quinta-feira, 4 de outubro de 2012

A bela dor

     Conselho, pulem o primeiro texto, que ficou uma droga, e leiam o segundo, que ficou menos ruim.


     Ontem quase me mataram. Hoje eu quase morri.

     Estava eu, na noite de ontem, conversando com uma pessoa querida. Então, como sempre faço para uma pessoa que me interessa, sugeri que ela desse uma olhadinha no meu blog, para fins de uma leitura avulsa de graça. Sem graça.
     Até aí tudo bem, estava tudo sobre controle (não do jeito que eu queria que estivesse, mas isso não importa muito, por que o jeito que eu queria que estivesse é diferente do que eu ando normalmente, mas pretendo ser assim um dia) tudo normal. Até que eu fiz a minha sugestão, e a pessoa teve a felicidade de me perguntar: "E para que serve esse seu blog?"
     Ah Arthur, dedicar um post inteiro sobre isso? Não, não vai ser todo o post, a outra metade é a que estou com mais vontade de discorrer sobre. Mas então, pode parecer a coisa mais clichê aquele papo de: Qual a função do meu blog, para que ele serve? Estou tentando manter distancia desse tipo de pensamento ultimamente...
     Porém... É, porém. Eu não soube responder. De fato seria simples dizer belas palavras do tipo: Meu blog é uma passagem na qual expresso por meio da escrita, pensamentos e opiniões, ao mesmo tempo em que, na medida do possível, consigo manter contato com os leitores e provocar o senso crítico nos mesmos. Na verdade tudo isso é tentativa, é me vendar e atirar no escuro. Talvez isso aconteça, talvez não. Mas seria uma boa reposta, e em alguns casos, pode ser verdade.
     Porém, não respondi. Não por que eu não considerei que não houvesse resposta que respondesse devidamente a pergunta, mas simplesmente, por que EU NÃO SEI. Não sei por que escrevo aqui, mas sei por que escrevo. E isso não é nenhum paradoxo.
     Não poderia responder a pergunta: "Por que você escreve no seu blog?". Porém, facilmente respondo a questão: "Por que você escreve?". Para esclarecer, vou responder ao segundo questionamento.
     Eu escrevo por que gosto, é ao mesmo tempo algo que tenho prazer em fazer e treina meu cérebro. Eu aprecio qualquer tipo de treinamento intelectual, escrever é um deles. A escrita representa para mim, algo que uma professora muito querida já disse uma vez: "Eu escrevo para saber que eu existo". Infelizmente não pretendo prolongar muito essa parte. Mas em suma é isso; um ato no qual eu posso ver ideias saindo da abstração da conturbada mente e por fim: formando um texto.
     Então, por que não posso responder à primeira pergunta? Bom, vamos lá.
     O ato de escrever, simplesmente por escrever, não pede algo além disso. Se escrevo uma poesia em um papel higiênico, eu posso até guardá-la e lê-la, porém não precisarei que mais ninguém leia, pois a minha única necessidade era: escrever.
     Então qual o sentido, em colocar textos em um blog? Por que não crio os arquivos no word e os guardo para mim mesmo? Será que é para compartilhar conhecimento? De fato. Mas mesmo assim é muito vazio, não sei quem vê, nem se vão consumir esse conhecimento. Bom, mas eu não gosto do bom, prefiro o excelente.
     A ideia de blog, já vem com o conceito de que alguém pode ler. Então você escreve um texto e fica ansioso para receber os comentários e ah, cansei de falar sobre isso. Vamos para o próximo assunto. (finalmente)

