domingo, 1 de dezembro de 2013

Uma paz nociva

Hoje foi um dia curioso.

     Gostaria de escrever sobre mim.
   
     Terminei há alguns dias o livro Sidarta, do Hermann Hesse. Confesso que foi uma leitura incrível, me fazendo procurar por cada gota de saber contida ali. É claro que eu pude abrir apenas uma pequena fenda de um enorme dique.
     A leitura me intrigou muito. Casou-me pertubação, dúvida e intensa vigília para entender tamanho emaranhado de conflitos. Essa busca estarrecedora, e acima de tudo, intensa, de Sidarta, me cativou até o último instante. E é por isso que estou aqui.
     O fato que mais atraiu minha atenção, é justamente a inconstância dessa busca. Ela não é uniforme, inalterável e pacífica. Ela muda a todo momento, e mais importante ainda, aquele que procura está mudando. Tendo assumido tal fato, encontrei um enorme dilema.
     Ainda mais do que escrever para quem lê, como já mencionei várias vezes, escrevo também para mim. E não só escrevo, como leio, canto, atuo, me expresso. Da parcela que tomo para minha pessoa, retiro meu modo de viver, caracterizado por mudar a cada obra, a cada experiência, como toda pessoa. Porém, eu me atento ao processo, me maravilho com o que consigo perceber.
     Ao analisar uma certa tranquilidade que venho trazendo dentro de mim, fiquei satisfeito. Senti-me feliz por não provocar a discórdia em muitas ocasiões nas quais poderia fazê-lo. Dei-me como realizado por não usar de pretexto algum para levantar a voz, provocar conflitos. Então, desde um grande tempo para cá, venho praticando uma tolerância, aceitação do erro alheio. Que nada tem a ver com paciência, pois essa já pode ter-se esvaído quando me impeço de tomar partido no ciclo do ódio.
     Como tenho espaço para isso (saúdo meu blog) farei um adendo que muito encanta a minha pessoa. Tenho perfeita ciência de que muitos não concordam com o que direi, e não o acham correto, porém, para a minha vida, não encontrei melhor solução - que aliás, como direi pouco à frente, se tornou num enorme problema - do que procurar entender o motivo do sofrimento alheio, e no processo, entender a causa das ações ruins dirigidas a mim. Se alguém sente dor, e por causa disso provoca dor, é mais humano de se entender do que simplesmente cogitar que ela provocou dor sem justificativa alguma. Sei como somos falhos, e sei que precisamos ter essas falhas perdoadas, ou será que não?
     É justamente o conflito no qual me insiro. Ao praticar a tolerância, eu não estaria prejudicando a evolução daquele que me atingiu? Não estaria privando-o de uma censura que poderia-lhe fazer bem? Para melhor ilustrar o problema, decidi colocar aqui um trecho do livro Sidarta.
     "O filho, por sua vez, permitia que o pai se comportasse estupidamente. Tolerava que o velho se empenhasse em conquistá-lo. Humilhava-o diariamente pelos seus caprichos. Aquele pai não tinha nada que o encantasse e ainda menos que lhe inspirasse temor. Era um homem bondoso, o tal pai, um bonachão meigo e brando. Podia ser que fosse um homem muito piedoso, talvez um santo. Mas nenhuma dessas qualidades era suscetível de atrair um menino. Enfadonho, sim, parecia-lhe aquele pai, que o mantinha preso àquela mísera cabana. Sidarta entediava-o, e o fato de ele retribuir a traquinice pelo sorriso, o insulto pela gentileza, a maldade pelo carinho, era precisamente o que se afigurava ao menino como o cúmulo da odiosa astúcia peculiar de um ancião hipócrita. O menino teria preferido mil vezes ser ameaçado ou maltratado pelo pai."
     Ao me lembrar de uma atitude que haveria de provocar uma reação negativa, mas que foram incontáveis as vezes em que permaneci impassível, vezes quais minha única reação não passou de um pensamento de desaprovação, me dei conta de que nada havia de sábio em não censurar. Na verdade era mesquinhez da minha parte. Ingênuo fui!
     Quando imaginei que estaria impedindo a discórdia por não manifestar-me em desaprovação, estava na verdade omitindo a minha parcela de ajuda na evolução alheia! Sei que provocaria atrito, raiva, e sentimentos negativos. Mas então a partir do conflito aquela atitude seria questionada, e com a caminhada do outro, poderia ser repensada.
     O sábio não pode ter amigos. Algo que venho aprendendo é que cada um caminho a seu passo, no seu ritmo. Não adianta sermos expostos ao mesmo conhecimento, às mesmas experiências. Tudo depende de cada. Cada pedacinho dessa vida, tem significado diferente para cada pessoa.
     O sábio atingiu sua meta, ele não pode ajudar na meta dos outros. E o que seriam amigos senão aqueles que estão se ajudando? Aqueles que caminham juntos, não um atrás do outro?


Não para onde irei, mas com quem.

     Fiz essa pergunta. Pode ser que não a responda imediatamente. Mas tenho uma ideia vaga do que é essencial para mim. Eu prezo pelo laço que não distingua corpo, comportamento ou pensamento. Verdadeiro amor incondicional, atingido por aqueles que se desapegam de tudo. Um amor que não dependa de laços sanguíneos, de instintos. 
     É possível olhar para um desconhecido dessa maneira? Amá-lo? É muito difícil, reconheço. Somos na grande maioria, fracos. 
     Decido então, num primeiro momento, buscar sozinho a minha paz. Mas essa paz é tão enganadora, as respostas que busco vão muito além do que algumas palavras podem expressar. Não quero me explicar - este é o ponto - pois as palavras enganam, elas são traiçoeiras. Existe uma verdade muito maior dentro de cada um. E não digo isso num sentido sobrenatural. Estou me referindo justamente ao processo de auto-descoberta. O que é conhecer a si mesmo.
     E no dia de hoje, identifiquei, o principal empecilho a essa caminhada. Passei o dia na casa de uma familiar, e na minha estada, fiquei a par de várias histórias envolvendo uma festa de formatura. O que ouvi foi desde meras fofocas, até críticas sobre o comportamento de algumas pessoas. 
     Indo com calma, dissequei muito do que foi dito, tentei separar o máximo da verdade, e da intenção daqueles que contavam. Percebi algo gritante, porém, não muito novo. Quando a crítica partia para alguns familiares, a postura mudava completamente, enquanto que quando se falava de estranhos, não viam nenhum motivo para ponderar o que se falava. E a leviandade reinou na conversa. 
     O que mais chamou-me a atenção foi a venda colocada por cada um. E então, uma cascata de outras lembranças invadiu meu pensamento. RELIGIÃO. INTOLERÂNCIA. COSTUMES. TRADIÇÃO. 
     E novamente retorno àquilo que vem compondo meu pensamento. A arte do desapego. Pois são de fato, apegados a objetos, ideologias, pessoas, o que seja. E isso impede que usem a razão que jaz em cada um. Admito, que ao entrar em contato com certos tipos de pensamento, acabo por me influenciar e escrever como ser meu norte fosse um pouco mais atraído para esse pensamento. Porém, nunca encontrarei doutrina que se adeque ao meu ser.
     Retorno então a Sócrates. Na filosofia socrática obter o conhecimento é nada mais nada menos que recordar algo que está dentro de cada pessoa. Uso esse processo - e agradeço pelo mesmo ser complexo - para fazer uma analogia do que é trilhar o próprio caminho, descoberto apenas por você, ninguém mais. Busque.
     Admitindo que existe grande obstáculo como as inúmeras vendas que colocamos, posso partir para a resolução do meu primeiro problema. Um impasse levantou-se no horizonte. Não quero apelar para qualquer tipo de atrito que poderia ser evitado, causar qualquer sofrimento desnecessário. Mas julgo mais cruel da minha parte deixar o outro em qualquer estado em que eu possa ajuda-lo, do que causar qualquer dano.
     É que o dano é que me intriga. Para mim, é bem-vindo. Então porque quero privar as pessoas do dano que posso causar? Eu tenho certeza de vou procurar o melhor no mal que vier até mim. Vou a partir dele evoluir. Mas nunca terei esse sentimento a respeito do outro. 
     É chegado o tempo de mudar. E o farei com um diferencial crucial.

A crítica pura

     Minha solução é simples. A tolerância deverá sempre existir. Da minha parte ela sempre existirá, e crescerá o quanto eu puder nutri-la. Devo mudar outro aspecto: o meu silêncio. 
     A amizade é feita desse conflito. É através dele que muito se constrói, e não apenas do pacifismo e da tolerância. Mas não existe conflito mais genuíno que aquele causa por um questionamento próprio? que terá sua gênese na crítica pura.
     É uma solução teórica, não há certeza em sua eficiência. As relações são muito mais complexas e imprevisíveis, só gostaria de chamar a atenção para esse aspecto, que foi de belo modo traduzido pelo trecho do livro do Hermann Hesse. São numerosas as ocasiões que realmente precisamos brigar, gerar a discussão, o despeito. Mas para que eles tornem-se cada vez mais raros e desnecessários.
     Estamos em etapas diferentes da nossa jornada. Porém a crítica, como há mais de um ano discorri aqui, é universal. E servirá sempre de instrumento para intercalar as experiências, os seres.
   

quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Biocida

     O famoso Design inteligente me parece muito careta. Se foi mesmo engenhoso, usou toda inteligência para criar o maior jogo de sadismo que esse universo já viu. E nesse teatro macabro, atuamos nós, seres humanos, sem ensaio, muito menos roteiro.
     Faz-se necessário observar as extremas dificuldades enfrentadas por espécimes em meio natural. A Natureza é árdua, a princípio. A maioria dos nichos é perigosa e põe os animais em constante luta pela sobrevivência. A incessante luta, já é suficiente para entreter o animal.
     Quando essa questão é analisada com essa ideia de vida como uma distração, ela torna-se algo incrível. Seguindo porém, outra linha de raciocínio, a vida desde o início é um grande mistério, em si é o maior exemplo de que a curiosidade matou o gato.
     Aparentemente não detectamos a vida propriamente dita em outros planetas, o que mostra o quão rara essa formação é; de fato, o ser vivo é convidado por si mesmo para um universo que não precisa dele. A não ser é claro, para que o universo tenha consciência de si. O que me diz de um planeta inabitado, no qual sua atmosfera começa a gerar reações químicas que darão gênese às primeiras substâncias orgânicas?
     A vida começa sem ser convidada, estrutura-se de uma maneira completamente aloprada, mas harmônica. Aloprada pois as interações entre os seres vivos são, com toda certeza, aquilo que poderíamos comparar às ligações nos átomos, ao cimento nos edifícios e a costura nas vestes.
     Vou dizer o que a Mestra fez, é claro, não vou ensinar nada, somente apresentarei  uma ótica interessante. Sua estratégia é de auto-sacrifício, visando sua mantença.
     É importante frisar que  falo da Vida como um tudo, mas seria impossível tentar falar sobre o todo sem aquilo do que ele é formado; os seres vivos. Além disso, cabe colocar aqui a definição que irei usar na maior parte do texto, sendo a vida um período entre o nascimento e a morte. Pois bem.

