sexta-feira, 25 de maio de 2012

Críticas

     Esse texto está um lixo. Muito obrigado! Não tem de quê.
     Críticas são melhores que elogios, e eu vou provar o porquê.
     Quero que me provem se eu estiver errado.
     Espero que a partir desse texto, você fique muito melhor ao ouvir algo de ruim, do que um elogio.

     Pra que as críticas servem? Mostrar pontos negativos? Tudo bem, de início vamos pegar essa resposta. Agora em cima disso eu pergunto, esse pontos são relativos? Claro, de acordo com a visão e conhecimento de cada um. Até agora nada de novo não é? Pois é, mas agora muda um pouco: Por que uma crítica é melhor que um elogio? Vou explicar.
     Em primeiro lugar, vou dizer onde isso é aplicável. Em que momentos se pode preferir a crítica ao elogio? Bom, para mim é todos. Mas principalmente na arte. Na bela arte, é o contexto mais aplicável. E com base nos exemplos da arte, da filosofia e do cotidiano, vou provar. (que enrolação né? Calma, vai chegar)
     Vamos pegar um exemplo, já com a arte inserida. Você faz o seu trabalho, e o apresenta. Por que digo que  é melhor ouvir "Não ficou bom" ou "precisa melhorar nesse aspecto" ? Por duas ( existem várias outras, vou citar duas aqui) razões.
     Primeira razão: Aperfeiçoamento. Claro o próprio nome já diz. O que adianta vários elogios, se não existe algo negativo que possa ser melhorado?! Seja na sua arte, seja em você mesmo, seja em tudo! Será mesmo que tudo em algo, ou em alguém está perfeito? Esse é o primeiro motivo de uma crítica ser melhor que um elogio, pois estes não acrescentam nada, a não ser seu ego, e entenda, alimentar seu ego não é uma coisa muito boa. Chamo a atenção para um fato: Elogios fazem com que sintamos que não precisamos de aperfeiçoamento, eles nos iludem, pois se forem verdadeiros, não precisam ser ditos, pois já são sabidos.
     Segunda razão (tiro o chapéu para essa daqui): INCÔMODO. Espera, aperfeiçoamento está legal, mas agora incômodo?! Pois bem, o que seria isso? Seria simplesmente uma das razões da inércia intelectual que muitas pessoas estão inseridas, o motivo de pessoas contentes com seus espíritos e descontentes com suas posses... Sim essa é a razão. Eu te digo, ninguém gosta de descobrir que está errado. Ninguém gosta de mudar o que pensa, pensar, fazer coisas, ter que fazer mais do que já faz. Ninguém gosta de se incomodar.
     As críticas são ferramentas de incomodação, a forma mais pura de mexer com esse ser espetacular que pode estar dentro de cada um de nós, e proponho algumas formas principais para essa incomodação acontecer, sendo ela realizada por nós mesmos, para atingir outras pessoas, ou para nos atingir:

  1. Indagações - Perguntas que tem como objetivo questionar o conhecimento ou as atitudes das pessoas, ainda não é uma crítica, mas possui a famosa ironia embutida.
  2. Críticas - Afirmações que provocam incomodação por etapas. Quando é realizada, mostra ou sugere certo erro da pessoa, o que faz com que a mesma caia em um conflito: Isso está certo, ou está errado?
  3. Ideologias - É simplesmente ser e pensar, em suma viver, isso causa incomodação pois você afirma seus ideais e isso incomoda os outros.
     Antes de prosseguir, não faço referência nesse texto sobre "cuidar da sua vida" ou "me deixem em paz, parem de falar nas minhas costas" e muito menos "as pessoas se incomodam comigo por que eu sou foda". Não é de meu interesse. Isso são idiotices humanas, se alguém entender o que quero dizer sobre Incomodação verá que não é esse o ponto, mas é claro que é relacionado, afinal tudo é.
     E o que venho dizer sobre a incomodação? Que o mais importante dela, é o seu próprio nome. Vamos dar um exemplo, uma pessoa se incomoda com uma obra de arte. Esse é o maior privilégio do artista, ele tem que ficar contente mesmo. Muitos pintores, cumpriam seus objetivos quando suas obras por exemplo, escandalizavam a sociedade. Isso significa que aquelas pessoas deram importância para  a obra, pois a mesma atingiu o ponto fraco humano.
     E o que é atingir isso? É chegar no lugar mais evitado por todos nós. Esse lugar, é onde estão as nossas maiores fraquezas, é o que tentamos chamar de lixo, é o preconceito, é a criança que morre de fome na África e também é as guerras que eclodem todo dia. É a razão desse ser humano que tanto ama, mas isola seu amor desse lugar, por que nós tememos esse lugar.
     A incomodação, é quando alguém, nos lembra vagamente, que este local existe e o que está preso aí, é aquele ser espetacular.