Hoje eu quase morri,

     Voltando no assunto anterior, é, voltando nele... Hoje eu li o conceito do Estoicismo na minha apostila de Filosofia. É complicado, vou fazer uma síntese da síntese. 
     Podemos mudar drasticamente de atitude em apenas um dia não? Sim, podemos. Tive a felicidade de aprender como mudar assim, sem necessitar do sofrimento, pois o sofrimento muda as pessoas drasticamente, e muitas vezes para melhor. Essa minha técnica de não precisar sofrer é boa, mas o sofrimento às vezes é mais esperto, e me mostra o outro lado.
     A mudança hoje não foi drástica, eu apenas percebi. Sim, percebi e me identifiquei na maioria dos princípios dessa corrente filosófica. (Estou pensando se devo colocar um texto sobre ela antes desse, bom agora acho que vou por, então vou lá transcrever. Pronto terminei, continuemos).
     Primeiramente algo que é muito importante e sobre o que eu já trabalhei sobre no blog, é se o sofrimento é algo  realmente ruim. Bom, várias revoluções e bons pensamentos surgiram depois de épocas difíceis. E épocas difíceis não são nada além de uma briga. Podem imaginar o que coisas maiores não poderiam fazer?
     Mas não estamos falando de masoquismo por aqui. A dor. No texto sobre Estoicismo, pode-se perceber uma pequena mas importante recordação de uma parte do pensamento de Heráclito. ( Aconselho a leitura do texto "Contrários Harmoniosos", no início do blog)
     A citação: O homem comum olha o quente e e o frio, e pensa que o quente pode viver sem o frio,  e vice-versa. O que nos leva a pensar, o bem. Tudo aquilo que é bom. A felicidade, a alegria, o amor. Poderiam eles viver sem a raiva, a tristeza? Não, pois são necessários. Essa dualidade faz parte da natureza do ser humano, fugir dela é uma atitude nessa visão, no mínimo insensata.
     Pretendo pensar mais sobre a questão de emoções em um futuro texto, o qual vou ligar com elementos do Estoicismo e desse texto aqui.
     Ultimamente, o pensamento de que certas atitudes, como sofrer por algo que não pode ser mudado, são totalmente inúteis e dispensáveis, sendo consideradas por mim como empecilhos na busca pela sabedoria veio me assolando, furtivamente. Quando me dei conta dos princípios dessa corrente filosófica, parei e vi que tudo isso era bom.
     E a medida que li, percebi como aquilo era a minha cara. O princípio que prega essa "Apatia Estoica" é muito interessante, pois existem coisas que não necessitam de tamanho interesse. Coisas que não vão mudar, que independem da sua vontade. 
     Foi então que a melhor parte veio! Sim, a parte que diz respeito não a  fenômenos naturais ou dificuldades ao longo dessa vida. Mas sim algo sobre as pessoas, você não poder controlar o que uma pessoa pensa de você!
     Sempre tentei me importar o mínimo com o que os outros pensam de mim, por que eu ficar me preocupando com o que fulano acha de uma atitude que muitas vezes pôde ter sido mal interpretada, é algo completamente inútil, pois não vai mudar o que ele pensa. 
     Hoje eu quase morri, o que me levou novamente a questão do blog, e também, por que parece que estou no caminho certo. Independente do sentido desse blog, independente da sua opinião.
     









Digamos que um texto muito técnico (tirando algumas partes, não fiz com o aquele tesão da coisa). E novamente estou aqui, escrevendo esse rodapé, para quê? Me identifiquei muito, mas ainda existem pontos que não me vejo dentro dessa corrente. Vou assim, achando minha própria filosofia. Vivendo, sonhando! A partir de hoje mais do que nunca, por que eu sei, eu tenho certeza, que tenho que fazer essa vida valer a pena. E isso não tem nada a ver com você,  e sim comigo. Finalmente uma luz. A dor esclarecida, se torna bela.

8 comentários:

  1. ''A dor esclarecida, se torna bela.''

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    1. E por causa disso, o Paraíso é a pior tortura.

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    2. Talvez também exista dor no Paraíso. Ou talvez, exista um Paraíso para cada um.

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    3. Um Paraíso para cada um? Você permitiria-se criar um para você?

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    4. Sim. Caso contrário eu seria uma intrusa no Paraíso, pois o que é sinônimo de Paraíso para mim pode não ser para você.

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    5. Entendo, bom, não sei se eu me permitiria. Não confio muito na minha pessoa para escolher algo assim.

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    6. Uma escolha errada e o Paraíso já não é mais o Paraíso. Bom, acho que já deu né?! hauhsuahsuha Até.

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    7. auhseuesa Tem razão. Se deu não sei, mas poderia ficar assim para sempre. Mas para os comentários de um mero texto já basta! Boa experiência trocar ideia contigo.

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