A dor como ingrediente da vida

     Algum infeliz, que aliás, foi feliz num ato, deu um empurrãozinho e hoje vemos tamanha diversidade na nossa biosfera. As responsáveis, naturalmente, foram as leis físicas que regem nosso universo. A partir daí espalhou-se por todo o globo, se foi um processo mais lento em certas épocas, agilizou-se com a Explosão Cambriana.
     Encontro importantíssimos três estágios. O primeiro deles é a transição entre o vivo e o morto, o que é explicado pelo ciclo dos organismos. Se algo está vivo, é porque antes estava "morto", e vai morrer novamente. Então quando o desenvolvimento de um indivíduo  se dá por meio de compostos inorgânicos e orgânicos, ele inevitavelmente vai voltar a ser apenas esses compostos, então forma-se o paradoxo:  A vida consiste em animar o inanimado, mas não consegue se manter sem tornar-se novamente inanimada.
     Se acabássemos com todos os ciclos de todos organismos, matando-os, nada haveria de diferente daquele momento em que só haviam substâncias "mortas", cerca de 3 bilhões de anos atrás. A não ser uma condição muito mais propícia para que tudo se reciclasse.
     O segundo estágio é quando ocorre uma relação de prejuízo (ou relação desarmônica, se preferir) entre seres vivos. Os heterotróficos explicam muito bem esse processo de sacrifícios - mencionado anteriormente. A Vida é a única manifestação conceitual que precisa provocar danos a si mesma para desenvolver. (Estou transitando entre a perspectiva do todo e do indivíduo)
    Se um elemento preda o outro, é com certeza um prejuízo total para a presa, mas também é a única forma do predador progredir. Temos: É preciso avariar, ou seja, inanimar para que possa, por sua vez, criar novos indivíduos e manter outros.
     O terceiro, e precursor de muitos problemas, é o aparecimento de uma sistema nervoso mais complexo, que aumenta a sensibilidade e reação ao meio. Com isso, possibilidades como sentir dor, prazer, e uma gama de estímulos transformam-se em realidade. É nessa parte em que pergunto o quão longe essa Mestra já não foi, e se não deveria parar por aí.
     A natureza é a criança educada, munida de uma lupa num dia ensolarado, ela sorri e diz: Que venham à mim as formiguinhas!
     Minha intenção é plantar a mesma dúvida que me atormenta: A evolução, o desenvolvimento dos seres vivos, os processos de adaptação e seleção natural, e principalmente a possibilidade da criação de um Campo subjetivo nos seres humanos, tudo isso, é imbuído de que valor moral?
     
Um marinheiro confuso, num barco sem rumo

     A condição de tornar-se um organismo, ou seja, tudo que proporciona isso, é uma avalanche de mecanismos harmônicos que trabalham, gerando essa enorme biodiversidade. Até alguns milhares (ou talvez milhões) de anos atrás, nenhum ser tinha a consciência de sua estadia. Eis que surge um mais intrometido que a própria vida! E entende um período pelo qual tem noção do seu metabolismo, da suas atividades nesse mundo. 
     Nos interessa antes disso acontecer, por enquanto. Antes desse evento catastrófico, o que poderíamos dizer? O que mais me persegue é o fato de que a vida não possui sentido para qualquer um!      
     Qual o sentido da vida de um animal? Ele luta por sua sobrevivência, faz tudo apenas para continuar vivendo? NÃO! Ele faz isso para continuar vivendo e para REPRODUZIR-SE. Sim, tudo gira em torno de passar seus genes adiante, mas qual a finalidade disso? Bem, evoluir. Criar mais e mais vida, para que isso se repita indefinidamente, passando por altos e baixos, evolução, extinção...
     Eu não sei se estou me induzindo a crer, mas não está presente uma enorme dose de sadismo aqui? Quero dizer, estamos a par das condições do mundo natural (a maioria de nós) e sabemos que nada de bonito há no leãozinho que retira da zebra o seu alimento, matando-a. Muito menos no dragão-de-komodo, que mesmo a sua presa escapando de um ataque, estará morta em alguns dias devido a uma infecção generalizada oriunda da mordida do lagarto. Simples assim, um coquetel de bactérias e uma morte lenta e dolorosa.
     Represento com esse subtítulo, a experiência que toda forma de vida no nosso planeta está submetida. Pense comigo, que por exemplo, o número de bactérias na sua pele é maior que o número total de células do seu corpo, e que foi de um indivíduo primitivo como esse que possibilitou que você, primata do gênero Homo seja como é.
     Somos os poucos, os ínfimos tripulantes conscientes de uma expedição gigantesca chamada Vida.
   
Consciência

     Nunca foi meu desejo tomar as dores da humanidade e me corroer com tamanha desgraça e tantas histórias horríveis. Porque assim o são.
     Nunca foi meu desejo fazer-me manifestação dessa vida. Ter consciência. É a palavra mais pesada que já aprendi. Seria necessário um léxico de uma dúzia de escritores clássicos para equiparar-se a essa palavra. 
     Por causa dessa coisa chamada consciência, nós refletimos muito. Acabamos inventando um mundo. É o que defendo. A nossa vida hoje, é baseada em ideias tão alheias ao mundo natural, coisas que surgiram da imaginação de algumas mulheres e homens. Dinheiro. Filosofia. História.
     Estabelecendo uma exemplificação: Um leão que mata um búfalo para alimentar-se. O leão é um animal restritamente carnívoro, não podendo obter seu alimento de qualquer outra fonte que não seja carne. Esse cenário é imperturbável quando analisado assim, mas basta adicionar a Consciência que temos um conflito instantâneo. BOOM! O processo de morte envolvido é extremamente doloroso, além de cessar ali uma vida. Mas por outro lado, se o leão não alimentar-se do búfalo, quem morrerá (de maneira não-menos cruel) será ele. E aqui retorno ao primeiro subtítulo, por que a vida deve que se firmar de modo que sempre haverá essa relação desarmônica, haveria algum tipo de Evolução que não incluísse a dor e essa constante disputa? Por que a vida é essa constante disputa? Essa seleção natural, selecionados para quê? Por que, ó raios, o leão tem que matar para viver, caso contrário morrerá?
     Agora, como ser humano, posso escolher entre matar um animal ou optar por uma dieta vegetariana. Porque sou naturalmente habilitado a ter uma dieta onívora. Imaginemos agora então, um cenário em que o ser humano seria um ser estritamente carnívoro, como o leão, mas ainda dotado de consciência, ou seja, tendo a ciência da dor causada à presa. Então, o que se haveria de fazer? Para que não me atenha apenas a natureza do heterótrofo, que tal se as plantas possuíssem uma sensibilidade igual aos animais, de modo que em qualquer dieta o sofrimento fosse gerado. O que seria moralmente correto?
     Esse é o grande problema, a priori, aqui não existe moralmente, muito menos correto. Esse é o léu desse mar caótico que navegamos, só que dotados de uma espécie de bússola traiçoeira; a noção do "mal" que causamos. Mas agora, a parte de qualquer mal que causemos, também aponto: Ora, minha natureza, você mesma se construiu com violência e dor. Como acha que seus filhos dotados de consciência devem se comportar?
     É claro que ela não me responde. É claro que ninguém me responde, nem eu mesmo. Mas isso não me desanima. Porém, eu preciso terminar o que comecei aqui, então sigo.
     Nós sempre queremos nos colocar de uma maneira distante dos animais, como civilizados. Sempre procuramos nos afastar daquilo que é selvagem, inculto, primitivo, aparentemente irracional. Conseguimos? Sim, grande parte do tempo para uma minoria de pessoas. Essas, providas de todo o tipo de conforto, podem sim ficarem alheias ao comportamento considerado selvagem.
     E acho que é uma bela proposta, se não fosse aplicada de maneira tão errada, e cruel.
     Seria boa se procurássemos nos afastar da dor provocada conscientemente na natureza. Me pego rindo num momento desses dos texto, porque penso no que todas as nossas leis são baseadas, e como o ser humano é contraditório. Um assassino, por que é condenado? Por que matou? Então, mas o câncer mata muitas pessoas, não só uma, como nosso amigo assassino, mas milhões. Tal qual a tuberculose. Por que não existe uma legislação específica para determinar a pena dessas doenças? Certo. Que exemplo ridículo, pensemos então num acidente em um zoológico, em que um crocodilo ataca uma criança e a mata. Ele poderia ser julgado, condenado.
     Se é então, a noção ao cometer um crime que condiciona a condenação, que prendam a raça humana! Estamos matando crianças de fome ( não se preocupem, é normal um leão matar uma cria que não tem seus genes), fomentando guerras (chimpanzés são extremamente territorialistas, travando sangrentas disputas entre as coalizões*) promovendo um holocausto sobre bilhões de animais terrestres e marinhos para alimentar a boca de uma pequena parcela da população (lobos comem alces; ursos-marinhos focas; cobras ratos; e crocodilos qualquer presa) sendo que para que isso seja possível, milhões de hectares destinados apenas a alimentação animal (para que dar os grãos diretamente às pessoas, não?). Mães abandonam seus filhos (a fêmea de uma espécie de besouro come parte da sua cria, caso falte alimento).
     Sim, a vida é uma mistura de belo e feio. Dor e prazer. Na medida certa? Pensando no conjunto, talvez, analisando-se cada indivíduo, não.
     Levou-se bilhões de anos - considerando que apenas o ser humano desenvolver uma consciência no universo - para que a Natureza pudesse olhar-se no espelho. Somos feitos de material estelar. É isso o que somos, e estamos provando de uma visão que nunca antes foi possível. Esquecemos nossas verdadeiras origens, não planos divinos ou qualquer tipo de predestinação.
     Após evocar todas essas questões, e ainda deixarei muito em aberto. Após tocar na ferida, e analisar o que é a vida, essa coisa que nos envolve, que nos é. Partindo das comparações e nunca nos esquecendo da nossa própria história, de quanto ódio foi produzido, de quanto amor foi cultivado. É com essa melancolia, reflexão, sobre o que é a humanidade nisso tudo, que eu gostaria de deixá-lo, a sós, talvez não tão sozinho, pois tem minhas palavras... Mas acima de tudo, deixo-lhe novamente o convite, de pensar por todos, e seriamente, perguntar se a sua vida é isso mesmo que você já planejou, construída nos precários suportes do amanhã. Pois caso você não se lembre, o futuro é incerto, e o câncer ainda não foi preso.

domingo, 1 de setembro de 2013

Tabuleiro de tabus

    Confesso que procurei definições e discussões sobre a palavra tabu antes de escrever esse texto.  O significado todo especial concebido a essa palavra neste texto é sem dúvida muito questionável, mas deixarei a questão de lado em uma primeira escrita, permitindo-me a discuti-la em outro espaço.
     Vários escritores foram notáveis por colocar o dedo na ferida, por apontar o que a sociedade gostaria de esconder. Transformaram seus livros em olhos, e os viraram para as mazelas que nos permeiam a vida.
     Não é de longe minha intenção no momento. Eu só gostaria de falar abertamente. Queria dizer qualquer coisa que me causasse receio ao sair pela minha boca. Porque eu posso fazer isso, e vou.


