sábado, 28 de abril de 2012

Aos quartos do mandante



Venha até mim o tempo sagrado
Para que possa ser eu o seu dono,
E não como ele sempre me faz
O pobre do seu escravo

Até que não foi esperado
O problema desse meu tempo
Um problema tão bobo
Desse meu tempo tão amado

Espero passar esse minuto atrasado
Fazendo duas vezes, bom
O que espero não perder hoje
São pedaços do tempo sagrado

E se o silêncio me acompanha
O tempo já passa a ser incômodo
E volta tão rápido para mim
Como pode essa façanha?

Durma com as horas passadas
Aos quartos do mandante
Sigo meu dia no horário
Ignoro as crianças ambulantes

E se me perguntam pra onde vou
Respondo rápido no mesmo instante
Pois já parto dessa para uma outra
É que meu tempo se acabou


Arthur Gobbi de Lima

Pensem nisso...

Preliminar para um futuro texto que irei publicar:

"A fonte de todos os problemas do ser humano é devido a que um dia disseram que ele existia". Autor: Lógica

sexta-feira, 27 de abril de 2012

Uma solução para a maioria dos problemas

     Hoje pensei em uma história, não quero dizer exatamente que a inventei, pois pode já existir, as chances na verdade de que exista são grandes. Parece meio boba a primeira vista, e até a segundas e consecutivas vistas, mas quis passar uma moral, e para mim ela importa mais que a história inteira.
     As histórias tem uma magia descoberta há muito tempo pelos gregos, elas fazem o que um sermão não faz. E a maior mensagem que trazem não são os fatos, mas sim um simples ensinamento.
   
     Um mestre e um aprendiz conversavam em uma floresta, o mestre diz:
     — Pense duas vezes antes de mover tua mão ou de abrir a tua boca.
    E o aprendiz retruca:
     — Algumas coisas são instintivas e temos que agir apenas.
    Ao passo que dizia isto, uma grande centopeia aproximou-se em direção a ambos e o aluno agilmente a matou com a faca que trazia em seu cinto.
     — Olhe mestre! Se eu pensasse duas vezes antes de matar essa criatura, ela o picaria. Como pode me dizer para agir sem pensar?!
     O aprendiz, já certo que tinha vencido a discussão soltou de repente um grito.
     — Ai!
     Ele atirou um bicho para longe de seu pé e o mestre enfim falou:
     — Aquela centopeia estava na caça do escorpião que te feriu, e se não a tivesse matado, agora não estaria com tanta dor.
     — Mas mestre, como poderia eu saber disso?!
     — Um pássaro no seu primeiro voo não sabe se terá sucesso ou não, mas instintivamente ele tenta. Pensar antes de agir é só uma parte, o instinto vem na hora em que a sorte pode não estar do seu lado. A lição que quis te ensinar hoje, é que muitas vezes, nós invertemos essa ordem.
 

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Contrários Harmoniosos

     O que é a paz sem a guerra? Aproximando de um conceito mais próximo de Nietzsche, talvez, onde nem sempre sofrimento é ruim, e adicionado com uma ideia de que é preciso apreender todas as faces da vida. Deste modo trago esse texto da apostila de Filosofia do Poliedro, baseada na interessante visão de Heráclito, o autor, o mesmo que já citei anteriormente. O título é "O múltiplo, a unidade e o mundo"

     "Heráclito desprezava o homem comum, pois para ele, esse era incapaz de compreender sua afirmação de que tudo é um. O homem comum olha o quente e e o frio, e pensa que o quente pode viver sem o frio,  e vice-versa. Portanto, no senso comum, o oposto não faz sentido ou até mesmo existe sem o seu respectivo oposto. Contudo, não há quente sem o frio, assim como não há amor sem ódio. O dia nasce quando a noite morre, e o despertar das estrelas é o recolhimento do sol, A loucura está dentro da sanidade, assim como o homem mentalmente sadio só o é por conta dos loucos. A beleza traz em seu âmago a feiura. Ou seja, essa dualidade forma apenas um ser. É nesse sentido que devemos compreender que a unidade está na multiplicidade.
   Assim a afirmação "tudo é um" quer dizer que a unidade primordial é múltipla, contraditória, por exemplo, podemos compreender o que é uma guerra, tensão ou luta porque compreendemos o que é paz. Essas duas partes não se excluem, mas formam apenas uma ideia, uma coisa, um ser. Não há separação entre elas; se apagássemos da nossa mente o que é paz, não poderíamos compreender a guerra, por ser ela justamente o oposto da paz. Há necessidade de referência de uma coisa para compreendermos a outra.
     É na composição de opostos que também encontramos a origem eterna do movimento das coisas. Como podemos notar na seguinte fala de Heráclito:
   Este mundo, o mesmo e comum para todos, nenhum dos deuses e nenhum homem o fez, mas era, é e será um fogo sempre vivo, acendendo-se e apagando-se conforme a medida"

quarta-feira, 25 de abril de 2012

Como estamos indo?

