quinta-feira, 28 de março de 2013

A Resultante das Forças

     A vida está um desastre. Vou dizer cruezas, então tome cuidado. Pergunto-me, o quanto isso pode ser relevante. Na verdade, a importância dessa observação é relativa. Simplesmente notar algo dessa proporção dá trabalho, digerir e tentar pensar em alguma atitude em cima desse fato é algo inúmeras vezes mais complexo.
     Não tenho vontade de prolongar mais algumas vírgulas dessa introdução, e talvez isso seja reflexo do meu estado atual. Um estado no mínimo, irritante. Estava desesperançoso a respeito do futuro do blog, e de fato,  isso faz par com a maioria dos pensamentos que me acometem nessa semana. Claro, não foi algo repentino, creio que posso dizer que estou no auge do que quer que esteja acontecendo comigo, e se minhas suspeitas se confirmarem, logo irá acabar-se.
     É por isso que, devo aproveitar desse momento para registrar - como já fiz em outros textos - essa postura de pensamentos e escrever é uma maneira ótima para se fazer isso. Nesse blog estão presentes minhas variações do último ano. É evidente a claridade com que posso ler e traduzir o que se passava quando escrevi algo para o presente.
     Ultimamente tenho analisado e percebido alguns problemas perturbadores. E bem, digamos que eles são no mínimo provocadores. Alguns dias atrás ainda escrevi pouca coisa sobre laços. Sim, os vínculos que temos com as pessoas.
     Não será preciso dizer, mas gosto de frisar certas coisas, a perspectiva será completamente pessimista. Vejo agora que essa ideia pode ter sido gerada por um texto um pouco anterior sobre guerras. Esse texto, é claro, não foi publicado aqui. Nem acho necessário sequer citar algum trecho; explicarei o ponto desejado.
     Se analisarmos dois soldados de facções opostas, chegamos a um impasse: Quem é mais fervoroso por sua ideologia? Essa é uma questão interessante, pois conflitos não gostam muito da lógica quando ela pode ser usada para o bem. O ato de guerrear é estúpido, pois a vitória nunca será decidida no fervor de seus combatentes, nunca. E me refiro apenas a combates ideológicos, ao mesmo tempo aplicado em algo realmente bélico.
     Um exemplo interessante, é a Guerra do Pacífico, entre Estados Unidos e o Japão. Podemos perceber o quão fanáticos foram os soldados japoneses, muitos até tornando-se os famosos kamikaze's, isso mostra o alto nível de fidelidade e fé no Império nipônico.
     Como sabemos, isso não trouxe a "vitória" para o Japão. E isso nunca levará um dos lados ao posto de vencedor, porque além de que se houvesse uma maneira de vencer não seria essa, também não existe verdadeiro ganhador. Trazendo isso a um nível pessoal, o que pude notar? Eu notei algo tão natural que nunca abandonará o ser humano.
     Me interesso muito por obras de ficção. É claro que tenho minhas preferências dentro do que assistir e ler, mas algo que sempre me intriga são as batalhas travadas em qualquer história. É claro que os enredos são bem fiéis à palavra ficção. Não importa quais são as circunstâncias, os personagens principais nunca são mortos ou sofrem algo igualmente terrível até o tão esperado desfecho. Porém dentre essas circunstâncias, uma delas me intriga muito.
     Inúmeras foram as histórias que destacaram a determinação em um objetivo, e a vontade em cumpri-lo. E em algumas ocasiões havia um conflito entre dois personagens determinados. Naturalmente, nas batalhas decisivas quem ganha é sempre o personagem principal. 
     Interessante. Até quanto podemos medir essa força? Não discordo que em vários casos existe um lado que é mais fraco, o lado que cede e que perde a disputa. Porém às vezes algo terrível acontece; ocorre um certo tipo de equilíbrio, mas esse balanceamento é completamente insano, pois não diz respeito a duas vontades que estão equiparadas, mas sim estão aumentando intensamente, com a mesma intensidade.
     Qualificar essa força seria desafiador. A que prestei bastante atenção ultimamente são os laços que temos, e o que eles nos levam a fazer. Porém a vida é coletiva, sempre foi, é um princípio natural. Então, pensemos nas ligações mais fortes que as pessoas tem entre si. Apesar de ser algo extremamente inseguro de se mensurar, é válido dizer que o vínculo de um pai e um filho é esmagador perante o de simples conhecidos. 
      Em uma situação - e essa situação ocorre a todo momento - na qual alguém vê alguma das suas ligações  ameaçada, ele fará tudo o que estiver ao seu alcance e mais, para protegê-la. Eu me questiono, se não vejo diante da minha pessoa, o mesmo exemplo de uma guerra. Duas pessoas lutando por algo.
     