Meninos e meninas

     São meninos e meninas que me deixam muito intrigado. Se estou incomodado com alguma situação, ela contamina minha mente e então tudo começa a passar por um filtro completamente diferente. Esse filtro é impressionante e, na verdade, não deveria ser chamado como tal. É mais justo dizer que em vez de filtrar algo que deveria ser de certo modo refinado, estou apenas me deixando aberto àquela alternativa. Estou vendo!
     Nunca vamos fugir de algo tão criminoso quanto a opinião alheia. Recomendo expressamente a leitura da obra de Machado de Assis: Memórias Póstumas de Brás Cubas para maiores esclarecimentos. 
     E aqui, introduzo o primeiro ponto do meu pensamento. O quanto estamos acorrentados? Acho interessante lembrar que temos muitas vezes a impressão de estarmos evoluindo ao questionarmos preconceitos e rótulos, mas eu discordo completamente. Evoluindo? De uma maneira muito cretina sim. Porém, estamos apenas compensando um imenso déficit que nos acometeu.
     Importar-se menos com comportamentos que racionalmente são ridículos, fazer da sua vida a sua, e não apenas mais uma lata de sardinha no supermercado, essas atitudes, ao meu ver, já deveriam ser naturais a todos. Possuir uma visão preconceituosa, adotar ideologias racistas, sexistas, etc, é apenas estar muito abaixo do que poderia ser considerado o primeiro passo no caminho da sabedoria. Abandonar essa escória de pensamento é apenas perceber as correntes que nos circundam.
     Ainda assim, postulando que essa busca já esteja em andamento, notam-se falhas tremendas. Momentos críticos onde aquele que supostamente possui a mente mais independente das amarras da vergonha e do politicamente correto sente sua imagem ameaçada ou sua representação para com os semelhantes tomando rumos que lhe incomodam.
     Sim. Não é assim que se supera. Atirar tudo ao lixo. Porque, quem simplesmente quer ignorar os rótulos e não estudá-los, corre o sério risco de estar ignorando apenas os rótulos que não lhe soam convenientes. Enquanto de certo modo, está apenas construindo um outro tipo de catalogação, e se esse rótulo disfarçado é ameaçado; ela afunda.
     Então, estou aqui para falar desses meninos e meninas por aí, tantos dos quais eu gostaria de falar, conhecer e fazer conhecer-me mas não terei a oportunidade. Tantos que nunca lerão essas palavras que me ajudaram a escrever hoje.
     Porém, os que estão a minha volta terão de mim o maior esforço para que - para que o quê? 
     Para que esqueçamos de tudo, tudo mesmo, mas não de modo definitivo, mas em momentos que não devemos lembrar de que existimos, ou do que aprendemos. Loucura que pretendo tentar.
     Confesso que o texto saturou-se em certo momento, mas esforço-me para transmitir algo tão importante. Me sinto tão bem ao escrever isso, estou segredando a tu, e não fazendo qualquer discurso, e nesse clima tão próximo e gostoso, prossigo.


O fracasso é perturbador

    Sou agora, Arthur. Olá, estava eu postando alguns vídeos no blog. Gostaria de ter me dedicado mais, mas não o fiz. E como resultado, após duas postagens já não sabia o que postar. Acabei encontrando algumas coisas interessantes, mas passou longe do que eu pretendia. 
     Acho interessante dizer-lhes que eu nunca escrevi do modo como eu escrevo nesse "subtexto". É um modo tão singular que só foi revelado pois é o melhor tradutor do que eu quero fazer nesse texto.
     Todos que já tiveram a sua adolescência ou a vivem, vão entender perfeitamente do que eu vou falar. E não sei como essas coisas vão se mexer dentro de você, porque elas foram deveras cruéis com muitos, e imperdoáveis para outros.
     Por mais que tentamos crescer interiormente, ainda somos oprimidos. 
     Vou ser bem direto, pois não quero me prolongar sobre tudo aquilo que precede momentos como os que vou citar, então conto a vós:
     Que aquela vossa tia que pergunta sobre "as namoradinhas" ataca tão fundo quanto uma lança afiada, diretamente no seu emocional. 
      Que aquele tio que pergunta "já comeu?" morde um lado vulnerável. E que eu seja perdoado pela grande presença de perguntas comumente dirigidas a um menino, o que já chama atenção. Já preocupa.
      O fracasso é perturbador.
      O óbvio ignorado é mais valioso que o subliminar descoberto. Se eu dizer que ninguém gosta de falar de suas falhas, vou estar dizendo algo muito evidente. Mas até que ponto somos incitados a falar dos nossos erros, e até que ponto as outras pessoas se sentem confortáveis dentro disso? 
     Penso que a minha segunda pergunta não faria tanto estrago a uma pessoa que já teve uma relação sexual com a parceira. Então, ai não existe uma falha sua, portanto, torna-se incrivelmente um bizarro mérito, de modo que ela vai tentar expô-lo ao máximo. (para quem?)
     Acho incrível como o conteúdo sexual está envolvido. Mais intrigante ainda é que não se trata de falar sobre sexo, mas sim sobre o seu sexo. Sobre o seu corpo, sobre sexo e que envolva a sua pessoa. Quantos dramas pessoais não moram nessa região?
     E agora como estou falando de um assunto mais específico (e vou abordar mais "derivações" nesse contexto) gostaria de questionar a esmagadora incidência da exigência nos homens. São com certeza os mais bombardeados com essas violações que os deixam aptos a ferir outros e geram um ciclo que é ridículo, pois não se ganha nada, somente mais e mais danos. Mas o que danos consecutivos entre machos lembram? Competição. Sexo é matéria de extrema importância para o macho, por que não colocar aqui uma frase:
     "...Em espécies que se reproduzem sexualmente, o único modo de fazer filhos é misturar os próprios genes com os de um outro indivíduo. E o único modo de fazer isso, para os homens, é atraindo uma fêmea da espécie pela sedução. É por isso que os machos da maioria das espécies evoluem para agir como se a cópula fosse o ato mais importante da vida. Para os genes masculinos a cópula é o portal para a imortalidade. É por isso que os machos arriscam suas vidas por oportunidades de cópula -  e é por isso que um louva-a-deus continua copulando mesmo depois que a fêmea comeu sua cabeça."
     Algo que me diverte são as pessoas que insistem em afastar o ser humano dos animais. Sendo que os primatas Homo sapiens se comportam exatamente como qualquer animal quando se trata de... tudo. Mas aqui o assunto é sexo, é não há de ser diferente. Basta recordar que o assunto que mais permeia uma roda de amigos é sobre mulheres, que existe um pensamento sexual latente vinte e quatro horas por dia, que é potencialmente excitado por qualquer tipo de estímulo.
     Uma das derivações que gostaria de anotar também é uma questão que persegue todo menino. O xingamento mais comum e forma de provocar mais ordinária para um garoto é ser chamado de gay. Tenho alguns pontos sobre essa questão.
     Em poucas palavras, o homossexual é uma afronta ao ciclo mencionado anteriormente, pois como há de ser inserido? Aliás, quando a tia pergunta "e as namoradinhas" está se esquecendo da possibilidade homo afetiva (ou tentando não lembrar-se hahaha).
     Por fim, gostaria de enunciar certas falhas que realmente desnorteiam-nos. São relacionadas a alguma tarefa que deveríamos desempenhar com determinado desempenho, mas não o fazemos. A frustração nossa de cada dia não poderia queimar mais forte com a o dedo alheio nela pressionado. 
     O fracasso é perturbador.
     Quanto mais exclusivo o problema; maior a dor. Principalmente no que diz respeito aos laços. Coloque na mesa a fraquezas e desaventuras que uma pessoa possui em relação a seus laços e faça trabalhar sobre isso, é o mesmo que convidá-la a um inferno.
     Um pequeno exemplo disso (pois acho interessante provocar esse experimento) é um pai distante que não consegue estabelecer um diálogo aberto com seu filho, irmãos que não se encaram de frente, fogem e vivem como irmãos de sangue, mas nem de longe conhecem o íntimo de cada um. Vivem na mesma casa, cada um com a sua rotina, na hora do aperto são muito próximos, se amam. Mas... 
     Foi muito difícil achar uma forma de expressar esse pensamento. Basicamente tenho vergonha daquilo que sou e que é feio. Se meu corpo é feio. Se não correspondo aos critérios que citei. 
     O fracasso é perturbador porque evoluímos aprendendo que a derrota significa a extinção dos genes. A seleção natural.

Tabuleiro de tabus

     Somos enxadristas tão habilidosos que nos espantaríamos com tamanha maestria para lidar com as imposições dos outros participantes. Toda essa rede de complexidade parece ser fácil de escapar quando dissolvida e desmascarada. Mas meu maior temor são tremendos nódulos dentro de cada um que geram seres humanos com algum tipo de trauma.
     Desde pequenos, somos testados e (o mais importante) testamos os outros. Essa conversa sobre bullying parece brincadeira de criança quando avançamos pela idade adulta. Enormes buracos na personalidade, e uma instabilidade emocional gigantesca são boas consequências para se citar.
     E os feios e feias, que sempre foram deixados de lado, que não conseguiam ganhar a atenção do parceiro e por isso glorificar-se com o objetivo de toda forma de vida que já pisou na face da Terra. Reprodução. E na sua feiura terão de cultivar uma beleza de forma duvidosa, mas que pode acabar dando certo.
      Lembra-te agora, quando disse que o assunto mais recorrente entre amigos era sobre mulheres? Seria interessante notar o jogo empregado, pois, por que haveriam de comentar senão para saber a opinião dos outros? Então analisando friamente essa situação, temos: Comparações e expressões como: "Eu como ela três vezes" (perdoa os exemplos ridículos) o que seria uma espécie de exaltação de si mesmo, que se manifesta repetidamente, ao mesmo tempo que cada um está medindo a reação do próximo. 
     Vamos vivendo imersos em tanta competição, mas somos dotados de uma consciência que nos amaldiçoa devido a nosso fracasso. Essa é a maldição que recai sobre a humanidade. Sua consciência identificando as incoerências da "animalidade". É saber do podre da maçã, mas não ter poder sobre sua mão que a colhe, ou sobre a boca que a mastiga.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

A$$A$$INO

Money.. it's a hit.
https://www.youtube.com/watch?v=cpbbuaIA3Ds

O que é o dinheiro? Papel? Riqueza? Equivalência em qualquer produto que se possa imaginar?

...Felicidade?

Não posso responder-vos, porém adianto: É grande integrante de um espírito de época; sua essência.

Zeitgeist - Addendum

https://www.youtube.com/watch?v=Z71lo_OeD34

E no final do vídeo uma entrevista com Peter Joseph (produtor, diretor e narrador da série Zeitgeist).

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Limiar do controlado

Quando as regras não servem.

