físico, das paixões, da opinião (Essa parte aqui é bem interessante), quer ouvir. A filosofia todavia, procura a verdade que nem todos estão dispostos a enfrentar. "

terça-feira, 28 de agosto de 2012

A feiura nossa

     O mundo é cruel. Mas já matamos o verdadeiro significado de mundo. A realidade é triste, e você nada vai fazer a respeito disso.
     Esteja você, na idade em que estiver, pare de ler o texto,  e olhe a sua volta, esse mundo é bom? Pergunta difícil de lidar não? Bom, então faremos o seguinte, irei discorrer com a visão de alguém que sofreu pouco, muito pouco, então talvez esteja menos anestesiado dos efeitos das dores que a vida pode causar.
   
     O MAIS IMPORTANTE DE TUDO: Seu idiota, me perdoem as damas, vou lembrar que antes de lerem esse texto ESQUEÇAM que quem escreve aqui é Arthur. Será melhor, acreditem.



     Olá! Meu nome é Arthur. (Mas não o Arthur que você está pensando) Estou escrevendo um texto motivado pelos sentimentos negativos do homem. Situações corriqueiras - Sei que parece incrível, mas coisas ruins fazem parte das situações corriqueiras - me influenciaram a escrever.
     Somos falsos, mentimos. Somos fracos e sem coragem. Mas ainda dizemos boas palavras.
     O caso é que, a vida é um sofrimento total, para alguém que é bom. Se você acha que a vida não é ruim, que viver é uma dádiva, você não é uma pessoa totalmente boa.
     Saiba em primeiro lugar, que você, está matando pessoas. Sim, para você viver, você mata as pessoas. Mas isso é tão injusto! EU não tenho culpa! Imagina se não, esse seu pensamento é um dos principais problemas do mundo.
     Quero ver quantas pessoas entrarão em conflito com o que eu vou dizer aqui, obviamente que a maioria não irá se pronunciar, mas isso é bonito. É bonito, por que estou falando dos problemas do mundo, e você não vai se preocupar com eles! NÃO! Vós preocupareis com os meus erros, e não vereis eu estou apontando o dedo para vós e para mim.
     Feísmo é a palavra. Feísmo é a reflexão. A noção de como tudo pode ser feio. Irei exemplificar em uma história, uma não, várias.

"Um garoto chamado Júlio tinha acabado de entrar no colegial. Ele só estava ali pelo sistema falho de educação do seu país,  e também por estar em uma escola particular. Ia arrastando com as matérias, nunca se dedicou, suas apostilas todas em branco. Só brincava e conversava na aula. Nunca estudava, sua vida era aparentemente puro lazer. Foi assim até o terceiro colegial."

     Essa é história bonitinha. O feísmo seria extraído daí, assim:

     Esse mesmo garoto, não sabe quanto mal causou. Enquanto ele fazia bagunça na sala de aula, ele atrapalhava quem estava lá para estudar, fazendo com que aquelas pessoas fossem prejudicadas.
     Ele tem bons professores, mas ele os vê como idiotas que estão atrapalhando sua diversão. Ele tem material, mas aquelas apostilas serão em sua maioria jogadas fora. Não serão utilizadas. A única coisa que ele insiste em fazer, é atrapalhar os outros, prejudicar sua própria vida,  e desperdiçar uma oportunidade.
     Seria bom se parasse por aí, mas não para. Como ele não tinha nenhum tipo de bolsa devido a sua situação desanimadora como aluno, pagava o preço integral da escola. Mensalidade que vale um salário mínimo. Já parou para pensar em quanto vale um salário mínimo? Se esse dinheiro fosse para uma família carente, bocas seriam alimentadas, e com muito mais chances, os filhos dessas famílias aproveitariam muito mais uma escola do que esse aluno.
     Então paremos com essa história, e contemos a história de uma mulher:

"Uma mulher, 26 anos, chamada Catarina, procura em uma escola particular uma bolsa integral de estudos para apenas o terceiro ano. Ela trabalha de doméstica e às vezes pega o turno da noite em uma lanchonete. Porém, ela tem um sonho: Se formar em biologia. E nem que se ela ficasse sem dormir, apenas para estudar, ela aproveitaria uma chance para tentar passar em uma universidade. Infelizmente, não era possível para uma escola providenciar uma bolsa de estudos para uma pessoa que não mostrava garantia de passar em um vestibular."

     Mesclando as duas, temos dois comportamentos totalmente opostos. A atitude do aluno, quando confrontada com a atitude da mulher, gera revolta. A primeira história parece zombar da segunda, olhar para ela, jogar todo seu desprezo. Enquanto a outra, sem alternativa, tem de continuar sua dura rotina.
     Quantos casos já não vimos assim? Muito mais casos da primeira história do que da segunda, mas mesmo assim, ambos são numerosos.
     Então a lógica desse texto volta à tona "tudo pode piorar".
     O primeiro sentimento que muitos podem ter pelo menino é de raiva, que a culpa desse mundo está em pessoas como esse garoto que não dá valor ao que tem. Então eu digo: Não, vamos aprofundar mais um pouco a situação.
     Em primeiro lugar: A história da menina é continuação da história do menino. Exatamente isso. Antes de ter seus 26 anos, a mulher também foi uma estudante, e teve a mesma atitude de Júlio. Só brincava nas aulas, e não dava valor a oportunidade que tinha. Posteriormente, ela não passou em nenhum curso, e teve que aprender com a vida, algo que ela, como ele, fizeram com uma atitude infantil e idiota.
   