O licantropismo das relações


     Então, digamos que uma das nossas maiores fonte de força, é ao mesmo tempo, a grande armadilha do ser humano. Bem, mas será algo exclusivo de mulheres e homens? Acredito que não. Aliás, ultimamente anda difícil desvincular a humanidade do mundo natural. Extremamente difícil. Tente tirar os filhotes de uma mãe loba, tente roubar a fêmea de um macho alfa. As reações já são imaginadas não?
     Qual a diferença então, entre os vínculos desses animais, e os nossos vínculos? Eu concordo que nossos vínculos são de fato mais fortes. Pois se uma lobo perde um irmão, ele ficará abatido. Porém, se um homem perde seu irmão, ele ficará entristecido, inconsolável e nada retribuirá aquilo durante sua vida. 
     Antes de talvez tentar explicar meu ponto de vista, devo dizer que nós somos animais extremamente sociáveis, e evoluímos tanto nessa direção, que isso pode gerar o pensamento de que somos especiais de uma forma. Bem! Somos especiais de muitas formas, mas não somos os únicos. Existem animais especiais em várias maneiras, as quais não podemos equiparar. Além disso, nem sabemos se existe vida fora desse planeta. Seria interessante, se alguma forma de vida olhasse-nos como muitos de nós olha para os outros animais, com um olhar de superioridade, de soberba.
     Me atrevo então a estabelecer duas hipóteses para explicar essa imensa diferença de perda sentida. A primeira: Seria necessário um tipo de desenvolvimento do cérebro, de alguma parte que influenciasse nas relações com seus semelhantes. Com toda certeza nós temos esse desenvolvimento, porém um estágio mediano, caberia citar (como já falei em um outro texto) numerosos são os casos em que os elefantes velam seus mortos, além disso, mas em menor grau, alguns casos de girafas sofrendo pela perda de seus entes também existem. Mas é claro, não podia deixar de mencionar os chimpanzés. Alguns estudos apontam que os mesmos possuem uma atitude extremamente depressiva perante a perda de um ente.
      É notável que esses animais possuem um cérebro mais desenvolvido, no caso do chimpanzé, a semelhança é ainda muito maior. Então talvez seja possível estabelecer uma correlação entre algum tipo de desenvolvimento no encéfalo e uma atitude de maior socialização.
       Apesar de não possuir influência tão notável, existe o fator tempo. Quantos anos passaria uma loba com sua cria? Os lobos geralmente atingem a maturidade sexual após dois ou três anos, idade em que muitos deles são obrigados a abandonar os seus locais de nascimento e a procurar companheiros e territórios próprios. É um espaço de tempo curto perante uma vida humana.
     Em contrapartida, nós convivemos décadas com uma pessoa, então sua perda é terrível. Os elefantes, que também possuem um tempo maior de convivência. O tempo é apenas uma variante, em uma gigantesca equação, reconheço que muitas vezes apenas um curto período de convivência já basta para criarmos laços fortes. É por isso que considero o homem completamente sociável e que vive em função de estabelecer ligações com os outros. Essa é a nossa especialidade, e sim; acho-a maravilhosa.
     A segunda hipótese seria de que um lobo perde realmente muitos companheiros. Filhotes, irmãos, primos e pais. Em habitats hostis como aqueles em que vivem os lobos, a morte é um fato comum, aliás, a morte é um fato comum a vida. É a morte que seleciona, que constrói as novas gerações e leva as velhas. Mas a maioria de nós estamos desacostumados com a perda de semelhantes como um fato cotidiano. Pois temos tecnologia que estendem nossa vida de uma maneira inimaginável em um meio selvagem.
     Seria interessante apenas mencionar o estado conturbado de uma pessoa que convive com a morte, o que existe muito em nosso mundo atual. A morte possui várias faces. Este texto foi escrito em duas etapas, primeiro o escrevi todo, mas não o publiquei, pois tinha alguns outros afazeres e não pude revisar a escrita.
Porém, quando estava voltando para casa, me encontrei com um indivíduo que tinha algo nas mãos. Ele começou a me contar uma história sem nexo, enquanto fumava um cigarro.
     Ele pediu a um amigo que estava comigo para segurar o que ele tinha na mão. Uma pedrinha. Então, gostaria de falar, o máximo que conseguir. O quão fortes são seus laços? Sua vida inteira fora à margem da nossa sociedade. Aliás, o mundo dos seres humanos na minha opinião é tão terrível quanto o selvagem. Enquanto alguns desfrutam do melhor, outros afundam cada vez mais. Esses, dotados de uma consciência onipresente, diferente dos outros animais, acha na paranoia constante uma fuga a sua desolação.
     É um lado assustador, na verdade todo esse assunto sobre o qual falei é assustador, porém não posso deixar de seguir meu próprio impulso de escrever sobre algo do tipo.