É quando a fome bate
O medo assombra
a carne sucumbe
A mente vacila

Mente. Mind.
Mentalize.
Mental - lise.

http://www.youtube.com/watch?v=8Bp-cgUQpbk&hd=1

quinta-feira, 22 de agosto de 2013

A pale blue dot

O que realmente é real nisso tudo? Eu acredito que inventamos quase tudo do que vivemos. São apetrechos virtuais: sistema, guerras, religiões, gramática,etc.

Então quando paro para pensar nisso, simplesmente o ódio torna-se completamente esvaído de sentido. Acredito que esse vídeo foi uma escolha feliz, principalmente após a última postagem. 

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Fazemos muito barulho

Os humanos que nunca hesitaram ao proclamar a terra como pertencente à humanidade, são justamente aqueles que por sua vez não carregam um senso de coletividade. Não existe "nosso" dentro do "meu", existe apenas meu.

E eles sempre possuem seus representantes, que vêm a cada geração. E como serão punidos? Impossível, quando morrem simplesmente dão seu lugar a outro macaco ambicioso.

http://www.youtube.com/watch?v=8APbPfy3atg&hd=1

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Olhe no espelho

Não ousaria responder a pergunta que é apresentada como título nesse documentário. Muito menos relacionar a resposta a seu conteúdo, porém, fez-se iluminador e provocante, e por isso invoco-o.

https://www.youtube.com/watch?v=o7TZLnL7HLA&hd=1

Quem somos nós? Não... Prefiro: Do que somos feitos?

domingo, 18 de agosto de 2013

Sonichi

     Não pretendo condecorar esse período com belas palavras ou adulações desnecessárias. Meu interesse não é chamar a atenção, nem atingir o máximo de olhos possíveis. Eu descobri que aqueles que me interessam virão, se eu me manter no caminho.
     Portanto, deixo como a primeira amostra, introduzo a primeira gota, deixo a pegada pioneira. Esse documentário possui suas falhas, claramente. Porém, foi um dos que mais se aproximaram de algo realmente valoroso que não mediu esforços para desmascarar as mentiras mais contadas para a  humanidade.

Zeitgeist.

Espírito de época.

A humanidade, no caminho do mal.


quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Exórdio

Como meus dedos formigam, não consegui ficar sem digitar essa introdução.

Não só os dedos, miseráveis, pois são usados pela mente, para manchar a vida dos outros. Através de um movimento descompassado transmito ideias que mais me parecem fetos abortados, já que saíram da placenta da minha mente.

É evidente que os eventos da minha vida são traduzidos muitas vezes em textos do blog, pois bem, dessa vez uma situação que já vinha se arrastando há um certo tempo finalmente esvaneceu-se, ou pelo menos é o que eu acredito que tenha ocorrido.

Bem, é por isso que não estou num momento crítico que produziria um texto por sua vez mais ácido. Não é minha intenção corroê-los hoje, de qualquer forma. E após esse breve vestíbulo, vamos ao grande anúncio!

Em quatro dias começarei aqui no blog um período estranho, no qual irei publicar artigos, excertos,  vídeos e o que me for possível para mostrar-lhes conhecimentos que na minha opinião devem ser espalhados. Admito: a maioria das pessoas simplesmente não quer saber, mas quem são vocês que leem este blog?

Exatamente, quem são vocês?

Eu não sei. Mas, digo uma coisa: Vou-lhes mostrar quem sou eu.

Ou pelo menos tentar.

***

     Essa atitude vem da minha vontade imensa de conhecer-vos. Adianto que muito do que eu vou publicar é chato, cansativo, e provavelmente alguns vídeos terão durações cinematográficas. Tudo isso, é claro, eu reuni talvez durante anos, e portanto não recomendo que sejam consumidos com a frequência com que vou postar aqui.
     O meu objetivo com tudo isso, é lançar uma luz ao meu tipo de pensamento, mostrando claras influências aos meus textos, e mais importante, à minha pessoa.
      
































HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA


Realmente achais que era por isso? 

É porque... Na soslaia dessa atitude, é um teste. É muita prepotência minha acreditar que mostrar-vos-ei a verdade, não? 
Mas ainda assim não existe contra-indicação para o que eu pretendo. Esse "teste", é uma forma de aprender mais ainda, só que com quem tiver a possibilidade de ler o que vou postar. 

Acima de tudo, é porque eu acredito que tenho que passar isso adiante, e por mais que muitas vezes certas sapiências pareçam mais maldições, considero que elas são só assim, por que as verdadeiras maldições estão mascaradas como bençãos.

Faço pela humanidade. Mas isso não quer dizer nada...

domingo, 7 de julho de 2013

Orgasmo messiânico

Os budas ou cristos de hoje em dia, onde estão? Provavelmente são pessoas normais, provavelmente até converso com eles. Porque somente um buda ou um messias pode resolver essa vida cheia de problemas, e que problemas? Tudo invenção, ou será que a árvore se preocupa se está bonita, ou se não está balançando as folhas demais?

Essa conversa de buda me faz rir. Sempre queremos encontrar com um ancião barbudo que nos diga o que fazer da vida, bem, hoje em dia talvez você encontre o homem velho e barbado, mas provavelmente quando perguntar pela vida ele vai mandar você se foder.

É porque não fazem anciãos como antigamente. E já que antigamente é um lugar onde não podemos ir, o sábio contemporâneo pode estar certo. (risos)

Escrever não é coisa enfadonha, ou deprê. É ESFOLIANTE! Sim, digitar e digitar aqui é nada mais nada menos que esfoliante. Agora, né... Algo que é assim pra mim, não é pra todo mundo. Aliás, proponho uma problemática aqui

As camisinhas são democráticas? Ahá, te peguei agora hein.

Bem, pára de esfregar agora menino! Sabe o que acontece quando se chega perto do AHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHHh....! 

sábado, 29 de junho de 2013

Mais um menino

Ô  menino levado! Levado como todo menino
Seus olhos só me diziam meninices
Não era preto, nem mulato, nem albino
Era café com leite, nem muito café, nem muito leite

***

Ô menino direito! Aprumado como era devido
Seus olhos só me diziam chatices
Não era preto, nem mulado, nem albino
Era de cor cinza, de enfeite

Cresceu - e como crescem rápido!
Virou rapaz magrelo, mas bonito, cabelo partido
Ainda não tinha seus quinze anos, era sabido
até onde ninguém interferia, até onde não era chato

Padeceu sob a luz do dia, ê tristeza.
Se quando criança era arteiro e lépido,
agora escrevia sua nova pobreza
De levado foi a direito, certo e cético

Começou a enamorar e atestar. Arranjar o visto alheio
Emitiu os sorrisos falsos, arrancados ou sintetizados
Tava no circo, na praça, na roça e  no rodeio
Era o menino direito.

Começou a sonhar, mas logo bichou-se
viu que não era desses, nunca foi, nem será
Ficou parado até crescer raiz. Ah! se amasse...
Amou a primeira e a beijou sem ardor, sem amar

E foi vivendo e vivendo até enfadar-se
Já não aguentava mais existir, fez mais força
foi quando olhou para o relógio e viu nesse
Que a hora que passa é o laço da forca

Devagarinho até pra se esganar, ô menino...
Fala pouco e quando fala sempre concorda
Discorda concordando, mas nunca apenas discorda
E pra que provocar, pra que cutucar e tocar o sino?

Solidão era sua sombra, acompanhava as raparigas
Menino direito, sabia como manobrar o carro
E se de repente anda muito na linha, arranja briga
"Ô, minha mãe, sou direito, não perfeito!"

Às vezes ele conhecia meninos tentados, olha só
Eram barulhentos, infelizes, ai que dó!
falavam demais, e se perdiam na confusão
enquanto o menino ficava parado apreciando a visão

como tudo em sua vida medíocre.
Ainda os chamava pelos seus nomes, os levados
Não percebia seu olhar tão míope
que entre eles era amado e apreciado

E o que não valia era sua pressa em ser alguém
Faltava entender que não existe menino direito
E que a vida é feita de poréns e não améns
E que se existe algo doloroso é algo não feito

Mas seu porém não permitiu-lhe ver a sua vida
Então de menino passou a homem, louvou
Viu um pouco da angústia, da existência sofrida
Provou do sexo e por fim, gozou

Um dia num lago e pela manhãzinha
Avistou um cisne que lembrou da época doce
Longe agora, das primeiras intrigas
Que permearam sua vida tosca

O cisne parou nas pedras, e ficaram essas 
Paradas... paradas... pois eram pedras.
E não pedras-humanas, aquilo que ele foi
Ele saía da frente quando alguém vinha passar, as pedras não.

O menino levado se lembrava bem
Era como uma bela estação de trem
Pois havia local mais adequado? 
Via o menino direito, ali parado.

Ele avançava e voltava. Ia, não ia
Pulava sem tirar os pés do chão
Empinava, gritava, sem abrir a boca; sorria
Quando no fim disso tudo, não saia do lugar

"Isso já não é mais de minha preocupação
Essa comoção, sensação de ilusão
Não faz parte do meu ser alienado de mim mesmo
Eu sei, isso não é coisa de homem direito"

***

Formou
Casou
Orou
Rezou
Chorou
Louvou
Negou
Julgou
Amansou a fera
Cuspiu na tela
Amaciou a terra
Domingou e os filhos criou

Ô menino, que fizeste tu com a tua vida? 
E por que insistes tanto na mesma ladainha?
Vem pro lado que te pertence, o lado da amizade e do de repente!

Olha pros olhos dos teus amigos e vê o perigo
De zombar deles quando mais precisam, 
De um amigo... de um menino

Levanta a tua mão!
Sem que peçam, apenas faze
Salva teu destino...

Solta as travas da vida
Faze dos amigos as emendas
Que mantêm as fivelas unidas

Não queiras ser o direito
Sê tu e já terás feito
Aquilo que mais desafia;
A tua esperada alforria

Vais então conseguir amar de verdade, e também serás amado.

terça-feira, 4 de junho de 2013

Pendurada, a marionete está.

     Dançando, ela permanecerá.
     Pensa em uma pessoa extremamente importante na sua vida. Mas aquelas para quem dizes eu te amo sem pensar duas vezes. Esse teu laço, vai ser objeto do nosso estudo.

     Hum, talvez esteja mastigando esses pensamentos, remoendo, mas o que nos é relevante aqui são novamente os laços, só que o que será analisado a respeito dos mesmos é diferente. Sobre os laços já escrevi vários textos*, e muitos serão necessários ainda.
     Bem, já fui provocado por um comentário aqui no blog sobre livre-arbítrio, disse que formularia uma resposta em forma de texto, porém não será esse texto. Gostaria que essa expressão fosse mantida na caixola ao longo da escrita, pois será extremamente útil.
     Annnnhhhhhh! Vamos conversar um pouco sobre os grupos e a possibilidade de fazer parte de um grupo. Primeiramente, atenhamos-nos a simples participação de um grupo ou de outro. Pois bem, escolherei meus amigos e a partir daí construirei minha identidade? Penso que até certo ponto, e desejo agora, explicar porquê.
     Hoje me vi arrebatado sobre uma afirmação retirada de um filme*: "...Nós podemos porém, escolher nossos amigos, e eu estou feliz de tê-la escolhido". E isso realmente me intrigou. Será verdade? Será que escolhemos nossos amigos? Não responderei com certeza, mas posso divagar, e lá vou eu.