Arthur Gobbi de Lima

quarta-feira, 23 de maio de 2012

Erro

Algo que pensei hoje...

"Vou sempre estar errado naquilo que acredito, e se aquilo em que acredito estiver certo, vou estar errado em dizer que estava errado. Como se pode notar, sempre haverá um erro em minhas palavras, mas posso ser certo em dizer que vou errar."

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Mãe Terra

     Olá. Esse é um soneto da aula de literatura de hoje, espero que gostem.

arTer

A terra me vem molhada
Estão crescendo nessa fé
Germinando entre garras
Pretendendo sufocá-las

Um pingo d'água te adentra
A tua capa protetora...
 Sensibiliza-se tanto
Provoca em ti o doce pranto

Perde-se por entre as águas turvas
Se faz de boba, brinca bem atoa!
Por que não és como a água da lagoa?

E por que não és como o céu tão belo?
Pois tu és perfeita assim como terra
E muito tranquilo em ti me enterro

Arthur Gobbi de Lima

terça-feira, 15 de maio de 2012

Horóscopo do dia

     O futuro. Ninguém tem certeza  sobre ele, fazer planos em um terreno tão acidentado e blá blá blá. Todo mundo já sabe disso. Quem pensa que o futuro é longo não pensa direito. Pode acabar agora, daqui a três minutos, enfim, coisa que todos sabemos.
     Faço uma pergunta. Viagens no tempo são possíveis? Ficou consentido que viagens no passado não são possíveis, por que senão seríamos visitados. Quem garante que já não fomos? Se eu fosse do futuro, não iria alertar as pessoas de hoje desse fato, eu preferiria manter distância, e se pensar bem, deve ser um sinal de inteligência não voltarem para essa época. (o mesmo motivos de os etês não darem um alô por aqui)E viagens ao futuro? Assunto delicado... Não são descartadas. Aonde quero chegar? Tudo é possível, mas existem coisas desnecessárias, e tempo deve ser um assunto bem necessário.
     Antes de brincar, eu gostaria de levantar outro questionamento. O tempo é linear? Não em uma questão física, mas filosófica. O futuro é mudado constantemente, ação aqui, reação ali, ou será que tudo já está programadinho?
     Abrimos mais possibilidades, tomando a primeira hipótese como verdade: nada é certo, existe um destino lógico, não certo. De modo que uma pessoa sofra de uma doença grave, morra por essa doença, e de modo que a mesma possa ser vítima de uma bala perdida. Enfim, vários finais, e não só um comum. E também deve-se levar em conta, o fato de que um sorvete derretido na calçada pode fazer a mesma pessoa se atrasar um pouco e não ser atingida pela bala perdida. Se pode notar, que nessa hipótese, a mudança é gigantesca. Porque não se trata de uma pessoa só, e sim de várias, de modo que uma influencia a outra. Alguém derrubou aquele sorvete, talvez porque outra pessoa esbarrou em seu braço. Caótico. Teoria do Caos.
     Agora brincando com suposições; se existisse uma máquina, que fosse capaz de prever esse futuro, nessa perspectiva, você olharia para um monitor da máquina e não entenderia porra nenhuma. Futuros tão diferentes mudando a cada milésimo de segundo, por causa de várias ações, que podem transformá-lo.
     A segunda visão do futuro, tem duas maneiras de ser trabalhada, a primeira seria de que tudo já está previsto para acontecer, e a segunda, existe certa liberdade para as coisas acontecerem, mas sempre acabam nos acontecimentos maiores. A segunda maneira, não é tão independente da primeira, na verdade, se analisar bem, não há como diferenciá-las, pois não se pode ter certeza se as coisas acontecerem com liberdade.
     Seja lá o que for verdade, nos intrigamos muitas vezes com situações, que chamamos de coincidência, e outras ainda mais espetaculares que chamamos de destino. Quando Saturno entra em escorpião...