A culpa então é de quem? 

     Será que Júlio e Catarina deveriam receber a culpa por suas atitudes? Complicado. Vou responder com duas visões, que posteriormente se unirão. 
     1ª. Os motivos? Temos motivo para tudo, mas muitas vezes, esses motivos não são conscientes. Não, não estou tirando a culpa deles. Será que é falta de pensar? Talvez. O lugar onde estamos, dá abertura para que isso aconteça. A sociedade onde vivemos. Em um país que tenta emburrecer as pessoas cada vez mais com distrações, verdadeiras "políticas do pão e circo", manipulação da mídia e tantos outros recursos. 
O protótipo de uma pessoa como Júlio, não parece ser tão nocivo a corrupção, por exemplo. Ao contrário meus amigos, é um perfil muito interessante. Pois será uma pessoa que não questiona, que engolirá o que o governo disser, e viverá sua vida sem perceber que o jogo da seleção é só para distrair de mais uma CPI.
     2ª Podemos pensar: Talvez ambos deviam ter muitos conflitos em casa. Mas então eu não deveria colocar isso na minha primeira visão? A qual eu estava apresentando fatores externos que influenciavam aquelas atitudes? Não. Por quê? Bom, vamos a mais uma história.

"Uma família de renda razoável sofria com um problema constante: o alcoolismo do pai. A família era composta por uma mãe, um pai, e dois filhos. Em muitos dias, o pai ia do trabalho para o bar, voltava, espancava a mãe, e batia nos filhos. Essa história se prolongou, até que um dia o pai morreu, e os filhos cresceram.
Um dos filhos seguiu o mesmo destino do pai, possuía o vício do álcool, causando muitas brigas em seu lar. Quando questionado sobre o porquê de ter esse destino, respondeu: 
— Ah! Meu pai era um bêbado, batia em minha mãe. Eu tive uma infância terrível... Isso me marcou muito, e acabou com a minha vida.
O outro filho, por incrível que pareça, seguiu uma carreira de sucesso, se tornando um cientista famoso. Quando questionado sobre a razão do seu enorme sucesso, respondeu:
— Ah! Meu pai era um bêbado, batia em minha mãe. Eu tive uma infância terrível... Só não quis isso para a minha vida.

     Respondendo

     A quem culpar? A nós mesmos, essa é a resposta. A nós por que preferimos tudo fácil, e não nos esforçamos, por censurarmos os criativos, justamente por que não conseguimos fazer igual. Por todas às vezes que dizemos a uma criança para não sonhar, só por que meu amigo, não fomos capazes de acreditar em nossos próprios sonhos. Pelas vezes que vimos alguém precisando de ajuda, e não custava nada ajudar, a não ser o nosso precioso tempo. Por todos os conflitos que criamos, por temos inveja de alguém que se sai melhor. Por mentirmos, termos pensamentos maus sobre as outras pessoas. Nós sentimos ódio, nos vigamos e magoamos uma pessoa. Muitas vezes por orgulho. Muitas vezes apenas para querer mostrar algo que não somos.
     Jogo toda essa culpa, em cima de mim, e em cima de você. Os verdadeiros responsáveis por toda tristeza de muitas histórias. Por que você não sabe, mas eu e você magoamos muitas pessoas, e elas se lembram das palavras e atos que fizemos contra elas. E se elas forem más com outras pessoas, nós teremos a nossa bela parcela de culpa.
     Então agora vou levantar a minha bunda dessa cadeira, e tentar me redimir um pouco dessa minha culpa. Por que nós vamos morrer meu amigo, não há oração que irá te salvar. Fazer o bem é a coisa mais difícil que há por aí, e não é justificando com coisas do tipo "Todo mundo é assim, todos nós pecamos". Vamos todos para o esquecimento, e se você não for, eu puxo seu pé quando estiver dormindo.





médico o caralho.
   

Vai se unir quando as pessoas tomarem consciência de se alertarem e alertarem os outros, de forma com que ninguém seja alienado da bondade.

sábado, 18 de agosto de 2012

Quando os Dinossauros dominavam a Terra


Com essa introdução espero mostrar
A vida que tomei e a qual irei levar


E que a cultura pop me tome! 
Se escolho ou não, eu consumo
Não resisto, pois tenho fome
Não leio, nem assisto eu fumo

Crio meu personagem no Diablo
Parece ser o melhor até agora
"Seu nome era Pablo"
E nesse ritmo quase me esqueço

O meu Super-Nintendo
Já está ligado, irei jogar
Vou jogar por um bom tempo
Acho que esse nunca vou abandonar

Com meu Rock faço minhas roupas
Visto só preto ou não visto nada
E então me lembro das poucas. 
Não me orgulho muito disso

Então eu simplesmente xingo
O caminho mostra, o Mestre Yoda
Senhor Légolas ensinais teu amigo
Como ter um cabelo tão foda