Zona de conforto

     Nada melhor para expressar a ideia desse subtítulo do que a pergunta: Já sentiram vontade de conhecer alguém? A resposta indubitavelmente é sim. E mais bela ainda, é a análise dos empecilhos ao cumprimento dessa ânsia.
     É por isso que digo que estamos limitados. Limitados a certos (e mais desprezíveis a cada dia) rótulos. Imagine quão estranho não seria chegar em um grupo com interesses específicos, para fazer amizade com uma pessoa que lhe pareceu interessante. Me parece um aleijamento social quando penso quanto podemos ser coniventes com essas convenções ilógicas.
     No decorrer do dia, temos um lugar predeterminado em cada instituição frequentada. E agimos conforme o jogo, e quando - percebam o quanto nós ajudamos a atirar a primeira pedra - alguém se faz fora do padrão, no simples ato de não se comportar como deveria, (não estou generalizando ou falando de fazer coisas consideradas "estranhas" para a sociedade, estou falando apenas em não ser aquilo que costuma ser) há uma reação negativa por parte do restante. Típico exemplo de que se você está um dia mais quieto e não é assim normalmente, as pessoas vão perceber e perguntar. Mas aquilo que você costuma ser, foi você quem decidiu? Eu tenho minhas dúvidas.
     De qualquer forma, sendo autêntico ou não, é imprescindível notar a ausência de qualquer rebelião por parte da maioria das pessoas. Pois - fazendo jus ao subtítulo - tudo isso se encontra na famosa zona de conforto, e tentar quebrar isso gera no mínimo alguns inconvenientes. 
     Não acho necessário citá-los, mas para reforçar a ideia, basta perceber que uma pessoa não apenas ultrapassa seu bloqueio, ela incomoda toda a vizinhança. Aprendido isso na prática, estou aqui para testemunhar; é como se não houvesse uma reação planejada para uma atitude dessas! Por que é tão estranho conversar com uma pessoa que se acaba de conhecer? Por que somos tão reservados? não por personalidade, mas para não sofrer as penalidades de se explorar novos ambientes e novas pessoas. O mais importante, acredito eu, é a penalidade imposta pela própria pessoa que se conhece, o que torna tudo mais difícil e nos leva a desencorajar cada vez mais essa postura, até que ela sobre para os loucos, aqueles que possuem segundas intenções. E é essa pessoa é vista.
     Imaginem, que sensação deve ser, ao sair da sua ZONA DE CONFORTO, provavelmente muito agradável, não? Então, é justamente por isso que ninguém o faz.
  
Gênese dos laços e seu verdadeiro significado

     Nunca conhecemos as pessoas do mesmo modo. E isso é desconcertante, pois se nos considerarmos extremamente mutáveis, um espaço de anos é suficiente para uma transformação gigantesca. Essa metamorfose nos leva a um problema. Pois, se conheci certa pessoa quando tinha uma mentalidade diferente, e agora conheço você, que presencia um ser completamente distinto em concepções, atos ou o que valha, o que de mim vai te cativar diferente do que cativou aquela pessoa há um tempo atrás?
     Então, conforme vamos vivendo, nossas amizades são selecionadas de modos diferentes. Acredito não haver problema algum em afirmar isso. Pois mesmo que seja mantida a essência do ser, é impossível dizer que a característica causadora do apreço por uma pessoa, quando a mesma era uma criança será idêntica quando ela for uma adulta. E tenho fortes tendências a acreditar que de fato não é.
     As amizades já realizadas possuem duas alternativas: Fortificarem-se, ou simplesmente ebulirem. Não foi aqui que escrevi, mas pincelei sobre o início das amizades. É deveras ilógico e estúpido. Quando se conhece alguém, passamos para o automático "Modo acabei de te conhecer", bem, deixe-me esculachar o máximo com esse comportamento:
     Tornam-se uma máquina de tirar fotos, tiram a foto daquele que se conhece, porém a revelam em um papel tão distorcido por suas concepções que nunca se assemelharia ao projeto original. Assumem então, de acordo com seus interesses, uma personalidade descartável, que será utilizada até que o novo comece a dissipar-se, e entre nos mecanismos citados acima.
     Lembras-te daquela pessoa que pedi para que imaginasses no início do texto? (Não, Arthur, o começo do texto parece algo tão distante agora) Retorna até se for preciso. Não quero perguntar aqui, o que ela significa para tu, mas sim, o que esse laço significa. Porque existe tremenda diferença ( e estou a concluir que é tão recorrente o erro a respeito das duas) entre o laço, e aqueles que o compõe.
     O laço não deve ser valorizado, na minha opinião, pois ele é enganador! Faz-se de especial, tenta aparentar tão valioso quanto a pessoa (algumas vezes mais), e acabamos por acreditar nisso. Por que penso assim? Ora! Pois laços são tão raros e preciosos quanto pedras e mato. No texto A Resultante das Forças expressei a inutilidade em compará-los! As forças em jogo, forças traiçoeiras. Enfim, respondo tudo de uma vez.
     Se você ama alguém, olha pro lado, todos amam. A ligação não é especial, pois pode ser desenvolvida da mesma forma, com a MESMA intensidade, é idiotice acreditar que seu amor é maior! Por isso acho extremamente importante saber diferenciar, já que em alguns casos o laço torna-se mais importante. As pessoas fazem qualquer coisa para mantê-lo, mas não percebem o quão frágil é e se esquecem do maior bem: a pessoa amada.
     Isso leva ao último assunto que gostaria de tratar; afinal, já parou para pensar naquela pessoa que você despreza como um amigo de infância? (apesar de não apresentar aqui algo de extrema certeza) 
     Somos ingênuos em supervalorizar nossos amigos e parentes. Perceba: SUPERvalorizar. Por que não apenas valorizar? O que têm eles diferente de todas as outras pessoas? Uma única coisa: possuem laços com você, isso nos leva a: A única razão que os tornaria diferentes diz respeito à sua pessoa, logo, exaltá-los em qualquer sentido que fuja da realidade é nada mais nada menos que uma exaltação consciente ou inconsciente do SEU EGO!
     É difícil não confundir tudo isso com uma coisa só, e tomar atitudes precipitadas movidas por uma emoção ilusória que não é em prol daquele que se ama, mas de si mesmo. As conexões entre as pessoas, me lembram as vezes, fios macabros de um ventriloquista, que as levam a onde querem. 
 Me atrevo a ir um pouco mais, e: 

*** 
FLASH

Por que existem pais e mães em asilos? 




Porque seus filhos nunca souberam a diferença entre laço e amor. A ligação era algo tão descartável quanto uma seringa usada. Esses filhos nunca levaram em conta a essência daquelas pessoas importantes, inseridas em nossa realidade seja por algum motivo ou apenas aleatoriedade, - não importa - esses filhos que estão tomando frente na humanidade, mas estou aqui, e aponto.

domingo, 19 de maio de 2013

Instabilidade Progressiva

      E saber qual seria a primeira música em uma lista aleatória? A música que daria início a um texto que se desprendia de uma madrugada inoportuna, não poderia ser outra. A aleatoriedade, enfim, me laçou...


     ...se já não o tivesse feito, há 17 anos atrás. É com prazer que escrevo o meu ultimato. Aquilo que vai decidir de uma vez por todas esse futuro mesquinho, pequeno e insignificante em algo ganancioso, grande e importante. 
     Algo que não é assunto desse texto, mas que gostaria de mencionar para apenas formar um quadro clínico da minha situação na última semana. Digamos que o Senso Incomun foi desafiado de maneira explícita; pior, deixou-se cair na armadilha de um sentimento fútil, porém extremamente intrínseco a cada um de nós. 
     Então, o heroísmo haveria de trazer-nos mais um final feliz, possivelmente um texto imenso no blog sobre os aspectos gerais dos relacionamentos, comparações com o mundo natural e talvez algumas hipóteses em um campo tão desprezado pelos românticos e abastados. A miséria do amor.
     Só que não estamos falando de um livro no qual o personagem sempre recebe um final triunfante, pois um par de mãos manipula todas as possíveis situações. Ou estamos falando exatamente disso. Eis minha dúvida.
     Talvez apresentei-a de maneira brusca e incomum aos meus métodos. Uma pena, pois não ouso exacerbar qualquer introdução sobre a mesma. Sendo uma proposição ou outra, a resposta do tal Senso não veio, e não sobrou nada além dos prepotentes "Dias Obscuros".
     Prepotentes deveras porque ocupam a posição de todo um texto. Me pergunto se essas palavras deveriam ter sido escritas na dita data. Uma explicação nunca faltará da minha parte. Aliás, recordo-me de ler em algum passeio pela rede social algo do tipo: "Viva não dando muitas explicações: seus amigos não precisam; seus inimigos não irão acreditar; e os estúpidos não vão entender." Creio ser um dos estúpidos.
     Os dias são - como imaginei várias vezes que iria escrever - não obscuros por serem vis, sombrios ou coisa do gênero. São dias obscuros por ofuscar a luminosidade que pode ser emitida com certo esforço. São dias obscuros por pesarem sobre minha visão e me deixarem cego. 
     Então vêm as ameaças, que são belíssimas por sinal, e me lembram de algo que talvez nunca deveria esquecer. O fato é que são ameaças, mas tão reais quanto suas consequências concretas e isso me assusta.
    Quantas histórias tristes não poderiam ser invocadas agora? Quantas amostras de superação humana e demonstrações da vontade humana? De fato são inúmeras. Mas não vou usar de nenhuma para expor "minha-maior-e-urgente-preocupação". O que vou usar é nada mais nada menos do que a vida cotidiana.
    Quero saber, o que determina como sua vida deve ser, pois, apenas com nossa consciência e pré-conceitos podemos estabelecer parâmetros e idealizações de como a vida dever ser. Penso que possamos postular que o que acontece não depende de nossa vontade.
    Então, sua vida que vai bem, pode tornar-se terrível. E o que realmente me interessa é o que acontece durante esse processo. Siga comigo.