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Avante amigos!

      E sempre que nos vemos diante de mais uma bifurcação no caminho, seguimos por uma faixa, e vemos a outra se distanciar cada vez mais, até que já não possa ser vista.
     Que as nossas atitudes sejam tomadas, sim, e que depois de serem tomadas, elas nunca poderão mudar. Mudar o passado, é possível, apenas mudando o futuro passado, aquele o qual ainda podemos construir.
     O sofrimento está por todo lado, mas faça o seu eu feliz, e pare o ciclo do ódio quando ele chegar até você. Você não precisa ser bem sucedido, ter uma família e ser rico, não, faça da sua espiritualidade e da sua sabedoria a sua base nessa vida.
     Ame a todos, independente de quem é, perdoe, leia tudo isso de novo, veja, como ainda há tempo! Aproveite esse tempo restante, esses anos, meses, dias ou horas que lhe faltam.
     Leia "O Menestrel" e se já tiver lido, leia mais uma vez! Que mal faz? E se lhe fizer mal, e se qualquer coisa lhe fizer mal, que seja um mal para o bem.

Arthur

quarta-feira, 9 de maio de 2012

O Método socrático

     Fico animado com o fato de eu já estar postando aqui o Método socrático, me sinto assim, pois depois dessa pequena vislumbrada dos artifícios de que irei usar no blog forem abordados, sobrará mais espaço apenas para textos de minha autoria. Apesar de que o Método ir muito além desse resumo, as principais partes, devem estar aqui. O primeiro texto é da apostila de Filosofia do Poliedro, e o segundo é da Wikipédia.

"Método socrático

     Sócrates não se considera[va] professor, pois ele via a si mesmo como um incentivador da busca pela verdade. O comprometimento do filósofo com os homens é suscitar-lhes o desejo pelo saber. Para atingir seus objetivos, ele não lecionou, mas sim, questionou.
     Era, geralmente, no mercado de Atenas que Sócrates exercia a prática filosófica. Dizia que sua voz interior o levava a fazer os homens perceberem que estavam vivendo no sonho da ignorância. Qual era, então, o procedimento para despertar?
     A resposta para essa pergutna recai numa palavra: diálogo. Podemos perceber que Sócrates tem uma ideia bem particular do que seria isso. O diálogo é a medicina socreática da alma, ou seja, é por meio dele que se pode livrar a alma da doença do erro e da ignorância. Para praticar o diálogo, é preciso possuir alguns passos:
  1. Exortação - A primeira etapa é dedicada a convidar o interlocutor a buscar a verdade. É a exortação da Filosofia enquanto joranada para a sabedoria.
  2. Indagação - A segunda parte é um início de questionamento para tentar encontrar uma resposta.
  3. Ironia - Sócrates fazia comentários sobre as respostas que lhe eram dadas. É dito "ironia" porque Sócrates coloca-se na posição daquele que está esperando avidamente pelo conhecimento de seu interlocutor, (aquele que se julga sábio), que está presunçosamente pronto para ensinar Sócrates. Contudo, isso é apenas uma artimanha para que se possa perceber, por meio das perguntas de Sócrates, que a sabedoria que o interlocutor supõe ter é, na verdade, falsa.
  4. Maiêutica - ainda por meio de perguntas, Sócrates começa a indicar caminhos para que o interlocutor descubra o conhecimento por si mesmo"