A corrupção

     Introduzi este texto com a frase: "A vida está um desastre". Quero me justificar. A vida a qual digo, não se refere aos seres vivos, mas sim a esse período de experiências e interações que se dá desde que nascemos, até a hora da morte de nosso cérebro.
     Acredito ter sido feliz na escolha do verbo. Seria de fato um desastre se eu usasse o verbo "é", em vez de "está". Pois não tenho a vida como algo digno de tragédia, muito pelo contrário, a vida por essência é bela. O caso é que estamos cuspindo justamente na justificativa que muitos inventam para elogiar a espécie humana, a famosa "Racionalidade".
     Estamos desperdiçando toda lógica da qual dispomos. Gostaria de citar alguns casos para fortalecer minha ideia. Pense, quantos conflitos idiotas existem na sua família? Me explique como que dois irmãos que passaram a infância e a adolescência juntos, podem se separar, não de uma maneira direta, mas da pior das maneiras. Bem, quero dizer, quando as pessoas crescem, elas criam uma família própria e esses laços são tão fortes que ultrapassam os laços de suas antigas famílias onde elas eram crianças!
     É estranho, pois é um ciclo. No núcleo de uma família, existe uma força que une os pais aos filhos. Esses filhos crescerão, mas a ligação que tinham com seus pais (que não era, eu pergunto, a maior do mundo?) será menor do que aquela que eles terão com seus próprios filhos.
     Eu sou apenas uma criança perguntando para sua mãe, se ela gosta mais de mim ou de meu pai. São perguntas assim que não têm resposta no universo infantil, e ainda não as encontro. Só quero dizer que as pessoas estão fazendo trocas de acordo com o período de suas vidas, e isso eu não entendo. Não estou criticando isso, e por isso seria muito ignorante da sua parte se criasse qualquer sentimento de repulsa por aquilo que escrevi.
     Quando me refiro a corrupção, não quero dizer sobre quem ama mais ou menos. Mas por que, existem conflitos como inveja, cobiça, avareza e ódio em meio a pessoas que possuem laços fortes? É aqui que eu queria chegar, no final sobra apenas uma pessoa... Conforme os laços são colocados em atrito, as pessoas escolhem aquele mais importante, e isso prossegue até enfraquecer todos os outros.
     Por que, existem pais e mães em asilos?   


segunda-feira, 25 de março de 2013

De onde veio essa flatulência?

     Bem, eis-me presente, assíduo ou não, meu tempo fora muito bom. É com imenso prazer que volto a escrever no blog, (porém agora é apenas um singelo e insignificante interlúdio) devo dizer que com toda certeza sinto mais falta de escrever, do que qualquer um pode sentir falta das minhas palavras. E bem, isso é tanto um enaltecimento quanto uma amostra de irrelevância.
     Acho justo narrar minhas últimas aventuras. Bem, vamos lá.


     Desde meu último texto, certas coisas começaram a se distinguir na imensa nebulosa de ideias. Não sei se esses amontoados poderão, algum dia, virar estrelas. Ainda assim é com muito otimismo que encaro minhas novas concepções.
     A paixão incubada, que deixava-se vazar com frequência esporádica (dependendo do assunto, nem tão esporádica assim) fortaleceu. Bem, hoje tenho a pretensão de me tornar um cientista. Pois no fim, é o que eu realmente admiro.
    Então, ultimamente tenho procurado conhecer mais o cosmos, instigar o pensamento científico, e usar do ceticismo o máximo que puder. Isso, certamente, refletir-se-á nos meus textos seguintes, de uma forma maior ou menor. Devo confessar algo, porém.
     É um campo perigoso, e isso me excita, pois não posso divagar de qualquer maneira, senão, estaríamos falando de ciência? É claro, existe algo que não me abandona: minhas considerações e descobertas diárias sobre o comportamento humano. Mais que isso, algo que vai um pouco além de comportamento, algo que está presente em textos que falo sobre fazer o bem. Nesses mesmos em que perguntei e talvez respondi questões que me perseguem até hoje; Nossa ética, como podemos ser extraordinários, mas também como temos a tendência à frivolidade.
     Se você clicar no primeiro texto, uma rude introdução do blog, lerá: "Como é o primeiro blog que tenho, vou colocar coisas sobre filosofia, ciência e pensamentos" como pode-se notar, talvez eu não tenha colocado muitos artigos científicos, mas talvez, e com um grande risco, o ceticismo e a racionalidade - componentes importantes para o pensamento científico - esteve presente na maioria dos textos. Eu sinto se começar a direcionar apenas para um tipo de pensamento mais rígido em termos, para poder provar meus pensamentos.
     Podem chegar e dizer: "Ei, seu porra, eu gostava mais quando escrevia de tal forma". Então eu perguntarei "Por quê?", poderemos então chegar a um resultado melhor. Bem lembrado! A dialética nunca será perdida! Então, com uma mescla, chegarei a um produto um pouco digno. Boa sorte a todos.