A ótica perfeita

     E veja que todos nossos problemas não existem dentro das Ciências Naturais. Considero nossa maior invenção, não a internet, o rádio, ou qualquer apetrecho tecnológico. Mas sim um campo de abstração (impossível colocar qualquer adjetivo sobre essa palavra). Nele foi criada uma visão limitada sobre o mundo, dita propriamente humana. Nela pode-se enxergar o ódio das guerras, o desejo de uma vida melhor e a preciosidade dos momentos simples ao lado de quem se enamora e o medo ante um desafio.
     Ela é extremamente bela, e possui suas falhas catastróficas. Foi criada  para aproximar o homem do seu sentido. Mas não fez mais que criar sentidos falsos a todo momento, tentando negar a verdade mais óbvia: Não fazemos ideia alguma do que seria esse verdadeiro sentido.
     Somente usando desse Campo, e vestindo-me dessa visão, é possível inferir sobre a melhora ou o decaimento da situação de qualquer pessoa. De modo que não existe do ponto de vista físico, nenhuma vantagem para o que foi definido pelo Homo Sapiens como o ideal para se viver, ou as situações agradáveis que devem ocorrer, já que tudo é "aleatório".
     Esse ponto de vista físico que me intriga. Utilizando-se então de algo que chamei (e odeio dar nomes nessa situação, pois odeio decorar o que pensadores disseram antes como: O que é a potência do ser, a dúvida hiperbólica, etc. Pois considero que vale apenas toda carga semântica, a ideia em si, que sim, é completamente auxiliada pela nomenclatura na hora de se entende, mas não deveria estabelecer qualquer relação obrigatória com a mesma. O que Darwin chamou de A Origem das Espécies, Wallace chamou de minha febre muito doida.) de A ótica perfeita, tentarei analisar qualquer fato prejudicial, que não gostaríamos que acontecesse.
    Acho que o aspecto mais chamativo é quando percebe-se que o que é prejudicial e o que é benéfico não possuem diferença clara sobre essa perspectiva (que usei o termo aqui, mas não acredito que ela seja uma, pois é exatamente a ausência de uma perspectiva, porém, essa ausência, analisada na nossa visão, torna-se outra perspectiva). E na realidade não existe essa discrepância. 
     Essa ótica é alucinante (não expresso aqui qualquer euforia, mas sim pavor). Pois parece situar-se algum degrau acima do minha ferramenta de apoderar-me de ideias completamente opostas. E assim como posso ver a realidade não com uma frequência limitada de luz, mas com todas? Como posso ouvir tudo o que se há para ouvir, e perceber que não existe unidade, e sim harmonia de leis?
     Pois dentro desse lugar inexplorado, que não pode ser chamado de lugar, nem admite abstrações como adjetivos! a nossa concepção de vida como a experiência é desolada. Como uma faísca num inverno de dimensões inacreditáveis. Forçando ao máximo, talvez após aprender como a viver no campo abstrato criado por nós mesmos, tudo torne-se sem graça. Como um câncer que é apenas uma multiplicação desordenada de células e que qualquer mal de origem biológica, é apenas o ciclo de um micro-organismo.
     Caberia citar um trecho do pensamento de John Locke, que ajuda a expressar essa obrigatoriedade do uso dos sentidos na produção do conhecimento. Presente no Ensaio sobre o entendimento humano: "[...] as representações do real são derivadas das percepções sensíveis, sendo que essa é a única fonte de conhecimento [...]".
     Acredito que ainda é possível potencializar o conhecimento além das limitações humanas, de modo que não nos veremos tão perdidos.
     Pois se não se pode ver algo, não quer dizer que aquilo não existe. Vale evocar um trecho de um artigo de Bertrand Russel chamado "Existe um Deus?". Esse texto não sintetiza qualquer argumento ateísta, mas fala sobre o inexplorado. Esse inexplorado é extremamente desconhecido, não podendo ser, por enquanto, conhecido por nós humanos. Nem preciso dizer minhas considerações sobre a abertura aqui para a possível existência do deus pessoal-cristão. Para isso basta ler "Uma Miscelânea Harmoniosa". Ainda que o trecho a seguir já mostra a razão sendo aplicada brilhantemente contra mais um deslize do pensamento humano.
     "De minha parte, poderia sugerir que entre a Terra e Marte há um porte de chá de porcelana girando em torno do sol em uma órbita elíptica, e ninguém seria capaz de refutar minha asserção, tendo em vista que teria o cuidado de acrescentar que o pote de chá é pequeno demais para ser observado mesmo pelos nossos telescópios mais poderosos. Mas se afirmasse que, devido a minha asserção não poder ser refutada, seria uma presunção intolerável da razão humana duvidar dela, com razão pensariam que estou falando uma tolice."
      A maneira como podemos usar nossos sentidos é intrigante! Observando que, são combinações atômicas que nos trazem tudo isso. Que nos fazem e que nos dão a possibilidade de sentir.

As turbulências ao longo da linha[?]

     O problema disso surge em algo que demos o nome de Futuro. A partir do momento que existe qualquer previdência para algo que possa ou não ocorrer; aí posso introduzir toda a potência de meu pensamento. Primeiro que pensamos sobre isso de maneira linear, - vide subtítulo - segundo que o mesmo é completamente imprevisível. 
     Acho interessante, quando por exemplo esperamos ir a um lugar. Quando não temos referências físicas e imaginamos como seria. Quando chegamos e nos lembramos da imagem mental anteriormente formada, como suas diferenças são notáveis.
      A instabilidade progressiva, é a probabilidade constante de que algo de perturbações médias ou severas acometa nossa vida. É progressiva, pois quanto mais se vive, maior é a chance de que algo uma hora dê extremamente errado. E pensando nisso que, agora em uma área completamente prática, me vejo apostando incessantemente.
     Apostando meus planos, desejos e sonhos. Futuro. Sendo que tudo pode acabar agora, nesse instante. Eu já discorri brevemente sobre a nossa possibilidade de morrer a qualquer momento, mas agora, não só morrer, mas ser privado de qualquer uma das possibilidades intelectuais e corporais que nos são dadas. Carrego todo tipo de ameaça, algumas mais gritantes, outras ocultas e potencialmente mais perigosas. Deve fazer parte do processo, aprender a lidar com essa possibilidade constante de perder todas as fichas.
     Eu tento entender a ligação entre toda essa subjetividade e o mundo natural, mas isso nunca quis dizer que desprezo a subjetividade e todas as características humanas, muito pelo contrário! Mas quando falo em amor como impulsos elétricos e neuroquímicos, as pessoas tendem a imaginar que eu desprezo as emoções, ou talvez não de a importância que esses sentimentos merecem. Quando falo em laços, como nada mais nada menos do que apetrechos adquiridos pela evolução, associam isso a qualquer depredação de um significado especial.
     Em verdade eu vos digo, isso nunca quis dizer desprezo ou rebaixamento. É importante lembrar que, o amor, o carinho e a amizade; o ódio, a inveja e o egoísmo (não necessariamente antagônicos nessa relação) sendo isso ou aquilo, nunca mudarão sua intensidade. E não era esse valor que importava desde o começo, senhoras e senhores, a intensidade do que vós sentis?
     O que o é o futuro, para um átomo de carbono? O que é a morte, para um composto químico que estará no meu corpo no momento da minha morte? O que é uma doença, até para o órgão afetado, se estamos falando apenas de um monte de proteínas sendo atacadas por mais um monte de proteínas? Infelizmente não dispomos dessas perspectivas. Então, sofremos.
     Porém existe dor. Mas também existe amor, carinho e orgasmos. E tudo isso abastece nosso Campo abstrato. Onde já se viu! Alguns arranjos de carbono, nitrogênio e oxigênio fazendo poesias.   

quinta-feira, 28 de março de 2013

A Resultante das Forças

     A vida está um desastre. Vou dizer cruezas, então tome cuidado. Pergunto-me, o quanto isso pode ser relevante. Na verdade, a importância dessa observação é relativa. Simplesmente notar algo dessa proporção dá trabalho, digerir e tentar pensar em alguma atitude em cima desse fato é algo inúmeras vezes mais complexo.
     Não tenho vontade de prolongar mais algumas vírgulas dessa introdução, e talvez isso seja reflexo do meu estado atual. Um estado no mínimo, irritante. Estava desesperançoso a respeito do futuro do blog, e de fato,  isso faz par com a maioria dos pensamentos que me acometem nessa semana. Claro, não foi algo repentino, creio que posso dizer que estou no auge do que quer que esteja acontecendo comigo, e se minhas suspeitas se confirmarem, logo irá acabar-se.
     É por isso que, devo aproveitar desse momento para registrar - como já fiz em outros textos - essa postura de pensamentos e escrever é uma maneira ótima para se fazer isso. Nesse blog estão presentes minhas variações do último ano. É evidente a claridade com que posso ler e traduzir o que se passava quando escrevi algo para o presente.
     Ultimamente tenho analisado e percebido alguns problemas perturbadores. E bem, digamos que eles são no mínimo provocadores. Alguns dias atrás ainda escrevi pouca coisa sobre laços. Sim, os vínculos que temos com as pessoas.
     Não será preciso dizer, mas gosto de frisar certas coisas, a perspectiva será completamente pessimista. Vejo agora que essa ideia pode ter sido gerada por um texto um pouco anterior sobre guerras. Esse texto, é claro, não foi publicado aqui. Nem acho necessário sequer citar algum trecho; explicarei o ponto desejado.
     Se analisarmos dois soldados de facções opostas, chegamos a um impasse: Quem é mais fervoroso por sua ideologia? Essa é uma questão interessante, pois conflitos não gostam muito da lógica quando ela pode ser usada para o bem. O ato de guerrear é estúpido, pois a vitória nunca será decidida no fervor de seus combatentes, nunca. E me refiro apenas a combates ideológicos, ao mesmo tempo aplicado em algo realmente bélico.
     Um exemplo interessante, é a Guerra do Pacífico, entre Estados Unidos e o Japão. Podemos perceber o quão fanáticos foram os soldados japoneses, muitos até tornando-se os famosos kamikaze's, isso mostra o alto nível de fidelidade e fé no Império nipônico.
     Como sabemos, isso não trouxe a "vitória" para o Japão. E isso nunca levará um dos lados ao posto de vencedor, porque além de que se houvesse uma maneira de vencer não seria essa, também não existe verdadeiro ganhador. Trazendo isso a um nível pessoal, o que pude notar? Eu notei algo tão natural que nunca abandonará o ser humano.
     Me interesso muito por obras de ficção. É claro que tenho minhas preferências dentro do que assistir e ler, mas algo que sempre me intriga são as batalhas travadas em qualquer história. É claro que os enredos são bem fiéis à palavra ficção. Não importa quais são as circunstâncias, os personagens principais nunca são mortos ou sofrem algo igualmente terrível até o tão esperado desfecho. Porém dentre essas circunstâncias, uma delas me intriga muito.
     Inúmeras foram as histórias que destacaram a determinação em um objetivo, e a vontade em cumpri-lo. E em algumas ocasiões havia um conflito entre dois personagens determinados. Naturalmente, nas batalhas decisivas quem ganha é sempre o personagem principal. 
     Interessante. Até quanto podemos medir essa força? Não discordo que em vários casos existe um lado que é mais fraco, o lado que cede e que perde a disputa. Porém às vezes algo terrível acontece; ocorre um certo tipo de equilíbrio, mas esse balanceamento é completamente insano, pois não diz respeito a duas vontades que estão equiparadas, mas sim estão aumentando intensamente, com a mesma intensidade.
     Qualificar essa força seria desafiador. A que prestei bastante atenção ultimamente são os laços que temos, e o que eles nos levam a fazer. Porém a vida é coletiva, sempre foi, é um princípio natural. Então, pensemos nas ligações mais fortes que as pessoas tem entre si. Apesar de ser algo extremamente inseguro de se mensurar, é válido dizer que o vínculo de um pai e um filho é esmagador perante o de simples conhecidos. 
      Em uma situação - e essa situação ocorre a todo momento - na qual alguém vê alguma das suas ligações  ameaçada, ele fará tudo o que estiver ao seu alcance e mais, para protegê-la. Eu me questiono, se não vejo diante da minha pessoa, o mesmo exemplo de uma guerra. Duas pessoas lutando por algo.
     