Maiêutica

     A Maiêutica Socrática tem como significado "Dar a luz (Parto)" intelectual, da procura da verdade no interior do Homem. Sócrates conduzia este parto em dois momentos: No primeiro, ele levava os seus discípulos ou interlocutores a duvidar de seu próprio conhecimento a respeito de um determinado assunto; no segundo, Sócrates os levava a conceber, de si mesmos, uma nova idéia, uma nova opinião sobre o assunto em questão. Por meio de questões simples, inseridas dentro de um contexto determinado, a Maiêutica dá à luz idéias complexas. A maiêutica baseia-se na idéia de que o conhecimento é latente na mente de todo ser humano, podendo ser encontrado pelas respostas a perguntas propostas de forma perspicaz.
A auto-reflexão, expressa no nosce te ipsum - "conhece-te a ti mesmo" - põe o Homem na procura das verdades universais que são o caminho para a prática do bem e da virtude.





terça-feira, 8 de maio de 2012

O poder das histórias

    Peço perdão pela piada horrível no final do texto.. Ei! Não vá olhar.

     Mas uma vez, repito. Elas são fantásticas.
     As histórias, provavelmente umas das primeiras formas de transmissão de conhecimentos, nos mostram um mundo infinito, infinito mesmo. Elas podem surgir de qualquer lugar, ter qualquer função, e sempre vão nos ensinar algo.
     O problema, e também a característica mais importante delas ( a mais impressionante, também) são as diversas formas que elas podem assumir. O que quero dizer com isso? Pois bem, me conte uma história! Provavelmente uma pessoa diria: "Agora?! Mas não... eu não me lembro de nenhuma agora... li uma historinha em um livro esses dias mas não me lembro!". Basicamente ela acabou de realizar meu pedido. E mais impressionante é que o "grau de informação e/ou beleza artística" nelas embutidos que as diferenciam, ou não.
     Músicas, artes cênicas, a sua vida. Tudo isso tem algo em comum, e pelo o que estou te contando agora ( a não ser é claro que você tenha desistido de continuar de ler o texto e voltou só agora, tudo bem, leia de novo) você sabe o que é. Pare de ler o texto e olhe a sua volta, pense em quantas você já não leu ou escutou hoje?São muitas.
     Elas podem produzir emoções estéticas tão diferentes! E não precisam serem feitas com fins artísticos ( o que ainda é muito discutível). Uma notícia ruim, irá provocar tristeza, e as mais variadas emoções. Pense em sua obra de arte preferida de cada uma das sete artes; literatura, música, artes plásticas, etc. São todas histórias.
      Mas agora um quadro é uma história? Sim. E não me venha com surrealismo, as melhores geralmente estão no surrealismo. Existem histórias em todo lugar, mas ninguém disse que sempre vamos conseguir identificá-las. E nesse processo de identificação, vamos ficando cada vez mais fascinados e a cada vez elas se escondem mais. O que proponho para isso? Ler.
     Ler tudo, ler as palavras, os gestos, as emoções, as cores, etc. É só lendo. Poderemos assimilar enfim uma grande história, a nossa história, e esta não vai ser escrita, vai ser (infelizmente não sei como expresso esse verbo), ela vai ser apresentada de uma forma que nós humanos não conhecemos, e talvez saberemos na hora de nossa morte.

(não teve piada...)


He was a good boy



The king was so sad with those plague days
And he’s court jest was not so funny
The ships were stranded in the bays
The king was really bored…

Years and more years passed
And at once one horseman appeared
Promising peace to all the rest
And the king didn’t knew about him… Yet

Brief longevity to the king
The children were singing

So he accomplished his promise
To many cities he brought peace
And choirs at the sun rise
But this annoyed the king

And the monarch gave the order
To behead the brave man
But he didn’t wait for the undercover
The king cried painful tears

After the all the prediction
He went to look the face of that man
All the reason of all that situation
Was that his son returned after years of claims


Arthur Gobbi de Lima

terça-feira, 1 de maio de 2012

Linguagem

     Depois de ficar dois dias sem postar nada, trago um texto de um livro chamado "Sejam sábios, tornem-se profetas" De Georges Charpak ( Nobel de Física, 1992) & Roland Omnès. Esse livro é realmente muito interessante, vai inspirar muitos textos ainda e me fez aprender a nunca menosprezar uma feirinha de livro em um supermercado. (o que eu já não fazia, mas agora as chances de que eu faça desceram a zero).
    Neste trecho, ainda no começo do livro, eles escrevem uma fábula sobre o Paleolítico.