Tá na mesa! É hora de D&D
Como eu gosto de ser assim
Opa, já está na hora do meu anime
E não se esqueça das elfas

Ahh, vão ficar de wallpaper
Ultimamente os games melhoraram
Sem isso tudo não posso viver
Então preparo minhas músicas


E no MEIO irei escancarar a ideia
Finalmente, o desenrolar da minha Epopeia


Foi cedo quando percebi
Que quando eu nada sabia
Ao mesmo tempo prometi
Que eu me lembraria para sempre

Das horas ao Super-Nintendo
Do tempo na televisão
No Boss quase morrendo
Diversões que parecem/pareciam em vão

Então eu vivi com crianças
Eu era uma delas
Me armava de fogo, escudos e lanças
Nas colossais batalhas amarelas

E no céu azulado
Via meus heróis dizendo:
"A luta acabou! Goku, obrigado!"
É, assim fui vivendo

Vi os mestres da comédia atuando
Reconheço, tudo isso valeu a pena
A comédia da vida simples, aprendendo e errando:
"A vingança nunca é plena, mata a alma e a envenena"

Quando vi os primeiros grãozinhos indo
Da minha imaginação incrível
Algo que surgiu foi contribuindo
Para que eu não sentisse tanta falta

Então, quando eu abri um livro
Encontrei lá tudo! E a cada página:
Agora já posso partir, tenho tudo que preciso.
Minha aventura! Minha busca ávida

E tudo isso foi sozinho
Mas não posso esquecer dos momentos
Que passei juntos aos meus amigos
As alegrias  e os desalentos.

Não existia descanso. Era insaciável. 
E quando me deitava para dormir
Ficava a espera de um sonho inigualável
Para que no meu sono, ainda pudesse me divertir

Foi então que cheguei por fim
Ao término de época tão boa
Onde as perguntas ignoradas por mim
Era trocadas por imaginação, de tão simples atoa!

domingo, 12 de agosto de 2012

Rosa de Hiroshima

Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres 
Rotas alteradas

Pensem nas feridas 
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam 
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária

A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor sem perfume
Sem rosa sem nada

 Esse poema tão lindo. De Vinícius de Morais.

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Meu brado forte

     Saudações bom cidadão. Faz tempo que não apareço por aqui. Eu estava andando em uma pequena cidade no estado de Minas Gerais, e encontrei uma pequena peça de algum equipamento. Procurei na internet, e com algumas pessoa especializadas e consegui umas dicas. Acontece que já perdi muito tempo procurando, acho melhor anunciar que está perdido e ver se alguém consegue achar. Peço a todos que procurem, se vocês encontrarem me avisem. Então resolvi fazer um cartaz de procura-se, e coloquei algumas das características (espero que ajude, pois são muitas) da máquina  da qual essa pecinha faz parte. Segue o cartaz:

     Por favor! Estou desesperado por achar onde se encaixa essa peça! Tenho certeza que ela é muito importante, afinal, todo mundo sabe, todas as engrenagens geram um movimento, mas se faltar apenas uma, nenhuma serve.
     Então Abaixo descrevo onde ela se encaixaria:

     Encaixe Perfeito

    Bom, a primeira coisa que me surpreendeu na minha busca pelo mecanismo da qual a peça Z (resolvi chamar ela assim) se encaixa foi a de que é uma máquina MUITO grande! Não foram muito específicos de quanto grande ela é, mas pude entender que é gigantesca. O que chega a ser engraçado, pois estou com uma pecinha que cabe na palma da mão!
     Pesquisando mais, pude entender que ela não estaria fazendo muita falta por aí. Pois existem várias delas,  muitos já encontraram também. Mas ninguém soube descrever ao certo a qual máquina pertencia. Então, a partir daí, a minha necessidade de procurar era apenas para saciar a minha curiosidade. 
     Mas não pensem que é perda de tempo, pois nunca acabam as utilidades para essa peça, acho que estou com algo de valor em mãos, por isso a considero importante. A peça que tenho, é ao mesmo tempo material e abstrata! Ela é tão interessante, e possui várias características a primeira delas é a característica histórica.
     A característica histórica é obviamente uma das mais gritantes. O que possuo agora já foi utilizado em várias épocas! E continuará sendo usada por muito tempo. Posso estar enganado, com certeza estou. Mas com os dados que consegui até agora, já posso afirmar que era usada por um povo chamado de Sumérios e por outro povo que é denominado Egípcios.
     Então estudei um pouco deles, mas ainda sim não tinha toda a informação necessária. Então prossegui minha busca. Depois dos Sumérios e dos Egípcios vieram incontáveis povos importantes, dentre eles destaco: Os povos mesopotâmicos, os Hebreus, os Fenícios e os Persas. Todos eles pareciam ter algo muito familiar com o que eu tinha encontrado.
     O engraçado é que não parou por aí, pude sentir ainda mais familiaridade nos séculos seguintes. Primeiramente com os Gregos. Ah sim! Eles tinham um perfil que me mostrava que eu estava perto. Realmente pude entender muito desse grande equipamento. Os macedônicos me fizeram o favor de aprofundar a cultura grega através do Helenismo, o que também foi feito pelo Romanos. Porém esses últimos inseriram suas particularidades no Mecanismo.
     Enfim chegando a algum lugar, aos poucos percebi que essa máquina talvez fosse uma das maiores invenções! Ela era diferente de qualquer coisa que eu já tinha visto antes, ela era totalmente moldável de acordo com o tempo, o lugar, e as pessoas.
     Os povos bárbaros a princípio não pareciam muito semelhantes, mas conforme foram evoluindo também pude identificar que a máquina estivera lá. Nesses povos em particular, ela começou fraca e de repente se tornou incontrolável, uma potência. Uma monstruosidade que estava em toda parte. Isso já era presente no Império Bizantino e nos fins do Império Romano.
     Então parei de procurar e comecei a fazer ligações com o que eu já tinha. Percebi alguns pontos em comuns entre os povos, e algumas condições que faziam com que essa máquina se desenvolvesse mais ferozmente. Destaco:
  •      Religião: É impossível deixar de verificar a intensa presença da religião. Então resolvi mostrá-la em alguns casos específicos para que possam entender. Utilizarei como exemplos a Cristianismo através da Igreja Católica, e o Islamismo. As crenças que existiram antes desses se encaixam também (principalmente o Judaísmo). Porém vou falar dessas duas como exemplo.
  •      Estado: O Estado é geralmente a melhor forma de controle e é a essência da Máquina que procuro. Não há como citar dois tipos de Estados, mas sim o que ele tem comum sempre.
  • Mecanismo Estético: Na forma da Mídia e do Entretenimento. A parte da mídia é mais atual, já o entretenimento vem há muito tempo. Um exemplo é a Política do Pão-e-circo no Estado Romano. 