O licantropismo das relações


     Então, digamos que uma das nossas maiores fonte de força, é ao mesmo tempo, a grande armadilha do ser humano. Bem, mas será algo exclusivo de mulheres e homens? Acredito que não. Aliás, ultimamente anda difícil desvincular a humanidade do mundo natural. Extremamente difícil. Tente tirar os filhotes de uma mãe loba, tente roubar a fêmea de um macho alfa. As reações já são imaginadas não?
     Qual a diferença então, entre os vínculos desses animais, e os nossos vínculos? Eu concordo que nossos vínculos são de fato mais fortes. Pois se uma lobo perde um irmão, ele ficará abatido. Porém, se um homem perde seu irmão, ele ficará entristecido, inconsolável e nada retribuirá aquilo durante sua vida. 
     Antes de talvez tentar explicar meu ponto de vista, devo dizer que nós somos animais extremamente sociáveis, e evoluímos tanto nessa direção, que isso pode gerar o pensamento de que somos especiais de uma forma. Bem! Somos especiais de muitas formas, mas não somos os únicos. Existem animais especiais em várias maneiras, as quais não podemos equiparar. Além disso, nem sabemos se existe vida fora desse planeta. Seria interessante, se alguma forma de vida olhasse-nos como muitos de nós olha para os outros animais, com um olhar de superioridade, de soberba.
     Me atrevo então a estabelecer duas hipóteses para explicar essa imensa diferença de perda sentida. A primeira: Seria necessário um tipo de desenvolvimento do cérebro, de alguma parte que influenciasse nas relações com seus semelhantes. Com toda certeza nós temos esse desenvolvimento, porém um estágio mediano, caberia citar (como já falei em um outro texto) numerosos são os casos em que os elefantes velam seus mortos, além disso, mas em menor grau, alguns casos de girafas sofrendo pela perda de seus entes também existem. Mas é claro, não podia deixar de mencionar os chimpanzés. Alguns estudos apontam que os mesmos possuem uma atitude extremamente depressiva perante a perda de um ente.
      É notável que esses animais possuem um cérebro mais desenvolvido, no caso do chimpanzé, a semelhança é ainda muito maior. Então talvez seja possível estabelecer uma correlação entre algum tipo de desenvolvimento no encéfalo e uma atitude de maior socialização.
       Apesar de não possuir influência tão notável, existe o fator tempo. Quantos anos passaria uma loba com sua cria? Os lobos geralmente atingem a maturidade sexual após dois ou três anos, idade em que muitos deles são obrigados a abandonar os seus locais de nascimento e a procurar companheiros e territórios próprios. É um espaço de tempo curto perante uma vida humana.
     Em contrapartida, nós convivemos décadas com uma pessoa, então sua perda é terrível. Os elefantes, que também possuem um tempo maior de convivência. O tempo é apenas uma variante, em uma gigantesca equação, reconheço que muitas vezes apenas um curto período de convivência já basta para criarmos laços fortes. É por isso que considero o homem completamente sociável e que vive em função de estabelecer ligações com os outros. Essa é a nossa especialidade, e sim; acho-a maravilhosa.
     A segunda hipótese seria de que um lobo perde realmente muitos companheiros. Filhotes, irmãos, primos e pais. Em habitats hostis como aqueles em que vivem os lobos, a morte é um fato comum, aliás, a morte é um fato comum a vida. É a morte que seleciona, que constrói as novas gerações e leva as velhas. Mas a maioria de nós estamos desacostumados com a perda de semelhantes como um fato cotidiano. Pois temos tecnologia que estendem nossa vida de uma maneira inimaginável em um meio selvagem.
     Seria interessante apenas mencionar o estado conturbado de uma pessoa que convive com a morte, o que existe muito em nosso mundo atual. A morte possui várias faces. Este texto foi escrito em duas etapas, primeiro o escrevi todo, mas não o publiquei, pois tinha alguns outros afazeres e não pude revisar a escrita.
Porém, quando estava voltando para casa, me encontrei com um indivíduo que tinha algo nas mãos. Ele começou a me contar uma história sem nexo, enquanto fumava um cigarro.
     Ele pediu a um amigo que estava comigo para segurar o que ele tinha na mão. Uma pedrinha. Então, gostaria de falar, o máximo que conseguir. O quão fortes são seus laços? Sua vida inteira fora à margem da nossa sociedade. Aliás, o mundo dos seres humanos na minha opinião é tão terrível quanto o selvagem. Enquanto alguns desfrutam do melhor, outros afundam cada vez mais. Esses, dotados de uma consciência onipresente, diferente dos outros animais, acha na paranoia constante uma fuga a sua desolação.
     É um lado assustador, na verdade todo esse assunto sobre o qual falei é assustador, porém não posso deixar de seguir meu próprio impulso de escrever sobre algo do tipo.


A corrupção

     Introduzi este texto com a frase: "A vida está um desastre". Quero me justificar. A vida a qual digo, não se refere aos seres vivos, mas sim a esse período de experiências e interações que se dá desde que nascemos, até a hora da morte de nosso cérebro.
     Acredito ter sido feliz na escolha do verbo. Seria de fato um desastre se eu usasse o verbo "é", em vez de "está". Pois não tenho a vida como algo digno de tragédia, muito pelo contrário, a vida por essência é bela. O caso é que estamos cuspindo justamente na justificativa que muitos inventam para elogiar a espécie humana, a famosa "Racionalidade".
     Estamos desperdiçando toda lógica da qual dispomos. Gostaria de citar alguns casos para fortalecer minha ideia. Pense, quantos conflitos idiotas existem na sua família? Me explique como que dois irmãos que passaram a infância e a adolescência juntos, podem se separar, não de uma maneira direta, mas da pior das maneiras. Bem, quero dizer, quando as pessoas crescem, elas criam uma família própria e esses laços são tão fortes que ultrapassam os laços de suas antigas famílias onde elas eram crianças!
     É estranho, pois é um ciclo. No núcleo de uma família, existe uma força que une os pais aos filhos. Esses filhos crescerão, mas a ligação que tinham com seus pais (que não era, eu pergunto, a maior do mundo?) será menor do que aquela que eles terão com seus próprios filhos.
     Eu sou apenas uma criança perguntando para sua mãe, se ela gosta mais de mim ou de meu pai. São perguntas assim que não têm resposta no universo infantil, e ainda não as encontro. Só quero dizer que as pessoas estão fazendo trocas de acordo com o período de suas vidas, e isso eu não entendo. Não estou criticando isso, e por isso seria muito ignorante da sua parte se criasse qualquer sentimento de repulsa por aquilo que escrevi.
     Quando me refiro a corrupção, não quero dizer sobre quem ama mais ou menos. Mas por que, existem conflitos como inveja, cobiça, avareza e ódio em meio a pessoas que possuem laços fortes? É aqui que eu queria chegar, no final sobra apenas uma pessoa... Conforme os laços são colocados em atrito, as pessoas escolhem aquele mais importante, e isso prossegue até enfraquecer todos os outros.
     Por que, existem pais e mães em asilos?   


segunda-feira, 25 de março de 2013

De onde veio essa flatulência?

     Bem, eis-me presente, assíduo ou não, meu tempo fora muito bom. É com imenso prazer que volto a escrever no blog, (porém agora é apenas um singelo e insignificante interlúdio) devo dizer que com toda certeza sinto mais falta de escrever, do que qualquer um pode sentir falta das minhas palavras. E bem, isso é tanto um enaltecimento quanto uma amostra de irrelevância.
     Acho justo narrar minhas últimas aventuras. Bem, vamos lá.


     Desde meu último texto, certas coisas começaram a se distinguir na imensa nebulosa de ideias. Não sei se esses amontoados poderão, algum dia, virar estrelas. Ainda assim é com muito otimismo que encaro minhas novas concepções.
     A paixão incubada, que deixava-se vazar com frequência esporádica (dependendo do assunto, nem tão esporádica assim) fortaleceu. Bem, hoje tenho a pretensão de me tornar um cientista. Pois no fim, é o que eu realmente admiro.
    Então, ultimamente tenho procurado conhecer mais o cosmos, instigar o pensamento científico, e usar do ceticismo o máximo que puder. Isso, certamente, refletir-se-á nos meus textos seguintes, de uma forma maior ou menor. Devo confessar algo, porém.
     É um campo perigoso, e isso me excita, pois não posso divagar de qualquer maneira, senão, estaríamos falando de ciência? É claro, existe algo que não me abandona: minhas considerações e descobertas diárias sobre o comportamento humano. Mais que isso, algo que vai um pouco além de comportamento, algo que está presente em textos que falo sobre fazer o bem. Nesses mesmos em que perguntei e talvez respondi questões que me perseguem até hoje; Nossa ética, como podemos ser extraordinários, mas também como temos a tendência à frivolidade.
     Se você clicar no primeiro texto, uma rude introdução do blog, lerá: "Como é o primeiro blog que tenho, vou colocar coisas sobre filosofia, ciência e pensamentos" como pode-se notar, talvez eu não tenha colocado muitos artigos científicos, mas talvez, e com um grande risco, o ceticismo e a racionalidade - componentes importantes para o pensamento científico - esteve presente na maioria dos textos. Eu sinto se começar a direcionar apenas para um tipo de pensamento mais rígido em termos, para poder provar meus pensamentos.
     Podem chegar e dizer: "Ei, seu porra, eu gostava mais quando escrevia de tal forma". Então eu perguntarei "Por quê?", poderemos então chegar a um resultado melhor. Bem lembrado! A dialética nunca será perdida! Então, com uma mescla, chegarei a um produto um pouco digno. Boa sorte a todos.

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Marcha Fúnebre inconcebível

AVISO: Se é o primeiro texto que lê nesse blog, por favor, peço que leia pelo menos uns cinco textos de bom tamanho antes de ler esse.