Novas revelações sobre a Era Paleolítica

     Há muito tempo, tanto tempo que podemos dizer que era uma vez um demiurgo e sua companheira... " Um demiurgo, que é isto?, poderão perguntar. Segundo os dicionários, os demiurgos eram divindades secundárias na tradição platônica. Um deles foi, inclusive, elevado pelos cátaros do Sul da França à posição de deus do Mal e criador desastroso do mundo! De nossa parte, acreditamos que os demiurgos são artesãos aos quais Deus encomenda projetos inéditos, mundos surpreendentes, espetáculos, teoremas ou jóias vivas, em suma, tudo que seja capaz de distrair um Todo-Poderoso. "Surpreendam-me, inventem algo inteligente!", diz Ele, sempre que preside um de seus congressos.
     A nosso casal de demiurgos ocorrera em outros tempos a ideia de inventar o homem. O protótipo que então apresentaram era sedutor — sobretudo em sua versão feminina —, e não faltavam ao modelo graça e sofisticação. " Ele foi feito à Minha imagem e se parece comigo", dissera Deus. " Gostei. Vou criá-lo" Criar não é fácil quando temos de respeitar as leis que nós mesmos promulgamos e levar em conta a jurisprudência acumulada ao longo de toda a história do mundo. Felizmente, Deus é sutil, como diria seu amigo Einstein — que também era um demiurgo —, e assim, manipulando, colando e transformando alguns genes de macaco, levou o projeto de homem à linha de montagem. Isto aconteceu há milhões de anos, e até hoje discute-se sobre a data exata e o local da inauguração.
     Mas há cerca de 200 mil anos, ou seja, na época do era uma vez, o demiurgo e sua companheira estavam perplexos. "Muito bem!", dissera-lhes Deus naquele dia, "e o homem, como vai? Já está na hora de me proporem uma continuação. O australopiteco não foi nada mal, a invenção do fogo pelo Homo erectus foi um excelente achado, mas que coisa mais demorada, parece que não acaba nunca! Vamos, um pouco de imaginação!" (Deus é generoso com a concorrência). Nossos dois demiurgos imediatamente trataram de lançar mão de compassos, lápis e bisturis. O masculino encontrou um título que inscrevera em letras grandes em sua folha, "Homem I", mas o apagou, substituindo-o por "Homo sapiens". Mas o restante da página continuava desalentadoramente em branco. " Precisamos de um bom roteiro" disse ele, pensando alto, "algo romântico, quem sabe, embalado no canto dos pássaros e no murmúrio do vento". Acontece que para os espíritos criativos, e logo, também, para os demiurgos, não existe  a menor diferença entre imaginar uma história e vê-la acontecendo como num filme, de modo que foi o seguinte que eles viram.
     A câmera celeste descortinava aos seus olhos florestas virgens, pontuadas aqui e ali por clareiras e rios cristalinos. Por toda parte eles viam animais, em bandos ou solitários, e ficaram espantados com a pequena quantidade de homens. Mas logo entenderam o motivo. Aqueles que conseguiam ver pareciam uma caça asustada como outra qualquer. De dia e de noite, serviam de presa aos maqueirodontes [...]. Foi ela quem falou primeiro:
     " — Algo não deu certo em nossa programação, e acho que sei o que foi...
     — Você esta falando da multiplicação das feras? Mas não podemos fazer nada; a equação que liga as populações de predadores às presas é incontestável, e o resultado do cálculo, inevitável. O que quer que façamos não haverá saída.
     — Não foi o que eu quis dizer. Você não percebeu os gritos emitidos pelos humanos quando o Dinofelis entrou na caverna, pulando por cima da fogueira? Eles piavam, gemiam, grunhiam e alguns até rugiam...
     — O que não surpreende, considerando-se as circunstâncias.
     — Mas você não está entendendo, eles não falavam!"