     Religião: O mecanismo começa a se esclarecer

    Com a evolução do Império Romano, principalmente durante seu auge, (na Pax Romana) uma nova força social e política começa a ganhar força. Podemos analisar que a religião estava concentrada nos deuses e na figura do imperador. A Máquina estava se sustentando através do Estado. 
     Surge o cristianismo. Sua origem, obviamente advinda do Judaísmo tendo como crença na vinda de um Messias. Falando especificamente de Jesus Cristo. 
     Essa nova doutrina se adapta perfeitamente as condições geradas pelo Império Romano, principalmente nas camadas baixas. Então começa a ganhar força, e, como o auge do Império deu início a sua decadência, a Igreja cresceu quando o Império caía (equilíbrio das forças), o que a tornou como opção de poder. A partir daí chegamos ao cerne de uma religião.
     O Islamismo não possui todos os princípios diferentes do Cristianismo, o que não seria lógico, pois ambos são religiões. Se o Cristianismo se adequou a vida de algumas camadas no Império Romano, o Islamismo também o fez nas nações que futuramente seriam componentes do Império Islâmico.
     Os povos semi-nômades receberam uma forma de unidade política com o Islamismo. A difusão do Islã é rápida e, a partir daí chegamos ao cerne de uma religião.
     O que seria esse "cerne"? Seriam os princípios dos quais elas necessitam para se conseguir o poder. O que eu observei durante a minha busca? Uma das coisas mais importantes aprendi a poucos dias. Foi dita por um provável futuro historiador. Foi: "Um Estado morre com seu governo, sua doutrina morre com ele. Porém Deus é uno, perfeito e infinito. Deus nunca morrerá." Então, digamos que as religiões construíram uma forma de poder que pudesse seguir por séculos e séculos, como tem sido demonstrado até agora.
     Isso tudo justifico com uma forma de controle. Sim, a religião é cheia de formas de controle. Vamos aos exemplos. A Bíblia, nela está escrita os ensinamentos de Deus. Existem os mandamentos. No caso do Islã o Alcorão. Existem muitas religiões, mas cada uma prega que é a certa. 
    E o mais importante, coisas que são ditas como verdade na religião entram em confronto com a Ciência.*
     Chego em um estágio do texto, que quero já adiantar o que vem por aí. Primeiro uma observação. Antes quis apresentar tudo isso para poder falar de uma coisa em especial. O Conhecimento, sim, era aí que eu queria chegar. ( Não acharam que eu ia simplesmente falar da nossa Sociedade, eu sempre me importei mais com o conhecimento.) Essa observação seria: 
     Atualmente o Conhecimento chega mais bem-recebido às religiões, mais em algumas do que em outras. Mas por que isso acontece? Bom, vamos fazer uma análise. Na Idade Média, no começo e no auge do Renascimento, a ciência foi muitas vezes feitas às escondidas, e foi perseguida principalmente pela Igreja. Mas as religiões não são más e querem acabar com a Ciência. Elas estão apenas se protegendo, pois coisas que antes eram aparentemente inexplicáveis, são explicadas pela Ciência. Faço até uma brincadeira, quando Deus criou o mundo, o fruto que não se podia comer, era o fruto da Árvore do Conhecimento do bem e do mal. A partir daí tirem suas conclusões.

Mecanismo estético: Maquiando...