     Uma ferramenta extremamente idolatrada pela minha pessoa, e que na minha opinião, deve ser um forma de chegar a diferentes lugares de uma forma mais rápida e maluca, é indispensável para que se traduza o que  vou fazer nesse texto. Aliás, eu a estarei usando.
     O quanto você é certo? O quanto podemos nos dar como certo. Muitas vezes penso se o pensamento no qual coloco mais certeza, tem mais dúvidas do que aquela ideia que outras pessoas não possuem muita "confiança".
     Então, se sou feito da incerteza, posso manipular alguns mecanismos que fazem tudo virar uma bagunça. Ao mesmo tempo, faço com que essa bagunça se expanda exponencialmente, sem parar. E assim, como produto final, obtenho um universo de ideias, e como tudo está misturado, mixado, tudo se contamina. É um bom jeito de explicar o funcionamento disso tudo.
     Sou um homem múltiplo. Antes eram só suspeitas, mas agora tenho certeza. Como posso explicar a vocês, que considero minha habilidade mais afiada e excitada como a de conceber ideias tão contrastantes ao mesmo tempo. Como dizer, que não é minha determinação, inteligência, ou qualquer outro atributo, que considero meu máximo.
     Será que é difícil, eu chegar e dizer? Pois muitos com certeza são capazes de fazer isso, eu não me pergunto nem sequer por um segundo se são dotados de faze-lo em maior ou menor grau. Mas eu considero isso. Também creio que é um dos grandes problemas quando se trata em conviver com as outras pessoas, eu espero interagir com uma outra pessoa que faça isso também. E bem, a todos que já conversei, não consegui perceber essa mesma característica em um grau que me agradaria e assustaria ( o que seria muito alto, principalmente para agradar), mas é muito bom, pois posso usar isso de uma forma individual.
     Um dia conversando com um amigo, no meio da discussão, (provavelmente ele vai ler esse texto e vai reconhecer) ele me perguntou no que eu "acreditava", ou seja, qual minha visão sobre a discussão. E não pude responder, aliás, utilizei um trecho de um texto desse mesmo blog. Mas conversávamos sobre algo extremamente absurdo. Mas absurdo perante a quê? RELATIVO a quê? A visões, a concepções.
     Se alguma ideia é considerada louca, mesquinha, maravilhosa, ou o que valha, é porque a mesma está sendo analisada por outro ideia anteriormente concebida, essa mesma ideia anteriormente concebida foi analisada por outra e assim por diante. Até que chegamos a qual ponto? O ponto em que uma ideia é aceita, sem mais nem menos. Ela simplesmente é aderida. Imposta.
     Decidi falar sobre a confabulação. Entretanto, vou utilizar a ferramente que falei no começo do texto. Com ela, eu posso conceber qualquer ideia, mesmo que pareça ridícula, absurda, ou que insulte as concepções gerais, manipuladas e fracas da nossa sociedade, que são geralmente imposta pelos poderosos, através da mídia, religião, etc.
     Aliás, acho que posso dizer, que é por isso que discordo completamente com uma parte da ideologia das religiões. Elas justamente te impedem de pensar de outro jeito, como vou poder usar minha arma se possuo uma ideia que proíbe que eu possua outras visões? Por que não posso ser muçulmano ateu? São de fato muito bonitos vários princípios da religião, como amor ao próximo, caridade e solidariedade, isso eu aprecio de fato, e aproveito deles quando surge uma oportunidade, pois a maioria deles eu não aprendi com a religião, mas outras pessoas sim, então posso estabelecer uma comunicação.
     Então, se você está engessado em dogmas, tente imaginar. Pois a imaginação é primal, aliás, a mãe de todas as artes. E depois peça perdão para o seu Deus, por ter pensado diferente do que você mesmo acatou.
     A conversa era a seguinte: Existem várias teorias a respeito do que é o tempo. Mesclando uma dessas teorias com o pensamento de que o universo está sob a ação de um ciclo* e ainda adicionando uns conceitos quânticos de possibilidades infinitas, eu formulei uma situação-problema que compartilhei com meu companheiro de confabulação.
   
     Era assim:


     Admitindo vários ciclos no universo, ou seja, tudo se cria e depois se destrói para se criar de novo, chegamos a um dilema. Devido as gigantescas (e chegam próximo do infinito, por mais irônico que possa parecer) possibilidades, tudo pode ser recriado de incontáveis formas diferentes. Mas se tudo não passa de um jogo de dados, vamos simplificar tudo.
     Pegue um dado de 6 lados. Jogue-o. Tente tirar 2. Conseguiu? Bem, sem um limite de tentativas você vai acabar conseguindo cedo ou tarde. Agora arranje mais um dado de 6 lados, jogue um dado, tire 2, depois jogue o outro dado e tire 2 também, só que de uma vez só. Ficou bem mais difícil, pode ser rápido, como pode levar uma tarde inteira para você conseguir, mas e se....
     E se o tempo for admitido como algo realmente tão infinito, que chega a ser insignificante? Se você tiver 2 bilhões de anos livres para fazer alguma coisa, por mais difícil que seja tirar mil dados com resultado 2 consecutivamente, uma hora você pode conseguir.
     Orgasmante. Se você tiver 2 bilhões de anos, você faz qualquer coisa, agora pense na Evolução. Ela parece mais possível nesse ponto de vista? Mas é claro, não temos noção de quanto isso demora de acordo com o nosso ponto de vista humano. É assim que toda a complexidade da vida hoje pode ser explicada, o tempo na mão da Natureza. Ela dispõe dele como recurso que nunca vai acabar, por isso ela pode ser bem detalhista.
     Eu disse mesmo que demore incontáveis bilhões de bilhões de anos, os dados podem cair na mesma posição, e uma situação idêntica a que está acontecendo agora, pode acontecer no "futuro". Então o futuro será igual o passado. Ao mesmo tempo que todos podem ser PRESENTE, ao mesmo tempo. Que é no que eu mais coloco minhas fichas, de que de fato não existe tempo, mas um eterno presente, digo isso fisica e filosoficamente.
     Um pouco louco não? Não. Louco perante seu ponto de vista. Louco por causa das ideias que você tem guardadas aí, mas perante eu, que crio um recipiente para essas ideias, elas não são nem um pouco "loucas", elas chegam a fazer o maior sentido. Esse ato de não conceber ideias muito diferentes, impede a humanidade. O ser humano é engraçado, vivemos assim, a primeira ideologia que aprendemos julgamos como a certa, é claro que só por que você julga algo certo não quer dizer que o mesmo seja. É por isso que eu amo a Ciência, já disse e volto a repetir, a verdade é verdade, independente do que você acredita. A arte de mudar. E a Ciência, meu caro, é feita disso, ideias concebidas sem PRÉ-CONCEITOS, por mais que sejam diferentes das ideias que nos são apresentadas de ante-mão, por mais que sejam diferentes até das ideias que a própria ciência já estudou/estuda.
     O título começa a gritar de maneira ensurdecedora nesse ponto do texto, acho que após essa breve introdução, poderei dizer a que vim.


Morte.

     O que é morte? Morte, meus amigos, é o assunto mais horrível de se falar. Não, não nesse sentido que você está pensando, mas o motivo que você pensou é justamente a causa dessa dificuldade de trabalhar em cima dessa palavra.
     Ultimamente andei lendo alguns artigos neurocientíficos que mostram a importância dos sentimentos a respeito de quase tudo que fazemos, senão tudo. Então, a morte que causa tanta tristeza e dor as pessoas, deve criar algo terrível ( e na minha opinião, extremamente necessário a nossa sobrevivência) a nosso corpo, dando ênfase é claro, ao nosso cérebro. 
     Talvez essa seja de fato uma explicação para como a morte tem uma importância divina na nossa vida. O que alguns não deixam de usar contra a maioria, utilizando desse temor para gerar meios de manipular as pessoas*. A partir do momento que tomamos consciência de que somos vivos, nada nos perturbou mais que o fim dessa vida. A clareira no fim do caminho.
     Isso foi uma concepções mais impactantes, e vejam só, olhem ao redor, ela perseguiu os seres humanos durante todo o período de evolução do Homo sapiens! Talvez a consciência de que vamos morrer algum dia, - obter essa ciência, essa resolução - foi a principal diferença que afirmou a diferença do ser humano em relação aos outros animais. 
     A questão está ficando cada vez mais delicada... Pois a morte separa as pessoas e nossos laços são muito fortes, essa experiência de separação, como eu disse anteriormente, gera pertubações espalhafatosamente bruscas em nosso sistema. Um genuíno trauma.
     E deve ser tratado com qualquer trauma, queremos distância do problema.... 
     Então quando nos é prometido que vamos ver as pessoas que amamos quando essa vida acabar, talvez em outra vida, não sei, é muito reconfortante. Eu particularmente gostaria de admitir, até hoje, minha experiência com a morte foi menos intensa, as pessoas mais próximas que já perdi, se foram quando eu era menor, ou pelos menos quando eu não tinha tanta consciência disso.
     Fica talvez mais fácil, para dizer que devemos encarar esse fato como algo natural, e que precisa ser revisto. Sou grato, que não passei ainda por momentos tristes devido a morte de alguém, pois agora posso ver com outros olhos, e me preparar para quando eu passar por isso.
     Quero, usar minha ferramenta aqui. A respeito do que é perder ou não uma pessoa. Por que isso é extremamente desconfortável, o prognóstico de uma vida em que um ente querido não esteja mais ao seu lado. 
     A questão, é, qual a diferença entre a morte de um ser humano, e a morte de outro ser vivo qualquer? A questão é grotesca a princípio, e para finalizar esse ensaio, vou dar minha opinião.
     Acho até digno de mencionar um pedaço de um texto sobre Estoicismo. (Aliás, eu mesmo já publiquei o texto todo aqui no blog, procura aí), pois concordo com a maioria do que essa corrente prega, senão tudo:
   
     "Ora, nesse contexto, como se deve portar o homem diante da vida e do universo? Para o estoico, ao compreender que é um ser racionar que possui uma maneira de ser de acordo com o universo, o homem deve entrar em harmonia com esse cosmo e viver de acordo com suas leis.
     Diante disso, não há motivo para desespero até mesmo diante do sofrimento. Se a dor existe, ela é parte integrante do homem e do universo, e, portanto, é boa. Se o homem resolver revoltar-se contra a dor é por que não compreende que ela é parte de uma harmonia cosmológica perfeita.
     Isso vai gerar uma atitude muito austera diante da vida. Ao estoico, sofrer pela do não faz o menor sentido. Por exemplo, a morte lhe é um fato natural, portanto, não o pode abalar."

     A diferença pode estar não em quem morre, mas em quem lhe dá por falta. Nós humanos, criamos fortes laços com os outros, é o nosso jeito, e nesse planeta, cada um, cada espécie tem seu jeito. Porém quando não emitimos mais impulsos elétricos, aqueles em nossa volta é que vão sentir nossa falta. Quando uma formiga morre, suas semelhantes não são tão afetadas. Ao mesmo tempo que os elefantes velam seus mortos, agora digo, os elefantes possuem um cérebro grande e uma certo grau de inteligência. Então, será que tudo que achamos ser exclusivo do ser humano, de ordem divina até, não é apenas resultado da seleção natural?
     Por que uma formiga não é importante? Qual seu conceito de ser importante? Ser capaz de sentir, emocionar-se? Possuir uma vantagem cognitiva? Então, antes de termos aqui na Terra o ser humano moderno, nada importava? Pois tudo aquilo que julgamos nos fazer diferentes dos outros animais veio da evolução. Do mesmo modo que um animal possua características que nós nem sonhamos em ter, ele não seria também "especial"? Antes de evoluirmos? Ah, você não "acredita" (palavra cretina) na Evolução? Então... Deveria ter parado de ler o texto quando falei da ferramenta.
     Essa era minha armadilha para você, uma reflexão cruel. A arte de pensar em algo absurdo, longe das concepções do que essa sociedade impõe como ético, como educado, como certo.