 Um texto que eu escrevi hoje, sobre uma questão que já surgiu na minha cabeça, e espero que na de vocês também.

    "Ignorância não é não saber as coisas, e sim fechar-se ao conhecimento"
     Uma frase interessante. Normalmente relacionamos a ignorância ao fato da ausência de sabedoria sobre certo assunto, conclui-se então que todos somos ignorantes, ponto.
     Outra coisa é discutir por que não se sabe algo. O fator mais óbvio é que não dá pra saber tudo, então o que seria saber mais do que outra pessoa? Depende muito do que definimos como conhecimento. O conceito de conhecimento seria, informação ou noção adquiridas pelo estudo ou experiência, aliás um conceito dicionarizado.
     Quando uma pessoa pensa que sabe mais que outra, ou que tem mais conhecimento,podemos pensar algo interessante, vejamos um exemplo: Um estudante do último ano de história em uma faculdade. Indubitavelmente ele possui vasto conhecimento adquirido através do estudo e também de todas as experiências de sua vida, porém será que ele pode dizer saber mais do que alguém? Claro que pode, mas venho chamar a atenção em relação a isso.
     Já dizia Sócrates, que o conhecimento é gigantesco perto da ínfima porção do que podemos apreender em uma vida mortal, e de um ponto de vista mais simplista, poderíamos considerar que o conhecimento é infinito. Ora, se formos analisar todas as possibilidades de conhecimento, como por exemplo, conhecimentos gerais, artes, ciências e tudo mais, poderíamos considerar que há sim uma infinidade de coisas para se saber. E se assim podemos dizer, matematicamente falando qualquer número em uma razão com o infinito é praticamente tão perto de zero que pode ser considerado nulo. Então não importa o quanto se sabe, isso sempre será muito pequeno em frente ao que se há de saber, mas então retornamos a questão principal; alguém sabe mais que alguém?
     Não, pode ser mais inteligente (o que ainda é muito improvável, devido a questões que dependem de aptidão individual para se dizer que alguém tem um Q.I. grande, porém as mesmas aptidões são geradas por fatores externos ao ser humano, como estímulos, etc, de modo que não é próprio de um ser estabelecer por si próprio sua capacidade cerebral)  mas não sabe mais. A mente humana é passível de desenvolvimento de vastas sapiências e não se trata apenas de desenvolvê-las, mas ansiar por elas, fazer como Sócrates, ansiar por conhecimento e admitir que o seu é nada.
     Uma pessoa que sabe mais, não é aquela pessoa mais inteligente, são duas coisas completamente diferentes, uma pessoa que sabe, e o português até me ajuda nisso, é uma pessoa SÁBIA, e foi assim que o mestre de Platão afirmava sua sabedoria, por que verdadeiro sábio é aquele não se considera como tal.
   

Filosofia Básica

Continuando com a ideia de que qualquer um pode filosofar, existem posturas que a Filosofia toma. É claro que até o jeito da Filosofia ser é motivo de discussão pelos filósofos, como tudo deve ser, só que são princípios interessantes e que nos ajudam muito a desenvolver uma discussão, NÃO são regras. Mas tem essência filosófica. Retirados da apostila do Poliedro de Filosofia. Autor: Romulo Vitor Braga

De forma geral:

  • Caráter crítico - não se deve tomar nada como verdade antes da investigação. O caráter crítico não quer dizer criticar a tudo e a todos sem distinção, mas sim nunca aceitar uma suposta verdade sem averiguar racionalmente a questão.
  • Racionalidade - a razão é critério da verdade, acima da crença ou da revelação mística/poética e da tradição. Ela deve provar o que diz.
  • Conclusões -  a razão não deve ser imposta, mas explicada. Deve-se convencer por argumentos e não por imposições. 
  • Respeito ao argumento racional - se um argumento é racional, deve ser aceito, mesmo que sua opinião pessoal não concorde. A razão é o critério de verdade e não nossa opinião.
  • Inexistência de pré-conceitos - nada pode ser colocado como sabido antes que se faça uma investigação racional.
  • Generalização - a Filosofia quer encontrar uma resposta geral, que sirva para o todo. Uma resposta que deve ser até mesmo universal, servindo para todos e para qualquer época.