     Você liga a televisão, e o que você vê? Pare para pensar nisso. O que você vê naquela maldita tela de não-sei-quantas-polegadas?! A informação que chega a você pela maioria das formas de comunicação é manipulada. A mídia é a nova ditadura.
     Acha que eu estou exagerando? Então pense comigo meu amiguinho, se você fosse um chefe de Estado, você deixaria que informações que atrapalhariam a ordem e o controle veicularem? OHOHOHO Agora eu fui ridículo não? É claro que não é assim. Por isso é a nova ditadura, pois aparentemente está tudo bem. E é isso que querem que você pense, que está tudo bem. 
     Vejamos exemplos, existem outras formas de fazer com o que a ordem seja mantida. As piores revoluções não são aquelas armadas e revoltosas, pois para isso existe o que se chama e de exército. O pior tipo de revolução é a REVOLUÇÃO INTELECTUAL. Imagine se todos tomassem consciência de como está o país, e exigíssemos novas leis e o fim da corrupção?! Se conseguíssemos, todos os chefões estariam fora, pois a corrupção está no topo. Se você fosse eles, deixaria isso acontecer? É claro que não. 
     Então, para impedir que algo do tipo aconteça, existem medidas simples que podem ser tomadas.
Algumas delas são: 
  1. Investir em uma cultura pobre, onde não é preciso muita inteligência para se gostar de uma arte. As pessoas mantêm um nível intelectual baixo. Consequentemente, artistas ruins se dão bem, e artistas bons não tem espaço nesse mercado, pois o trabalho deles exige maior conhecimento
  2. Fazer as pessoas esquecerem dos problemas: Formas? Várias. O Futebol é uma delas. Por que o brasileiro vai ficar se preocupando com a fila do SUS, e com tanta corrupção, se quarta-feira é o jogo do time favorito dele? Ele é FANÁTICO pelo time! Por que diabos ele vai ligar se a conta de luz aumentou e se o Carlos Cachoeira foi preso?!
  3. Dar uma dose de esquecer os problemas e dependência, além de um belo mercado: Álcool.

Estado: O poder

     O Estado. Esse mesmo elemento, se faz presente há muito tempo, e tudo gira em torno dele. É muita coisa para se dizer de um Estado, pois eles, diferente das religiões, são mais diversificados. Então meus amigos, resolvi falar de um Estado em especial. E o que mais importa. Aquele no qual eu vivo. O Brasil.
     Mas fiquem tranquilos, para falar dele posso resgatar muitos princípios. Então antes, minhas maiores indignações.
     O Conhecimento aparece novamente por aqui. O que anda acontecendo? Parece que vemos cada dia menos intelectuais, menos pessoas lendo, menos interesse por assuntos interessantes. Vou tentar responder a isso, primeiro fazendo um esquema
      Tomo muito cuidado, para professores de Geografia e Sociologia não me xingarem, mas vou tentar fazer o meu melhor. Eu encontrei essa grande máquina presente no Brasil. Ainda que não pude vê-la, mas sei que está por aqui. 
     Tudo se resume: Preguiça e Acomodação. Eu já escrevi um texto sobre Incomodação, enfim, acomodação obviamente é o contrário de tudo que escrevi lá. Essa preguiça não é uma preguiça comum. É uma preguiça necessária. Cada Estado desenvolve seu jeito de controlar, o do Brasil é o do emburrecimento de uma grande massa. 
     Quando você não procura aprender, você  se torna cada vez mais controlável. É fácil prever as ações de uma pessoa que não se intelectualiza. E o que se mais vê por aí são pessoas previsíveis. Aquelas que quando você pergunta: Você gosta de ler? Resposta: Não. Você gosta de estudar? Não. Então é melhor você parar por aí...
     Isso é visível no Mito da Caverna de Platão. Pessoas acorrentadas que não veem o verdadeiro conhecimento, mas só uma sombra dele. Aqueles que se libertam das correntes da Ignorância são odiados por aqueles que não conseguem ver como é bom não viver mais na escuridão da Caverna. 
     E foi Sócrates... O exemplo histórico, morto por questionar, morto por simplesmente questionar. Os poderosos não gostam de questionamentos que põe em risco suas formas de governo. Isso é mau para os negócios. Pois nenhum sistema de controle é perfeito. Então eles querem pessoas que não achem as falhas no sistema, ou seja, pessoas idiotas e indolentes.
   
Caso encontrar ligar para:

     Ainda procuro que máquina é essa. Se você souber me diga. Se alguém encontrar, vou ficar muito feliz. Pois já não aguento mais carregar essa pecinha, que pesa muito. Se você teve a capacidade de ler até aqui, meus parabéns meu amigo, você é a minoria da minoria. Muitos não sabem ler e muitos não querem ler. Sei que só falei coisas que já são sabidas. Mas são sabidas e ninguém as denuncia. Não vou mudar o mundo, vou mudar a mim mesmo.
     Existe uma história que diz que um político muito importante estava tentando mudar o mundo. Então, o filho dele entrou no escritório e o ficou atrapalhando o homem a fazer o seu trabalho, então o homem resolver entreter o menino com alguma coisa. Procuro e achou o que precisava, uma mapa do mundo em uma revista. Então ele recortou o mapa em vários pedacinhos de deu para o menino montar. O menino que tinha apenas cinco anos demoraria para montar o mapa. Se conseguisse.
     Assim ele esperava ganhar muito tempo. Após alguns minutos o filho retornou : "Terminei papai". O pai que esperava ver o trabalho digno de uma criança, viu o mapa corretamente arrumado. Então perguntou: "Como fez isso meu filho?!" A criança inocentemente responde: "Ora papai, quando você me deu o mapa, eu achei muito difícil. Mas daí me lembrei que no lado oposto da folha havia a figura de um homem, então como eu já conhecia o homem, o consertei. Então quando virei a página, vi que ao consertar o homem, também havia concertado o mundo!"
     Eu vou tentar fazer a minha parte. Vou te dizer, é muito difícil. Você pode pegar alguns atalhos por suas virtudes e por seus princípios. Mas se tem algo que realmente nos impulsiona é ter em mente uma verdade.
      É ela: Eu não espero morrer e ir para um paraíso, eu não espero morrer e ir para um inferno. Se eu viver mais alguns anos já está bem. Vou tentar apreciar o máximo possível, por que sei que essa pode ser minha última chance. E além disso, existe tanta coisa bela por aqui! Vejo pessoas incríveis, algumas que quase mudaram o mundo. Outras que deixaram seu legado de paz e de luta pela igualdade, pelo amor e pela justiça. Quero honrá-los.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Susto

     É de surpreender. Me peguei assustado hoje, lendo um texto de meu blog. "Eu escrevi isso?". Mas amigos, não pensei isso por que estaria muito bom, ou algo do tipo. Pensei simplesmente por perceber um pensamento momentâneo, só que gravado em letras. Explicarei melhor. Desenvolver!

     Sempre tento evoluir. Me intelectualizar, uma atitude normal e obrigatória de qualquer um que esteja no caminho da verdade, a procura dela. Deixemos de lado por hora, o que seria essa verdade.
     Tento sempre ignorar minhas limitações, primeiro passo. Tento sempre me aprimorar mais, segundo. Só que nesse caminho, diante de tantas possibilidades, às vezes acontecem alguns "momentos". Esses momentos são muito especiais. A expressão "perder a razão" no seu sentido popular, e não literal, exemplifica bem isso. Quando esses momentos acontecem, muitos o associariam a certa Inspiração, que no caso, me leva a escrever.
     Uma pessoa, que através da ira se cega, é uma boa metáfora a qual me comparo nesses momentos. Não vejo nada, a não ser o que estou fazendo, concentração talvez quase total? Ainda quero explorar mais isso. Por hora apenas relato a vós, para ver o que isso é para vós, quais as diferenças.
     E quando leio algo desses momentos, o pensamento volta até mim, me surpreende, ganha novos moldes. Foi quando me referi, pois foram gravados nesse blog, em letras, e não perdidos como muitos outros pensamentos. Então, quando superficialmente tinha me "esquecido", posso lê-lo novamente. Desenvolver outras ideias sobre eles. Mas nunca acho que devo modificá-los. Estão ali pois representam aquele momento, e não devem sofrer alterações. Eles são minha ficha intelectual, dividida cronologicamente.
Por agora relerei todo meu blog, e vou renascer.
     Se bem que hoje estou calmo... Tranquilo, não diria adormecido. Apenas pairando.

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Ensaio de Ser bom

 Antes de tudo, vou prepará-los com uma história que me inspirou a escrever tudo isso, é a história de Ernani, se você já conhece, leia novamente, pois eu fiz o mesmo hoje, e isso provocou reações diferentes daquelas que tive a primeira vez que vi a história. Leia, e depois veja os verdadeiros milagres a sua volta: Uma mãe que consegue trabalhar o dia todo, e ainda comprar balas para o seu filho. Um adolescente que diz não as drogas. Muitas vidas, que se fosse necessário, seriam, voluntariamente ceifadas, para salvar a tua.

O texto não tem autor conhecido:


     Certa vez, trabalhei em uma pequena empresa de engenharia. 
     Foi lá que fiquei conhecendo um rapaz chamado Mauro... ele era grandalhão e gostava de fazer brincadeiras com os outros, sempre pregando pequenas peças. 
     Havia também o Ernani, que era um pouco mais velho que o resto do grupo, sempre quieto, inofensivo, à parte. 
     Ernani costumava comer o seu lanche sozinho, num canto da sala; ele não participava das brincadeiras que fazíamos após o almoço, sendo que, ao terminar a refeição, sempre sentava sozinho debaixo de uma árvore mais distante. 
     Devido a esse seu comportamento, Ernani era o alvo natural das brincadeiras e piadas do grupo, ora ele encontrava um sapo na marmita, ora um rato morto em seu chapéu e o que achávamos mais incrível é que ele sempre aceitava aquilo sem ficar bravo. 
     Em um feriado prolongado, Mauro resolveu ir pescar no Pantanal, antes, nos prometeu que, se conseguisse sucesso, iria dar um pouco do resultado da pesca para cada um de nós. 
     No seu retorno, ficamos todos muito animados quando vimos que ele havia pescado alguns dourados enormes, Mauro, entretanto, levou-nos para um canto e nos disse que tinha preparado uma boa peça para aplicar no Ernani. 
     Mauro dividira os dourados, fazendo pacotes com uma boa porção para cada um de nós, mas, a 'peça' programada era que ele havia separado os restos dos peixes num pacote maior, à parte. 
     - Vai ser muito engraçado quando o Ernani desembrulhar esse 'presente' e encontrar espinhas, peles e vísceras ! - disse-nos Mauro, que já estava se divertindo com aquilo.
     Mauro então distribuiu os pacotes no horário do almoço; cada um de nós, que ia abrindo o seu pacote contendo uma bela porção de peixe, então dizia: 
     - Obrigado ! 
     Mas o maior pacote de todos, ele deixou por último, era para o Ernani. 
     Todos nós já estávamos quase explodindo de vontade de rir, sendo que Mauro exibia um ar especial, de grande satisfação. 
     Como sempre, Ernani estava sentado sozinho, no lado mais afastado da grande mesa. Mauro então levou o pacote para perto dele, e todos ficamos na expectativa do que estava para acontecer. 
     Ernani não era o tipo de muitas palavras, ele falava tão pouco que, muitas vezes, nem se percebia que ele estava por perto; em três anos, ele provavelmente não tinha dito nem cem palavras ao todo, por isso, o que aconteceu a seguir nos pegou de surpresa.
     Ele pegou o pacote firmemente nas mãos e o levantou devagar, com um grande sorriso no rosto; foi então que notamos que seus olhos estavam brilhando. 
     Por alguns momentos, o seu pomo de Adão se moveu para cima e para baixo, até ele conseguir controlar sua emoção. 
     - Eu sabia que você não ia se esquecer de mim - disse com a voz embargada. 
    - Eu sabia, você é grandalhão e gosta de fazer brincadeiras, mas sempre soube que você tem um bom coração - ele engoliu em seco novamente e continuou falando, dessa vez para todos nós. 
    - Eu sei que não tenho sido muito participativo com vocês, mas nunca foi por má intenção... sabem, eu tenho cinco filhos em casa, e uma esposa inválida, que há quatro anos está presa na cama e estou ciente de que ela nunca mais vai melhorar. 
     - Às vezes, quando ela passa mal, eu tenho que ficar a noite inteira acordado, cuidando dela e a maior parte do meu salário tem sido para os seus médicos e os remédios. 
     - As crianças fazem o que podem para ajudar, mas tem sido difícil colocar comida para todos na mesa... vocês talvez achem esquisito que eu vá comer o meu almoço sozinho, num canto... bem, é que eu fico meio envergonhado, porque na maioria das vezes eu não tenho nada para pôr no meu sanduíche ou, como hoje, eu tinha somente uma batata na minha marmita. 
     - Mas eu quero que saibam que essa porção de peixe representa, realmente, muito para mim, provavelmente muito mais do que para qualquer um de vocês, porque hoje à noite os meus filhos... 
Ele limpou as lágrimas dos olhos com as costas das mãos. 
    - Hoje à noite os meus filhos vão ter, realmente, depois de alguns anos... e ele começou a abrir o pacote... 
     Nós tínhamos estado prestando tanta atenção no Ernani, enquanto ele falava, que nem havíamos notado a reação do Mauro, mas agora, todos percebemos a sua aflição quando ele saltou e tentou pegar o pacote das mãos do Ernani, mas era tarde demais. 
     Ernani já tinha aberto o pacote e estava, agora, examinando cada pedaço de espinha, cada porção de pele e de vísceras, levantando cada rabo de peixe. 
     Era para ter sido tão engraçado, mas ninguém riu, todos nós ficamos olhando para baixo e a pior parte foi quando Ernani, tentando sorrir, falou a mesma coisa que todos nós havíamos dito anteriormente: 
     - Obrigado ! 
Em silêncio, um a um, cada um dos colegas pegou o seu pacote e o colocou na frente do Ernani, porque depois de muitos anos nós havíamos, de repente, entendido quem era realmente o Ernani. 
Uma semana depois, a esposa de Ernani faleceu.

Agora eu assumo daqui.
****

    Inspirado em uma passagem da bíblia, no texto acima e em questões que me tiraram da razão ultimamente, vou fazer um panorama confuso. Um texto que serve para mim e para todos. (Mas especificamente para um grupo de pessoas que vê a vida de um jeito diferente)
     Os princípios de uma religião, onde se tira a parte da recompensa divina e os deixa soltos. Essas atitudes fazem sentido dentro de uma doutrina, onde se acredita que haverá recompensa. Mas e quando não há retorno?


Bem-aventurados os misericordiosos.


Me dê sua pena? Quando devo ter misericórdia? E quantos já não foram enganados, e quantos já não foram humilhados e agredidos, mas estes não fizeram nada contra vós, não fizeram nada. E vós não entendestes aquela reação. Pois vós pelo menos até aquele instante, desconhecestes tal ato. Como quereis entender algo que não praticais, devidamente por não dominares tal conhecimento?
     Os que dançavam eram considerados loucos por aqueles que não ouviam a música. É desta atitude que estou falando! Essa "misericórdia" pode ser ensinada, então ensinemos!



Felizes as pessoas de coração puro.


     Como é difícil, conseguir entender a diferença de se ter um coração puro, e de não ter lábia. Eu me pergunto, e pergunto a vós, não parece que onde nós vivemos, nas relações pessoais, comerciais e tantas, é impossível ter "coração" puro? Sejais puros, mas não sejais ingênuos. 
     Clamo ardentemente a sua compreensão, de que é tão bonito a complexidade das interações. Não devemos perder a "política" humana de interagir, recriar e criar informações, se comunicar. Só preservemos a nossa essência.