Recordar

     A filosofia não é um ato exclusivo de estudiosos doutorados. Não existem restrições para seu uso, e qualquer um pode filosofar. E por que não citar o ex-jagunço Riobaldo, um homem simples do sertão, fruto da mente de Guimarães Rosa, escritor realmente interessante, que possui várias características peculiares e uma delas é a criação de novas palavras, existe até um dicionário de neologismos chamado " O Léxico de Guimarães Rosa".
     Há dias em que nossos sentidos, nos lembram sensações e fatos passados, hoje me lembrei de várias coisas, e também de um texto no qual Riobaldo faz suas filosofias sobre o ato de se recordar de algo.
     Aqui vai ele:

     "Contar é muito dificultoso. Não pelos anos que já se passaram. Mas pela astúcia que tem certas coisas passadas de fazer balancê, de se remexerem dos lugares. A lembrança da vida da gente se guarda em trechos diversos, uns com outros acho que nem se misturam [...]. Contar seguido, alinhavado, só mesmo sendo coisas de rasa importância. Tem horas antigas que ficaram muito mais perto da gente do que outras de recente data. Toda saudade é uma espécie de velhice. Talvez,  então, a melhor coisa seria contar a infância não como um filme em que a vida acontece no tempo, uma coisa depois da outra, na ordem certa,  sendo essa conexão que lhe dá sentido, princípio, meio e fim, mas como um álbum de retratos, cada um completo em si mesmo, cada um contendo o sentido inteiro. Talvez seja esse o jeito de escrever sobre a alma em cuja memória se encontram as coisas eternas, que permanecem."

terça-feira, 24 de abril de 2012

Seleção Sexual

     Prefiro omitir minha opinião sobre o assunto a seguir, (a qual com certeza irei demonstrar) por que realmente é polêmico, mas este texto é uma exceção, por que hoje em dia o que é polêmico não é lá essas coisas. Os comentários com um asterisco na frente são os meus, afinal não resisti.
     Respeitando tudo é claro, mas devemos saber que as hipóteses existem, e aí está uma delas. Retirei o texto do site "http://www.genismo.com/psicologiatexto28.htm". Divirtam-se.

"Seleção Sexual"
Extraído de "A Mente Seletiva" de Geoffrey Miller
A tese central do livro do G. Miller é a de que o cérebro humano evoluiu pelo mesmo princípio que evoluiu a cauda do pavão: Devido à seleção sexual. A seleção sexual é, em geral, uma forma de escolha de parceiro, feita pelas fêmeas, por uma ou mais características fenotípicas do parceiro. Estas características serviriam de parâmetros de seleção e não necessariamente deveriam estar relacionados com a capacidade de sobreviver do indivíduo.

Transcrevo, abaixo, alguns trechos interessante do livro:



Na Pag 77 "O triunfo da Seleção Sexual :

"Em poucos anos, a seleção sexual tornou-se a áea mais quente da biologia evolutiva e das pesquisas do comportamento animal.... Uma vez rompido este circulo vicioso por John Maynard Smith, George Williams, Amotz Zahavi, Robert Trivers e outros pioneiros , a idéia favorita de Darwin estava livre para prosperar. Este revival da seleção sexual foi rápido, dramático e singular. Esta pode ter sido a única teoria científica importante aceita após um século de condenação, negligência e interpretação incorreta.... A seleção sexual tornou-se a idéia mais produtiva na ciência emergente da psicologia evolutiva. Depois de cem anos de negligência, 'The Descendente of Man' era lido novamente - e não apenas pelo que tinha a dizer sobre evolução humana."