Felizes as pessoas que trabalham pela paz


     Se as pessoas que trabalham para a paz conseguirem um pouco dela, tenho certeza de que já valerá a pena. Todos esses SENTIMENTOS dos quais não sei muito, e ainda falo deles, todos saem um pouco do racional. Saem um pouco do real. Por que o humano se sente bem em ajudar o outro sem ganhar nada em troca? Por quê? Se tu me respondes com qualquer coisa, te desafio. Tens certeza? Proves. Estás vendo? Aí está minha dúvida, não é provável...


 Alegrai-vos e exultai pois não sabemos onde vamos parar, e a contradição nos enforca. Alegrai-vos e exultai, pois te falta sentido em suas ações, e você se considera um homem da razão. Racionalmente então, por quê? EU pergunto a mim e a ti, por quê? 


Terra de bons homens

     Se vê muita caridade por aí, não podemos saber quanto de maldade e quanto de bondade existe, qual seria a  proporção. Estou nesse momento, passando frio, por que me despi da roupa da razão, e pareço delirar.
     Me peguei fazendo o bem um tempo atrás, sempre fui assim, nunca precisei de reconhecimento. Mas agora paro, paro por que tomei uma atitude drástica há pouco tempo, e o sentido de fazer atos bons, se vê perdido. Escute em silêncio, você não me deixou terminar de falar. Aqui é assim, eu falo tudo, você escuta.
     Diferentemente de quando tomei minha atitude, agora parece que mesmo faltando razão em fazer o bem, não consigo abandonar isso. Está em mim.
     Se podem me ver agora, como estou nu, sem meu manto de razão, podem enxergar a grande dúvida que está gravada em minha pele. Fui um homem que conseguiu aceitar talvez a verdade mais cruel de todas, de bom  grado. Mas só pude fazê-lo, pois não sofri tanto aqui. Nem chegou perto do que tantos sofrem. Mas acreditem, se eu tivesse sofrido, não poderia aceitar a verdade, e me perderia. 
     Nunca me perguntei algo tão crítico! Criticamente instável e perigoso. Ser bom, por quê? Chego a um ponto onde vejo que poucos poderão lidar com meus questionamentos, pouquíssimos. Fico me perguntando, quantos serão que vão conseguir no mínimo lidar com isso? Um? Dois?
     Pretendo responder, mas, pela última vez, não existe última resposta. Essa é uma prova que podemos entregar, e depois corrigi-la, mas sem receber uma nota. Quando o tempo da prova vai acabar? Isso eu não sei, chutaria a nossa morte, não? 
     E mesmo assim, é tão bela. Como vale a pena, estar vivo, aqui, agora. É tão perfeita, se me dispo da manta da razão, a coloco dobrada sobre a cabeça, nunca a deixaria tocar o chão. As possibilidades sensitivas são maravilhosas, a capacidade de pensar, cacete, esplêndida.
    Não gosto de questionar perguntas que são de uma metafísica clichê. Mas sim de uma pitoresca, para mim, é óbvio! E quais seriam essas? Não é preciso invocá-las nesse momento, digamos por enquanto: Seriamos nós, o Universo tendo consciência de si?
     Se assim o for, propomos que existam outras consciências, por aí. Mas ainda somos isso que a linguagem chama de humanos, somos usantes de qualquer tipo de comunicação e expressão desenvolvidas por outras pessoas. Ah! Sim! Era aqui que eu queria chegar... Outras pessoas! Amar! Amar!
     Me permitam, mais uma vez: Por quê? Criamos algo tão forte, tão forte... E como dói perder alguém.
     Quero, em razão de tudo que você leu, se você chegou até aqui, dizer o quanto misterioso você é! E se um dia, se um dia meu amigo, ou se um dia minha amiga, eu entender uma parte infinitamente pequena do que você é, eu vou poder descansar em paz. Obrigado, e mais amoroso do que qualquer apaixonado, eu digo para você: Eu te amo.


E o fim da história de Ernani:



Cada um de nós, daquele grupo, passou então a ajudar as cinco crianças. 
Graças ao grande espírito de luta que elas possuíam, todas progrediram muito; Carlinhos, o mais novo, tornou-se um importante médico; Fernanda, Paula e Luisa montaram o seu próprio e bem-sucedido negócio, elas produzem e vendem doces e salgados para padarias e supermercados. 
O mais velho, Ernani Júnior, formou-se em engenharia, sendo que, hoje, é o diretor geral da mesma empresa em que eu, Ernani e os nossos colegas trabalhávamos. 
Mauro, hoje aposentado, continua fazendo brincadeiras, entretanto, são de um tipo muito diferente; ele organizou nove grupos de voluntários que distribuem brinquedos para crianças hospitalizadas e as entretêm com jogos, estórias e outros divertimentos. 
Às vezes, convivemos por muitos anos com uma pessoa, para só então percebermos que mal a conhecemos... nunca lhe demos a devida atenção, não demonstramos qualquer interesse pelas coisas dela ignoramos suas ansiedades ou seus problemas.