     *Aqui tem um parágrafo muito interessante, que acredito eu contém a ideia principal:


"... sem a teoria da seleção sexual, a ciência do século XX teve grande dificuldade para explicar os aspectos da natureza humana mais envolvidos com exibiçõe físicas, status e imagem. Os economistas não puderam explicar nossa sede por artigos de luxo e consumo desbragado. Os sociólogos não conseguiram explicar porque os homens buscam a riqueza e o poder mais avidamente que as mulheres. Os psicólogos educacionais não puderam explicar porque os alunos tornavam-se tão rebeldes e ligados a modismos após a puberdade. Os cientistas cognitivos não conseguiram imaginar por que a criatividade humana evoluiu. Em cada um desses casos, uma falta aparente de "valor para a sobrevivência" fez com que o comportamento humano parecesse irracional e não-adaptado."


*Agora nessa parte ele escreve algo que dá uma outra visão perante a importância da troca de gametas para o sexo masculino, de uma maneira que quebra qualquer visão leiga e até científica.


"...Esta estratégia sobrevivencialista paranóica não serve para espalhar os próprios genes para a população. O único modo de garantir a continuação dos genes é por um tubo de escape que chegue a um corpo feminino que traga em si um ovulo fértil. Os genes podem sobreviver a longo prazo apenas saltando do navio e gerando filhos. Em espécies que se reproduzem sexualmente, o único modo de fazer filhos é misturar os próprios genes com os de um outro indivíduo. E o único modo de fazer isso, para os homens, é atraindo uma fêmea da espécie pela sedução. É por isso que os machos da maioria das espécies evoluem para agir como se a copula fosse o ato mais importante da vida. Para os genes masculinos, A CÓPULA É O PORTÃO PARA A IMORTALIDADE. É por isso que os machos arriscam suas vidas por oportunidades de cópula - e é por isso que um louva-a-deus continua copulando mesmo depois que a fêmea comeu sua cabeça."


    *Se já não bastasse a luta contra os céticos da teoria da evolução, Geoffrey Miller vai além, confrontando até os adeptos dela. Quando se quer entender algo, as teorias paralelas a isso são essenciais, e aqui está uma delas.



Como saber?


Texto retirado da apostila de sociologia do Poliedro. Autor: Agnaldo Kupper

"... O fato é que uma de nossas funções na vida é buscar a verdade.
     A verdade gera conhecimento e pode ser adquirida de duas formas: pela decepção, ou por uma atitude filosófica.
     Pois bem, será que a versão apresentada a respeito dos atentados às Torres Gêmeas de Nova York, em 2001, no mundo ocidental foi a mesma no nosso mundo mais ao Oriente?
     Um outro exemplo: nos ataques iniciais neste princípio de século ao Iraque, comandados pelos Estados Unidos, as imagens que nos chegaram foram de ataques certeiros a alvos estratégicos e pré- escolhidos. Porém, não se contava com imagens de uma rede de televisão da região que mostravam algo contrário como artefatos de guerra atingindo alvos civis como escolas, hospitais e fábricas.
     Devemos questionar tudo ou quase tudo. Esta é a postura pela busca da verdade. Caso contrário, aprenderemos com  a decepção.
     A busca da verdade deve, antes de tudo, ser uma postura de vida, já que todo conhecimento pressupõe dois elementos: o sujeito que quer conhecer e o objeto que é passível de conhecimento."

Tema do Blog

     Seja bem-vindo ao primeiro post. O bonito "teminha" do blog vai ser difícil de ser apontado. Como é o primeiro blog que tenho, vou colocar coisas sobre filosofia, ciência e pensamentos (em suma, coisas que fazem as pessoas discutirem, ignorando é claro temas como: "qual time é melhor", "a minha religião é a certa" e  a famosa: "se o homem veio do macaco por que o macaco não evoluiu?", dentre outras). Também vou postar poesias e textos que não tem a ver necessariamente com o que citei anteriormente.
     Qualquer comentário é bem-vindo, qualquer um mesmo. Se me xingarem, posso pensar que esse indivíduo por acaso passou o olho por alguma coisa interessante e mudou um pouco da sua triste história de vida - ou não tão triste assim -  ou ele xingou por que discordou com alguma ideia, o que seria muito melhor em termos filosóficos.
     Levando em conta que eu tenho um compromisso daqui 5 minutos e que eu não estou com um objetivo claro sobre o blog, até que essa introdução ficou legalzinha. 
     O pior vai ser escrever tudo isso pro nada, não tem razão, o importante são os comentários, eles são mais importantes que o texto, por que o texto eu já sei, o que não sei são as perspectivas que são diferentes da minha sobre o mesmo. Boa Sorte a todos.